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7 de janeiro de 2024

Riscos e esperanças das mudanças geopolíticas

 O mundo está a viver tempos turbulentos, cujos riscos maiores são as guerras iniciadas pelos EUA, que poderão desencadear uma Terceira Guerra Mundial. Contudo é o alargamento dos BRICS a saída para esta loucura. Em termos geopolíticos os EUA tornaram-se o Império do Caos: o seu objetivo é dinheiro e poder a todo custo. Apesar disto os EUA vão numa direção politicamente errada, em que cerca de 73% dos cidadão discordam do que se passa, num país profundamente polarizado, em risco graves confrontos, na opinião do especialista. afirma o analista geopolítico indiano S. Kanthan.

O mundo acordou e distancia-se dos EUA, especialmente o Sul Global. A rápida ascensão da Ásia ao longo dos últimos anos provou o óbvio: a paz, a cooperação, o comércio, etc., são bons para as nações. Neste processo, a desdolarização está em curso. Um dos principais objetivos do BRICS é o uso de moedas locais ou um pacote de moedas para o comércio. Isto garantirá que nenhum país está acima dos outros e não haverá intimidação através de sanções unilaterais. Os EUA serão forçados a reaprender conceitos como diplomacia, comércio livre e soberania.

A hegemonia unipolar americana não pode portanto durar para sempre, tal como as moedas de reserva globais. As elites dos EUA e seus vassalos (UE/NATO…) não entendem que os impérios sobem e descem. Um em cada três países da ONU optou pela desdolarização. Pelo menos 68 membros da ONU apoiaram abertamente o processo de desdolarização ou declararam que estavam a tomar medidas nesse sentido.

Os apelos mais decisivos para a eliminação do dólar vieram de políticos cujos países são membros de grandes organizações regionais, como a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e os BRICS.

Os EUA têm preocupações na sua fronteira sul pela pressão da migração. Emigração que se tornou praticamente sem controlo, desde o Tratado Norte-Americano de Comércio Livre (NAFTA). Na política externa as preocupações aumentam. A ascensão da China é considerada uma ameaça; submeter a Rússia revelou-se um fracasso, mas continua a enviar "uma enorme quantidade de dinheiro" para a Ucrânia. Em que é que tudo isto tem beneficiado o povo dos EUA é a questão.

O império vê as suas conquistas abaladas. O governo iraquiano prepara o encerramento da missão da coligação liderada pelos EUA no país. Um ataque dos EUA em Bagdade, provocou a ira dos grupos alinhados com o Irão, que exigiram que o governo acabasse com a presença da coligação no Iraque.

Os EUA encontram-se numa situação em que a sua hegemonia de 50 anos no Médio Oriente está “agora a ser desafiada”, disse à Sputnik Scott Bennett, antigo oficial de guerra psicológica do Exército dos EUA e analista de contraterrorismo do Departamento de Estado. Segundo ele, a América enfrenta atualmente "uma maior deterioração em todo o Médio Oriente: o ataque terrorista em Kerman [Irão], os ataques Houthi em curso no Mar Vermelho e outras ameaças aumentam as tensões na região".

O governo dos EUA, está a contrair empréstimos de mais de 2 milhões de milhões de dólares por ano. Simplesmente não é sustentável. É uma economia fictícia, construída sobre um castelo de cartas. A razão pela qual o dólar tem estado bem em relação ao resto das outras moedas até agora é por causa das altas notas atribuídas pelo FED e FMI... Mas os EUA estão a pagar algo como 1 milhão de milhões de dólares por ano apenas sobre os pagamentos mínimos da dívida existente. E quando se combina isto com os esforços de desdolarização em andamento no resto do mundo, é uma situação muito, muito má para os EUA”, diz S. Kanthan.

Os EUA têm vivido num mundo de fantasia desde a Segunda Guerra Mundial, mas isto está a chegar ao fim. Se olharmos para os dez portos marítimos de contentores mais movimentados, sete deles estão na China e mais um ou dois estão na Coreia do Sul e em Singapura. Todo o comércio acontece no lado leste do mundo. Portanto, seja qual for a forma como se corta o bolo, os EUA estão a perder a sua preeminência. O poder mudou-se para o Leste”.

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