"Esperamos
que o último, algumas semanas atrás, o sinal com o novo sistema de
armas chamado Oreshnik tenha sido levado a sério", disse o ministro na
entrevista veiculada nesta quinta-feira (5).chanceler reiterou que a "Rússia não começou uma guerra" e
que o país prefere soluções pacíficas que respeitem o interesse
legítimo de segurança da Rússia e os interesses e direitos das pessoas
que vivem na Ucrânia, inclusive os russos que habitam o país vizinho.
"[O
presidente russo, Vladimir] Putin disse repetidamente que começamos a
operação militar especial para acabar com a guerra que o regime de Kiev
estava conduzindo contra seu próprio povo na região de Donbass. E apenas
em sua última declaração, o presidente Putin indicou claramente que
estamos prontos para qualquer eventualidade".
Lavrov também apontou que uma fala de Thomas Buchanan, contra-almirante do Comando Estratégico dos Estados Unidos, "permite uma eventual troca de ataques nucleares limitado". Entretanto, o chanceler afirmou que a Rússia não gosta da ideia de pensar em uma guerra com os EUA, que teria caráter nuclear.
"Nossa
doutrina militar diz que o mais importante é evitar uma guerra nuclear.
E fomos nós, a propósito, que iniciamos em janeiro de 2022 a mensagem, a
declaração conjunta dos líderes dos cinco membros permanentes do
Conselho de Segurança dizendo que faremos qualquer coisa para evitar o
confronto entre nós, reconhecendo e respeitando os interesses e preocupações de segurança uns dos outros. Essa iniciativa foi nossa".
Ocidente não se preocupa com direitos humanos da população russa?
O chanceler recordou e trouxe para a conversa o momento em que o Ministério das Relações Exteriores e o
presidente Putin estiveram
prontos para negociar a questão ucraniana com base nos princípios que
foram acordados em Istambul, mas "rejeitados por Boris Johnson [então
primeiro-ministro do Reino Unido], de acordo com a declaração do chefe
da delegação ucraniana", disse.
A
Rússia, segundo o ministro, preza por uma negociação que inclua um
acordo que respeite "o interesse legítimo de segurança da Rússia e as
pessoas que vivem na Ucrânia, que ainda vivem na Ucrânia sendo russos".
Lavrov diz que Rússia está aberta a negociações, mas exige respeito a seus interesses legítimos de segurança
O
ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou que
a operação militar russa na Ucrânia foi iniciada como uma tentativa de
encerrar a "guerra… pic.twitter.com/HCuq2YwbUm
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Dessa
forma, declarou a legislação do regime de Kiev que "proíbe a língua
russa, a mídia russa, a cultura russa, a Igreja Ortodoxa Ucraniana"
inadmissível, salientando que a Ucrânia viola a Carta da ONU e o
Ocidente não se manifesta sobre.
"O
Ocidente (desde que essa ofensiva legislativa russofóbica começou em
2017) ficou totalmente em silêncio e está em silêncio até agora, é claro
que teríamos que prestar atenção a isso de uma forma muito especial",
argumentou.
Segundo
Lavrov, os países ocidentais, em qualquer conflito se manifestam sobre
direitos humanos violados. Entretanto, "nunca murmuraram as palavras
'direitos humanos', vendo esses direitos humanos para a população russa e
de língua russa", acrescentou.
Biden quer deixar 'o pior legado possível' para Trump, diz chanceler russo
Em relação aos EUA, Lavrov salientou que Moscou gostaria de ter "relações normais" com
Washington, e lembrou que o presidente Putin expressou repetidas vezes
respeito pelo povo e pela história dos norte-americanos.
"Não vemos nenhuma razão pela qual a Rússia e os Estados Unidos não possam cooperar pelo bem do universo", abordou.
Já sobre a
troca de comando nos EUA,
o ministro russo afirmou ser evidente que "o governo Biden pretende
deixar o pior legado possível para o governo [do presidente eleito,
Donald] Trump".
