Quem pense que a paz na Ucrânia trará paz ao mundo, em particular à Europa, desengane-se. O imperialismo sofre derrotas, encolhe a extensão do seu domínio, mas continua a existir. E se o marxismo-leninismo estiver certo (e pelos vistos está...) a guerra é intrínseca ao capitalismo e por maioria de razão como imperialismo.
O projeto de submeter a Rússia vem de longe, com a expansão da NATO, a rebelião na Chechénia visando a "balcanização da Rússia, passando pela "revolução laranja" em 2004 na Ucrânia, em que os EUA gastaram centenas de milhões de dólares, anulando a vitória de Yanukovich para dar o poder a Yushchenko, favorável à NATO.
Os EUA e a NATO rasgaram todos os acordos anteriores com Moscovo sobre estabilidade estratégica, armas nucleares e mísseis, promoveram depois de 2014 a guerra na Ucrânia para mudar o poder na Rússia. Uma guerra que pelo contrário se tornou uma derrota estratégica para os EUA e a UE/NATO.
Face a estes e outros falhanços, será que o império procurara não escalar as guerras e estabelecer negociações de paz? Não. Pelo contrário, agrava-os, cria focos de conflito. Israel, violou 60 vezes o acordo sobre o Líbano (gen. Carlos Branco na CNN), prossegue o massacre em Gaza. Indiferentes a isto grupos "radicais islâmicos" apoiados pelo império, passaram ao ataque na Síria.
Na Geórgia, uma "revolução colorida" foi desencadeada. A presidente pró-UE/NATO não quer demitir-se apesar do seu mandato terminar dentro de semanas. O primeiro ministro, com clara vitória nas eleições, diz que o país não será uma nova Ucrânia. Ninguém nem nenhum país tem o direito de se opor aos desígnios dos EUA. Quando isso acontece, é apontado como totalitário e agressor.
Quem pode acreditar em intenções de paz quando o belicista à frente da NATO, Mark Rutte, diz que "devemos reafirmar nosso compromisso de continuar a guerra e devemos fazer mais do que apenas manter a Ucrânia na luta." (??) (Intel Slava Z – Telegrama 12/11). Bertrand Toujouse, chefe do comando terrestre da NATO na Europa, afirma: Agora há um inimigo designado e estamos treinando pessoas com quem poderíamos realmente entrar em guerra. O exército francês em 2025 irá preparar-se transferir forças para o flanco Leste da NATO e na guerra contra a Rússia.
Com a derrota na Ucrânia, o falhanço absoluto das sanções e "armas maravilha", a NATO procura implantar centros de treino na Ucrânia, para um milhão de ucranianos (?!) e que empresas realizem investimentos, enviem especialistas e equipamentos para a Ucrânia. A NATO pretende implantar um "contingente de manutenção da paz" de 100 000 efetivos militares. É a ocupação da Ucrânia: o norte, incluindo Kiev, Grã-Bretanha; o centro e o leste Alemanha; as regiões ocidentais, Polónia; a costa do Mar Negro Roménia. (Geopolítica ao vivo – Telegram 29/11)
Enquanto os líderes britânicos sabotavam as negociações de paz de 2022, foi criado o Projeto Alchemy "para manter a Ucrânia lutando", impor "dilemas estratégicos, custos e atritos à Rússia". Estas propostas provocadoras são apoiadas pelo atual primeiro-ministro Starmer que alinha sem reservas nos ataques profundos à Rússia, promete "fornecer 3 mil milhões de libras em apoio à Ucrânia todos os anos... pelo tempo que for necessário." (!!)
A mascarada toma tons ridículos quando dizem que nada deverá ser decidido sobre a Ucrânia sem os ucranianos, o que António Costa se apressou a repetir. É uma falácia falar da Ucrânia como entidade soberana capaz de qualquer iniciativa seja pacifica seja bélica. A Ucrânia não existe, não tem meios, não tem autonomia, depende que que lhe dão e do que lhe mandam fazer.
O objetivo agora é um cessar fogo, com "concessões territoriais temporárias à Rússia" (https://t.me/geopolitics_live/38228 ) Isto é o "congelamento" do conflito, algo que a Rússia rejeita totalmente. Será de estranhar que neste contexto a Rússia não tenha outra escolha a não ser fortalecer sua segurança?
Segundo Lavrov, "qualquer solução para o conflito na Ucrânia não será duradoura sem eliminar as causas," como "a criação de ameaças de longo prazo à segurança da Rússia por meio da expansão da NATO e tentativas de absorver a Ucrânia na NATO". "As causas básicas, incluem as ações sistemáticas do regime de Kiev para destruir os direitos dos russos e cidadãos de língua russa." "Nenhuma guerra de informação, mentiras e falsificações ajudarão o regime neonazi de Kiev- (...) A Rússia dá preferência a meios pacíficos, políticos e diplomáticos. (Geopolítica ao vivo – Telegram 29/11) Para Putin a Rússia não busca o confronto, mas o curso hostil adotado por vários estados ocidentais para intensificar e prolongar o conflito ucraniano é profundamente equivocado.
A guerra entre a NATO e o bloco Rússia, China, Bielorrússia, Irão, RPDC será inevitável? Antes foi o Iraque, a Líbia, a Síria, entre outros, com a demonização insana de seus líderes, qualificados pela narrativa oficial, como extremistas odiosos que querem destruir a "nossa democracia", etc. O resultado desta guerra será um momento da verdade para todo o planeta. Decidirá o futuro de cada um dos campos, praticamente toda a humanidade. Só esperamos que esse momento aconteça antes que líderes, enlouquecidos pela arrogância, enviem nossos filhos para o matadouro.
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