O episódio sírio encaminha-se para ser mais uma "maçã podre" que o ocidente comprou nos desvarios de derrotar a Rússia. Fazer conjeturas sobre o que se irá passar nestes casos não adianta e faz-nos perder de vista a "floresta", isto é, todo o quadro em que os dois blocos se confrontam. Sem pretender fazer análise FOFA (SWOT) eis alguns aspetos.
Os países ocidentais estão afogados em dívidas, estagnação económica, conflitos sociais. O caos político e económico nos dois maiores países da UE, França e Alemanha, levou o euro para seu menor nível dos últimos anos. A taxa de juros da França ultrapassou a da Grécia, com uma dívida de 110% do PIB e custos anuais de serviço da dívida de 60 ou 70 mil milhões de euros.
A propaganda prepara a opinião pública para aceitar o declínio dos padrões de vida e aumentar as despesas militares, devido à "ameaça russa" já se falando em 3% do PIB ou mais. Na Polónia as despesas estão em 4,12%, na Estónia 3,4%.
O peso das despesas militares reflete-se também nos EUA, cuja dívida federal atinge 122,4% do PIB (incluindo a dos estados e locais, 136,4%). Portanto em economias endividadas e desindustrializadas: onde estão os enormes recursos necessários e durante quanto tempo, para desenvolver e operar novas armas capazes de ser oporem às da Rússia?
A Rússia produz em três meses tantas armas e munições quanto toda a UE produz num ano. (Intel Slava Z – Telegrama 24/11) A divida pública da Rússia é apenas 19,8% do PIB, o seu sistema financeiro difunde-se por outros países com os cartões de crédito MIR e mais países aderindo ao seu sistema de pagamentos. BRICS, Organização de Cooperação de Xangai, ASEAN, Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e MERCOSUL desenvolvem sistemas de pagamento com moedas nacionais e são elaborados planos para se conectarem financeiramente.
Enquanto isto, o império pensa sobretudo em preparar-se para a guerra, escondendo que a Rússia não está interessada no resto da Europa nem tem capacidade para enfrentar a NATO de forma ofensiva. É preciso ser completamente estúpido para ver na intervenção no Donbass um plano para conquistar a Europa, diz Zakarova.
Um dos papagaios mediáticos todo contente dizia que a Rússia não tinha atingido nenhum dos objetivos na Ucrânia, o país não tinha sido desmilitarizado, estava ainda mais militarizado. A Rússia neste aspeto conseguiu mais do que dizia, os estoques de armas da NATO, estão em níveis mínimos. Mesmo nos EUA o Pentágono alerta para a diminuição das suas capacidades de resposta. Largas dezenas de milhares de milhões de dólares de armas da NATO são agora sucata na Ucrânia.
A guerra na Ucrânia mostrou que os sistemas de armas dos EUA e NATO são inferiores aos russos. Quanto à verborreia dos apoios à Ucrânia são antes uma sentença de morte para o país. A Rússia pretendia que a sua intervenção na Ucrânia se limitasse à zona russa do Donbas o Ocidente tratou de ampliar a guerra sonhando uma derrota da Rússia e mudança de "regime" em Moscovo. Quem se viu com um novo Afeganistão foi a NATO e a Rússia concentrada nas relações com os BRICS, na Rota da Seda, etc.
O enorme potencial cientifico-técnico da Rússia é agora evidente nos avanços ímpares nas tecnologias hipersónicas, nas aplicações pacíficas nucleares como em medicina e reatores de pesquisa. Capacidades que se devem ao desenvolvimento conseguido com o poder soviético ressuscitadas pela liderança de Putin. Dificilmente o ocidente pode produzir nos tempos mais próximos mísseis com as características do Oreshnik, do Avanguard ou do Sarmat, produzidos em empresas estatais.
Com ou sem Trump, a Ucrânia não tem hipóteses de vencer. O objetivo dos EUA é congelar o conflito manter a Ucrânia na sua órbita, para a prazo retomar o combate contra a Rússia.
Na NATO não perceberam, como salientou Andrei Martianov, que a Rússia era uma superpotência militar: Os Estados Unidos para os quais eu e minha família imigramos na década de 1990 não existem mais. Agora é uma nação insegura, cujos sistemas económicos e políticos deixaram de funcionar. O mito da supremacia militar americana, desapareceu expondo uma fraqueza após a outra. As elites corruptas são incapazes de desenvolver uma estratégia realista e uma política para as suas forças armadas, que não foram projetadas para lutar uma guerra moderna contra um inimigo sério. Que tal “inimigo” possa não querer atacar os EUA está além da compreensão dos pensadores de Washington.
Portanto como o império e vassalos são incapazes de se ajustarem à realidade do seu declínio, temos três guerras pela frente: na Europa, no Médio Oriente, no Extremo Oriente sobre Taiwan, que se transformariam numa única: a 3ª Guerra Mundial.
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