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22 de maio de 2023

Como vai a ofensiva de primavera?

 Dentro de um mês começa o verão e a ofensiva da primavera, efetivamente da NATO na Ucrânia, resume-se a ações irrelevantes até do ponto de vista tático e outras que estão mais próximo do terrorismo do que de desempenho militar. Servem para a propaganda.

Excluindo os papagaios comentadores, as dúvidas surgem nos meios militares. Segundo o general Mark Milley presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA até 3 de março de 2023, é improvável que o conflito na Ucrânia termine este ano, Kiev não conseguirá realizar seus objetivos políticos neste meio tempo. O ministro dos Negócios Estrangeiros do RU, James Coverl, diz, no Atlantic Council que “temos de reconhecer que pode não haver um avanço simples, rápido e decisivo."  Telegram: Contact @intelslava

O secretário-geral da NATO, Stoltenberg, afirmou que as forças russas não devem ser subestimadas, destacando que os russos foram capazes, entre outras coisas, de criar linhas defensivas significativas para repelir uma "contra-ofensiva planeada" pelas forças ucranianas. Também o inspetor-geral da Bundeswehr, Carsten Breuer, afirmou após uma visita à Ucrânia que ainda não há condições para uma ofensiva em grande escala mas os preparativos para isso estão em andamento. (Intel Slava Z – Telegram 10/05) Para o The New York Times apesar de dezenas de milhar de milhões de dólares em armas, as FAU carecem de equipamento militar, projéteis de artilharia, veículos blindados e sistemas de defesa aérea.

Ao que parece, a NATO prepara o terreno para explicar o fracasso de uma contra-ofensiva sensacionalista. O que não admira tendo em conta que a Rússia tem procedido sistematicamente à destruição do armamento que a NATO fornece para a guerra na Ucrânia. Em maio os ataques intensificaram-se nos locais de acumulação de tropas e equipamentos. As principais direções dos ataques têm sido as regiões de Zaporozhye, Kherson, Nikolaev, Odessa.

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, desde o início da operação militar, o número de equipamentos ucranianos destruídos era: 424 aeronaves; 231 helicópteros; 4117 UAVS; 421 sistemas de mísseis antiaéreos; 9119 tanques e outros veículos blindados; 1 100 MLRS; 4 806 canhões de artilharia de campanha e morteiros; 10 167 veículos militares especiais. (A Ukraine Watch  13/05)

Logo no início de maio foram destruídos um trem ferroviário com 200 toneladas de munições; duas divisões de defesa aérea S-300; o local de produção de Grom-2 (mísseis balísticos táticos); depósitos e locais de produção da munições atingidos. (A Ukraine Watch 04/05)

As FAR procederam a grandes ataques, como habitualmente escamoteados pela propaganda, em Pavlogrado, com a destruição do quartel dos guardas nacionais; Kramatorsk, Kupyansk, Krasnoliman, Donetsk, Kherson, South Donetsk e Zaporozhye. Incluído a perda soldados e mercenários. (A Ukraine Watch 06/05) Também em Khmelnitsky, Lviv, Nikolaev. Nestes ataques, mais de 170 instalações de infraestrutura foram danificadas no território controlado por Kiev.

Ataques com mísseis prosseguiram com intensidade, destacando-se ainda em Petropavlovka, na região de Dnipropetrovsk, um ataque a destacamento das FAU e armazéns. Num ataque em Kharkiv uma instalação de infraestrutura de transporte foi danificada. Em Ternopil o incêndio foi tão intenso que não há dúvida de que atingiu um grande depósito de munições ou combustível e lubrificantes. Além disto a fábrica de reparações ferroviárias, usada para consertar equipamentos militares foi também atingida. A empresa de energia ucraniana DTEK disse que 75% de sua geração térmica foi danificada. São necessários cerca de 150 milhões de dólares para restaurá-lo. Doze mil km de linhas de transmissão de energia e quase 4 000 subestações de distribuição também precisam reparação. (A Ukraine Watch  14/05)

Na noite de 18-19/05 registaram-se mais explosões nas regiões de Kyiv; Krivoy Rog; Lviv; Rivne; Volyn; Khmelnitsky; Nikolaev; Odessa. Grandes depósitos de equipamentos e efetivos foram atingidos.

Estes ataques têm esgotado seriamente as reservas das FAU totalmente dependentes da NATO. O objetivo imediato é o de reduzir as hipóteses da prevista contraofensiva ser bem-sucedida. Que as FAU estão a ficar sem recursos para a guerra, é uma evidência dado os constantes pedidos de equipamentos por Zelensky.

Agora a insistência é na entrega de F-16 necessários para a ofensiva. O que significa a confissão do seu adiamento. Não é difícil prever o destino que vão ter quando assentarem nos aeroportos. Note-se que baterias Patriot já foram destruídas… O que representa uma grave derrota da NATO, de que é necessário tirar as devidas conclusões. O mais espantoso (ou talvez não…) é o facto das forças de Kiev não serem capazes de defesa aérea - nem manterem Bachmut - e Zelensky, com a UE/NATO por trás, continuar a dizer que negociações só com a derrota da Rússia.

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