Lavrov
lamentou que durante o primeiro governo Trump, seu antecessor na Casa
Branca, o ex-presidente Barack Obama, criou uma indisposição
diplomática.
Lavrov destaca Trump como líder forte, mas rebate rótulo de 'pró-Rússia'
Em
entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, o ministro das
Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, compartilhou sua visão
sobre as relações entre Moscou e Washington, destacando… pic.twitter.com/xuuWaJBSpB
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"O
presidente Obama expulsou diplomatas russos. Bem no final de dezembro,
120 pessoas com familiares. Fez isso de propósito. Exigiu que eles
saíssem no dia em que não havia voo direto de Washington para Moscou.
Então eles tiveram que ir para Nova York de ônibus com toda a bagagem,
com crianças, e assim por diante", mencionou.
Para
o chanceler, Biden tenta repetir o episódio de afastar "um início
promissor" entre a administração Trump e o governo russo ao insistir em
alongar o conflito na Ucrânia.
Perguntado sobre suas impressões sobre o presidente eleito dos EUA, Lavrov destacou que vê Trump como uma "pessoa forte, que quer resultados e que não gosta de procrastinação".
"Isso
não significa que ele seja pró-Rússia como algumas pessoas tentam
apresentá-lo. A quantidade de sanções que recebemos sob o governo Trump
foi muito grande", salientou o chanceler.
'Os EUA não estão acostumados a respeitar a igualdade soberana dos Estados', afirmou Lavrov
Ao
repórter norte-americano, o chanceler russo apontou diferenças
importantes entre Moscou e Washington em suas abordagens internacionais.
O ministro disse que os EUA usam a ideia de "ordem mundial baseada em regras" como pretexto para tentar manter sua hegemonia, enquanto a Rússia luta por interesses legítimos de segurança.
"Eles
lutam para manter a hegemonia sobre o mundo em qualquer país, qualquer
região, qualquer continente. Nós lutamos por nossos interesses legítimos
de segurança. Lindsey Graham, que visitou há algum tempo Vladimir
Zelensky para outra palestra, sem rodeios, em sua presença, disse que a
Ucrânia é muito rica em metais de terras raras e eles não podem deixar
essa riqueza para os russos", destacou Lavrov.
Lavrov critica Lindsey Graham e expõe interesses econômicos dos EUA na Ucrânia
As
declarações do senador norte-americano Lindsey Graham sobre a riqueza
de metais da Ucrânia foram alvo de críticas do chanceler russo Sergei
Lavrov, que destacou os interesses econômicos por… pic.twitter.com/ibTM1TE6Y0
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Ainda de acordo com o ministro, Kiev luta "pelo regime que está pronto para
vender ou dar ao Ocidente todos
os recursos naturais e humanos", enquanto os russos lutam "pelas
pessoas que vivem nessas terras, cujos ancestrais estavam realmente
desenvolvendo essas terras, construindo cidades, construindo fábricas
por séculos e séculos".
"Nós
nos importamos com as pessoas, não com os recursos naturais que alguém
nos Estados Unidos gostaria de manter e ter ucranianos apenas como
servos sentados nesses recursos naturais", acrescentou.
No
âmbito das relações internacionais, Lavrov disse preferir como
trabalham o BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai, "onde o
princípio da Carta da ONU de igualdade soberana dos Estados é realmente
incorporado".
'Os EUA não estão acostumados a respeitar a igualdade soberana dos Estados', afirmou Lavrov
O
ministro das Relações Exteriores da Rússia também criticou a abordagem
dos Estados Unidos em suas relações internacionais, acusando Washington
de usar a ideia de "ordem mundial… pic.twitter.com/zepe7puFUK
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"Os
EUA não estão acostumados a respeitar a igualdade soberana dos Estados.
Quando os EUA dizem que não podem permitir que a Rússia vença a Ucrânia
porque isso prejudicaria a ordem mundial deles baseada em regras. E a
ordem mundial baseada em regras é a dominação americana", argumentou.
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