Podemos dizer perigosamente estúpida. O problemas dos manipuladores é que acabam por acreditar na própria manipulação. Convencidos de que lhes compete dirigir o mundo, serem “excecionais” e graças à sua arma mais poderosa, a propaganda, não aceitam que outros poderes não se submetam ao que acham ser seu por direito, talvez divino.
Mark Rutte, agora secretário-geral da NATO diz que a parceria da Rússia com a Coreia do Norte ameaça não apenas a parte europeia da NATO, mas também os Estados Unidos". (Intel Slava Z – Telegrama 07/11). Rob Bauer, presidente do comité militar da NATO, pediu para as empresas se preparem para "um cenário de guerra" e evitarem qualquer tipo de vulnerabilidade perante a Rússia ou a China, "porque, embora possam ser os militares a ganhar as batalhas, são as economias que ganham as guerras.” Nisto tem razão, mas acaba por definir as fragilidades do ocidente.
Estas e outras afirmações do mesmo teor servem depois de mote para comentadores e propagandistas fazerem as suas glosas. Que espécie de mundo esta gente fanatizada com os axiomas "atlantistas" configura ao afirmar que o Irão, ou a China ou a Rússia ameaçam os interesses dos EUA. Então o Irão, a China, a Rússia não têm direito a ter interesses próprios nas suas fronteiras?
Das armas maravilha da NATO aos F-16 (onde param?) e aos ataques "em profundidade estratégica" à Rússia foram passadas para a opinião pública afirmações tão disparatadas como perigosas. Depois da Rússia ser apresentada como um posto de combustível com armas nucleares à "bomba atómica das sanções", passou a ser uma ameaça de invadir a UE/NATO. Esta conversa da qual não é apresentado nenhum facto ou afirmação que o confirme, pretende justificar o reforço do rearmamento e preparação para a guerra, desviando a atenção das crises na UE/NATO e suas causas .
Passaram horas a comentar a muito mal esclarecida intenção de atacar a Rússia em profundidade estratégica, mas só por exceção se mencionou uma possível reação russa. O irrelevante Borrell, ficou todo contente e queria que os 27 apoiassem a decisão. A burocracia da UE e membros do PE ficaram felizes por mais guerra achando que se tratava de "uma decisão há muito esperada". Perante a decisão de um presidente senil agravar o conflito, os vassalos sentiam que o suserano estava outra vez presente.
Esta tão perigosa quanto estúpida satisfação evidenciou a incapacidade dos líderes da UE/NATO avaliarem as consequências dos seus atos. Nem o aviso russo com o Oreshnik, mostrando que nenhuma "arma milagrosa" ocidental é capaz de influenciar o curso das operações os leva a compreender os erros que cometem.
A inconsciência lidera o ocidente. Não ter noção das consequências, representa em psicologia distúrbios ao nível da consciência, visto desligar-se da realidade. Diga-se que nestes casos a intervenção psíquica para aprender a avaliar e lidar com as consequências de seus atos é recomendada. A psicologia diz-nos que estes casos de distúrbio de perceção vivem das aparências nos ambientes em que se inserem. Ao que tudo indica líderes e comentadores deveriam ser objeto de avaliação psíquica sobre as suas capacidades para determinar as consequências de seus atos e afirmações.
Para a Rússia os EUA e a UE/NATO, não merecem nenhuma credibilidade. Sabotaram acordos, conversações de paz, desprezaram propostas sobre segurança coletiva na Europa, ignoram propostas de negociações e, por fim, sentem-se ameaçados...
António Costa foi a Kiev garantir "apoio à Ucrânia face à invasão russa." Como? Cada ATACMS custa 1,5 milhões de dólares (2022), lançados de HIMARS que custam 5,1 milhões (2014), cada Storm Shadow/SCALP, 2,5 milhões de dólares.? Será que os falam em apoios ao regime de Kiev explicam que em 2023, a conta para apoiar Kiev foi de 125 mil milhões e no ano que vem será mais. (Borrell)? (Intel Slava Z – Telegrama 29/11)
A Rússia tem defesas aéreas avançadas, como os sistemas Buk e Tor, que intercetaram com sucesso aqueles mísseis. Devido às entregas a Kiev, os estoques de ATACMS, Storm Shadow e Scalp estão muito reduzidos. Também não têm lançadores de mísseis suficientes que as forças russas têm rastreado e destruído com seus mísseis táticos.
Para a segurança e o bem estar das populações seria urgente, uma desescalada da guerra, mas na UE/NATO não sabem falar de paz e quanto a negociações entendem-nas apenas para congelar o conflito e prossegui-lo quando tiverem maiores possibilidades militares, ou ocorra uma revolução colorida em Moscovo, ou, nem que seja dentro de 10 anos, apareça outro Gorbachov. Com esta gente a paz permanece longínqua.
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