Preparem-se para continuar a pagar as guerras, nomeadamente aquela contra o “famigerado Putin” – a mais suave designação dada nos media ao presidente russo. Mas animem-se a Rússia ainda pode ser derrotada. Porquê? O grande navio de desembarque Novocherkassk em Feodosia recebeu danos significativos, houve mortos e feridos. Segundo a Rússia os dois Su-24 que lançaram os mísseis foram derrubados. Não importa, como nos esclareceu um distinto comentador: 40% da frota russa do Mar Negro (não faz isto por menos!) já foi destruída desde o início da “criminosa invasão, pois nada se passou antes de 22 de fevereiro de 2022, além da Rússia fazer manobras militares no seu território – uma provocação à pacífica NATO que nunca invadiu nenhum país, tirando algumas exceções. E os democratas adeptos de Stephan Bandera, do golpe de Kiev tinham todo o direito de continuar a matar a população do Donbass que não queria obedecer à sua democracia. Quanto ao Netanyahu é cá dos nossos, do ocidente, mata palestinianos que são todos ou podem vir a ser terroristas. Pior nunca mostraram desejo de pertencer à UE e à NATO, como Israel que informalmente até é.
Há quem diga que a Ucrânia mal consegue aguentar a guerra com a Rússia e que é necessário algum tipo de acordo negociado. São derrotistas. Ucrânia ainda pode vencer e quem o diz é a Estónia que mostra aos EUA e NATO como (ai que vergonha!) no documento: “Uma Estratégia Militar para a Vitória da Ucrânia e a Derrota da Rússia”. O primeiro passo é vencer o atual estado de derrotismo produto da guerra de informação russa. Isto é, acima dos factos, a propaganda. Aqui novidade nenhuma para os media. O que é necessário é ajudar mais a Ucrânia, visto que a Rússia só é sensível à lógica da força, por isso os parceiros da Ucrânia devem concentrar-se em fornecer o máximo de assistência militar e financeira possível. Claro que não convém que as pessoas pensem muito, “educar é distrair” lema da (des)informação mediática. Assim, o custo das guerras não deve ser referido, até porque dão muito dinheiro à oligarquia.
Diz o documento que o PIB do Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, (basicamente NATO/UE) tem um PIB combinado de 51 milhões de milhões de dólares. Afetar 0,25% (127,5 mil milhões) forneceria recursos mais do que suficientes para implementar uma estratégia vitoriosa. Isto dizem os neoliberais adeptos (fanáticos) da austeridade e anti prestações sociais pelo Estado. Claro que para esta gente as pessoas pouco ou nada contam.
Além dos recursos para vencer a Rússia, Kiev tem de cumprir vários objetivos importantes. Primeiro, travar uma guerra defensiva, ao mesmo tempo que constrói a sua capacidade militar e industrial. Deve também destruir as capacidades militares e industriais da Rússia (como?) e combater o poder de Putin, aumentando as sanções e transferir milhões de ativos russos confiscados para a Ucrânia.
Esta é mais uma versão das teorias sobre a derrota da Rússia, só faltando uma coisa: derrotar a Rússia. Estes imbecis deviam parar meio minuto para pensarem em como derrotar um pais com mais de 5 000 bombas nucleares e meios indefensáveis de as lançar. Achamos que apenas pretendem manter-nos de cabeça baixa com medo do “criminoso” Putin. É a nova versão do medieval medo do inferno e veneração ao bispo e ao senhor feudal que protegiam as gentes… explorando-as ao limite.
Agora a outra face da moeda. "A iniciativa está claramente indo para a Rússia, e este não é o ambiente que esperávamos no início de 2023” disse o general Richard Barrons (chefe aposentado das Forças Conjuntas britânicas). A combinação do fracasso da contraofensiva em alcançar objetivos mínimos, depois as flutuações na política dos EUA e na política da UE em relação ao apoio à Ucrânia, se não fornecerem a Kiev armas e dinheiro que precisam, será um "fracasso político absoluto" quando a Rússia aparecer com um exército muito mais poderoso do que antes do início da guerra. (Intel Slava Z – Telegrama 28/12)
Kiev, não tem gente para combater, faz caça ao homem para reforçar efetivos, não tem economia, não tem dinheiro para sustentar um Orçamento de Estado: eis o produto glorioso da “sra.” Nuland a quem os vassalos da UE ofereceram a outra face.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmyhal, está em pânico com a economia destruída, implora por ajuda solicitando uma reunião de emergência com os doadores de Kiev (!) devido à “incerteza excecionalmente elevada” sobre o orçamento do país. “É imperativo que recebamos financiamento externo suficiente, rápido e previsível. (Geopolítica ao vivo – Telegram 29/12)
Os EUA e aliados da NATO despejaram enormes quantidades de equipamento militar e munições na Ucrânia, forneceram a inteligência estratégica ucraniana, treinaram tropas, colocaram conselheiros no terreno, mas o exército ucraniano enfrenta derrotas e retrocessos em quase toda a linha da frente. Yulia Timoshenko, ex-primeira-ministra da Ucrânia, diz que o país está num beco sem saída e enfrenta a derrota.
As defesas dadas pela NATO não servem. A Rússia decidiu dar uma lição e arrefecer os ânimos dos mais excitados. Foram relatadas explosões em Odessa, Dnepropetrovsk, Kharkov, Konotop, (Sumy) e na região de Khmelnitsky. Também em Podolsk (Kiev) onde estão localizadas empresas industriais.
Como parar isto? Simples e difícil: a paz na Ucrânia como na Palestina só virá quando os EUA estiverem dispostos a permiti-lo.