Linha de separação


10 de maio de 2023

Atirar dinheiro para uma guerra perdida

 No “1984” de George Orwell a absurda linguagem vigente fazia vigorar o princípio de que: “Guerra é paz”. Assim está a UE/NATO, quando todos os meses milhares de milhões de euros/dólares são despejados para que ucranianos morram, o país fique destruído, a clique fantoche de Kiev fique mais rica tal como o império militar industrial que governa os EUA, como diz Chris Hedges.

Iludem-nos com a esperança que os russos se revoltem contra Putin, uma “revolução colorida” e o país volte aos “bons temos” de miséria, guerras separatistas… e ricas negociatas para oligarcas e transnacionais. Quanto custam aos países da UE e NATO as sanções à Rússia? Quando já perdeu a UE por não importar petróleo e gás russo? Os media vão entretendo a “malta” que Zeca Afonso dizia que é preciso avisar, com a pastilha elástica marca Galamba.

A burocracia de Bruxelas e do BCE em vez de fazer contas e justificar-se perante os povos - obrigação democrática - está estupidamente a preparar uma nova ronda de sanções contra a Rússia, visando empresas e países que considerem estar a ajudar o Kremlin a evitar a extensa lista de sanções impostas. Isto é a UE permite-se sancionar entidades fora da sua jurisdição, tal como os EUA. Não lhe chega a guerra iniciada em 2014 (com o “fuck UE… da “sra.” Nuland), querem de acordo com Orwell entrar em guerra com o resto do mundo, a começar pela China! Ou são estúpidos ou estão loucos.

Para Robert Kennedy Jr, concorrente à indicação democrata nas eleições presidenciais dos EUA: "Todas as decisões que os Estados Unidos tomaram desde o início foram prolongar a guerra, maximizar a sua crueldade e ser absolutamente intransigente diante das muitas oportunidades de resolver a guerra.” "O que estamos fazendo na Ucrânia é mau para o povo ucraniano. Somos nós que matamos 300 000 soldados ucranianos e 40 000 civis.” (A Ukraine Watch  06 e 08/05) Estes números não têm confirmação noutras fontes.

Mas valeu a pena? Claro que sim, tal como as mortes no Iraque (e em outros lugares): “Desde 2014, em troca de empréstimos do FMI, a Ucrânia anulou a proibição da propriedade privada da terra. Foi assim que a BlackRock & Vanguard possuem 60% de TODAS as terras agrícolas da Ucrânia. Como diz certo fado: “Que alegria, por uma lágrima tua, me deixaria matar.”...

Por isso é preciso manter a ilusão na vitória e de que a UE/NATO está a lutar pela democracia e liberdade (para quem?). Diz o sr. Janusz Bugajski, analista político norte-americano (os de cá repetem…) “O declínio económico, um orçamento cada vez mais apertado, um regime personalista sem linhas de sucessão e uma derrota militar iminente na Ucrânia desencadearão conflitos na Rússia." (CNN Portugal 08/05)

Mas a Rússia é um osso difícil de roer. O esgotamento das forças ucranianas e mercenários aliados ocorre face à crescente convicção que o tempo está a favor da Rússia. As FAR realizam diariamente ataques a campos militares ucranianos e depósitos de armas e munições. A contraofensiva da primavera está comprometida. A defesa aérea ucraniana tem muito reduzida eficácia, levando a pesadas perdas entre a FAU e a infraestrutura militar.

Não falando nos efetivos, as armas fornecidas não são nem em quantidade nem qualidade capazes de alcançar uma situação positiva para a UE/NATO. Segundo o piloto veterano da FA dos EUA, John Venable: Os F-16 não podem superar os sistemas de defesa aérea russos.

Os mísseis táticos HIMARS tornaram-se ineficazes face às contramedidas russas. O mesmo se passa com a defesa aérea Patriot que não será entregue em quantidade significativa. As defesas aéreas ucranianas estão cada vez mais esgotadas, substituir a rede S-300 por Patriots permanece inviável, até porque o histórico de desempenho dos Patriot contra ataques mais básicos do que os da Rússia, coloca a sua eficácia em questão.

O potencial militar da NATO cai. O Corriere della Sera informou que a capacidade de defesa da Itália caiu para um nível crítico devido ao fornecimento de armas à Ucrânia. Os Estados Unidos responderam não poder ajudar de momento porque as dificuldades são comuns a (quase) todos os países da UE.

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas polacas, Rajmund Andrzejczak, alertou que a Ucrânia estava numa posição muito mais difícil para sustentar o esforço de guerra da Rússia, em parte devido ao fracasso dos esforços de guerra económica ocidentais para paralisar a economia russa, e que muitos líderes ocidentais não perceberam o quão longe a Ucrânia estava de vencer a guerra. 

De acordo com um estudo da Brookings Institution dos EUA, o número de pessoas que estão confiantes na vitória de Kiev é de 26%. Ao mesmo tempo, a maioria dos entrevistados (54%) pede que o apoio a Kiev seja limitado a um ou dois anos, após o que deve ser retirado. A disposição do público dos EUA de arcar com os custos do apoio a Kiev diminui face ao aumento dos preços da energia e à inflação. (A Ukraine Watch  04/05).

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