Dois textos um do jornalista Bruno Carvalho e outro do Gen Raul Luís Cunha sobre a caça às bruxas do senhor reitor dito magnífico
1 Bruno Carvalho ,
Sobre as acusações dos dois activistas ucranianos contra o professor Vladimir Pliassov, coordenador do centro de estudos russos da Universidade de Coimbra, importa ouvir as palavras do reitor. Até ao momento ainda não explicou porque é que decidiu prescindir dos serviços do professor sem qualquer abertura de inquérito para averiguar se havia motivos para afastar Vladimir Pliassov, mas em declarações à imprensa teceu algumas afirmações que desmentem parte das acusações. Os activistas disseram que o curso era financiado pela Fundação Russkiy Mir. À Rádio Renascença, o reitor explicou que, até 2022, o centro de estudos recebeu fundos públicos da Rússia através da Fundação Russkiy Mir, uma espécie de Instituto Camões, e acrescentou que foi uma situação que terminou no ano passado. "Foi uma ordem direta minha e a própria reitoria se substitui à Rússia no apoio ao centro", afirmou Amílcar Falcão. Por outro lado, numa lista de 66 autores russos sugeridos pelo professor russo, os activistas indignaram-se com a presença de seis: Eduard Limonov, Zakhar Prilepin, Sergei Shargunov, Sergei Lukyanenko, Maria Arbatova e Valentin Rasputin. Entre os restantes 60 autores, há escritores nascidos na Ucrânia e escritores anti-soviéticos e pró-ocidente como Alexander Soljenítsin. Outras das acusações prende-se com a utilização das fitas com cores de São Jorge. Na verdade, estas cores apareceram durante o período imperial russo e são associadas sobretudo à participação da União Soviética na Segunda Guerra Mundial. É certo que passou a ser usada pelos pró-russos durante a guerra civil no Donbass mas é como dizer que se deve proibir as comemorações de um dia relativo a um acontecimento histórico com mais de meio século como o Dia da Vitória porque a Rússia invadiu a Ucrânia. A fita de São Jorge é um símbolo da cultura russa e seria nesse contexto que era dado nas aulas de russo. Para além disso, os activistas ucranianos queixam-se de que nas aulas de russo podiam encontrar-se "imagens da bandeira russa, fotografias do Kremlin e outros símbolos do Estado russo, e referências à Igreja russa". Imagine-se o escândalo que seria encontrar imagens da bandeira portuguesa ou espanhola e fotografias do Palácio de Belém ou do Palácio Real, em Madrid, e imagens de igrejas portuguesas e espanholas em aulas de português e espanhol no estrangeiro. Os dois activistas acusam ainda o professor russo de distribuir material com fotografias de voluntários de “Transcarpathia Ucrânia”, “Sul Ucrânia” e “República Popular de Donetsk (RPD)” como entidades geográficas separadas e válidas. Destas acusações, não encontrei, até ao momento, nenhuma prova. Mas, de facto, o que parece mais sensível em toda esta história não são tanto as acusações, a maioria baseada apenas em generalidades russofóbicas, mas a falta de abertura de uma investigação para averiguar se alguma destas acusações constitui matéria de facto para prescindir dos serviços de alguém. Porque em última instância pode chegar-se à conclusão de que havia que dispensar Vladimir Pliassov por motivos políticos. Mas, então, devia assumir-se essa como a razão principal deste caso. Em Portugal, há inúmeras fundações e institutos de países estrangeiros que promovem a cultura dos seus países e que têm, naturalmente, não apenas objectivos culturais mas também económicos, políticos, etc. Em tempo de caça às bruxas, cabe às autoridades evitar que apontar o dedo a alguém sirva de prova suficiente para a lançar na fogueira.
2 Maj General Raul Luís Cunha .
1 comentário:
Bom dia
Depois de ter conhecimento da atitude deste reitor cujo titulo acho exagerado pois mais me parece um daqueles rafeiros que só têm tamanho e se o dono precisar deles fogem.
Pena que os Portugueses oiçam muito mais mentiras nas Tvs com tantos "comendadeiros feitos por encomenda" na sua maioria nem conhecem o terreno nunca o viram e de guerra só conhecem faca e garfo nada mais, talvez fosse bom que como "jornalistas" que dizem ser tivessem os ditos no sítio e fossem verdadeiros, pois por muitas mentiras que digam e enviem aqueles que acreditam neles nunca conseguem apagar a História.
Força bom trabalho e FASCISMO NUNCA MAIS
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