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16 de janeiro de 2024

A morte de Gonzalo Lira

 A morte de Gonzalo Lira é outro caso a acrescentar a Julian Assange, Chelsea Manning, Edward Snowdown (refugiado na Rússia), e tantos outros, que mostram o entrosamento do imperialismo com a extrema-direita, os neofascismos e mesmo no caso da Ucrânia, e de certo modo os Estado Bálticos, com o neonazismo. Tudo isto tem sido escamoteado pelos media, e nem sindicatos de jornalistas, nem presunçosas organizações como HRW ou os Repórteres Sem Fronteiras, sempre à procura ou a inventarem questões em Cuba, China, Venezuela, Rússia, etc., tiveram uma palavra neste sentido.

Gonzalo Lira López, foi novelista, jornalista, diretor cinematográfico. Nasceu nos Estados Unidos, filho de pais chilenos, em 29 de fevereiro de 1968, morreu em 12 de janeiro de 2024, após meses de abuso e negligência médica, numa prisão ucraniana. Uma nota manuscrita de Lira detalhou seus problemas de saúde, incluindo pneumonia dupla, pneumotórax e edema grave, alegando negligência e falta de assistência médica na prisão.

Todos aqueles que falam a verdade ao poder de Kiev, como Gonzalo Lira, fazem-no por sua conta e risco. Eles são “heróis” exatamente porque arriscam suas vidas e às vezes as perdem. Gonzalo não foi o primeiro e não será o último. Uma zona de guerra sob ocupação nazista é um lugar extremamente perigoso. Gonzalo não merecia de forma alguma o que lhe aconteceu, mas cometeu um erro fatal subestimando a maldade de seus inimigos." (Geopolítica ao vivo – Telegram 13/01)

O milionário Elon Musk e o apresentador da Fox News Tucker Carlson defenderam a sua libertação, chamando a atenção internacional para o seu caso, realçaram as preocupações sobre o declínio da saúde de Gonzalo Lira durante a sua prisão na Ucrânia, expressando insatisfação com a aparente falta de assistência da Embaixada dos EUA. mas foram ignorados.

O pai de Gonzalo Lira procurou que a embaixada dos EUA interviesse, contra esta "prisão política", lutando para impedir a "morte lenta do filho". Os media dos EUA em vez de apoiarem a liberdade de expressão de um seu cidadão apenas comemoraram a sua prisão com o argumento de que estava ao serviço de Putin. O Departamento de Estado dos EUA, por sua vez, se recusou-se a responder a perguntas sobre o desaparecimento de um americano nas mãos de um governo financiado por Washington.

Lira vivia em Kharkov, na Ucrânia, há vários anos. Após fevereiro de 2022, ganhou notoriedade com o seu blog sobre a guerra. Sua análise da operação militar russa e as duras críticas ao governo ucraniano transformaram-no num dos principais alvos do grupo de apoiantes de Kiev.

No 1º de maio de 2023, agentes de segurança do Estado ucraniano prenderam Lira pela segunda. Acusado do crime de justificar "a agressão armada da Rússia" e disseminar "falsas notícias sobre a guerra", podendo ser condenado até 13 anos de prisão. Além de Lira tinham sido detidas outras dez pessoas acusadas de "agitadores internet".

Lira contestou a versão do governo ucraniano sobre as narrativas do massacre de Bucha, em março de 2022 e o míssil na estação ferroviária de Kramatorsk, em abril 2022. Embora tanto o Chile quanto os Estados Unidos tenham a liberdade de expressão consagrada em suas Constituições, nenhum dos governos emitiu um comunicado sobre a prisão de Lira. Reportagens sobre a prisão de Lira apresentaram-no como antissemita e "misógino.

O pai de Lira disse ao The Grayzone que temia que seu filho estivesse sendo torturado e não conseguisse dormir normalmente: "Só posso dizer que esse episódio marcou a minha vida porque estou vivendo a morte lenta de um filho." Ele duvida que o filho seja solto: “Zelensky e seus bandidos não lutam pela democracia e pela liberdade, lutam para se manter no poder com as bênçãos de Biden." "Ele sente que os cidadãos ucranianos não estão sendo informados da verdade sobre os resultados da guerra enquanto a Ucrânia está sendo destruída. Gonzalo não pode ser acusado de ser um propagandista ou agente russo, ele simplesmente expressou abertamente aos seus quase 300 mil seguidores suas impressões sobre a guerra. Ele nunca entrou em contato com um soldado russo nem com um agente russo. Como cidadão americano que vive no país onde vivem seus dois filhos, expressou seu direito de expressão."

Antes mesmo da prisão Gonzalo já estava preso na sua própria casa. "Gonzalo foi literalmente sequestrado pela SBU", Após a primeira prisão em abril de 2022, "e depois de uma semana de interrogatórios cruéis, ele foi libertado em prisão domiciliar." A autoridades ucranianas não tinham nenhum documento que realmente acusasse seu filho de um crime na época. "O SBU destruiu todos os seus equipamentos de comunicação e apreendeu o seu passaporte". "A Ucrânia promulgou leis que criminalizam a dissidência, permitem que o Zelensky proíba os partidos políticos da oposição e nacionalize os media.

"Para o governo dos EUA, bastaria um telefonema para Zelensky para libertar Gonzalo", "O mundo sabe que Zelensky é um fantoche dos EUA, mas ele não respeita o direito de um cidadão americano de exercer sua liberdade de expressão."

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