Linha de separação


26 de fevereiro de 2023

À medida que o tempo passa a verdade vem vindo à tona de água .

Pontos nos is

" Por essa altura os separatiastas do Donbass apanharam e divulgaram o plano das forças ucranianas para invadirem numa operação relâmpago o Donbass deixando a Rússia encostada á parede. Por isso Biden afirmava então peremptoriamente que a Rússia ia invadir a Ucrãnia.  Como afirmou um ex dirigente da CIA não restava a Putin outra saída .O plano anglo saxónico de que  , para se conter a China tinha primeiro de se resolver o problema da Rússia  (o seu efectivo poder atómico) , tinha resultado . Estava aberto o caminho para o enfraquecimento e posterior desmantelamento da Federação. Mas nem tudo foi linear e correu como os americanos pensavam. "


Muito antes da Invasão.

 "Em setembro de 2021 muito antes da invasão da Ucrânia nos EUA  já se  pensava  em destruir os gasodutos o que é mais um elemento que confirma , como tudo estava planeado para levar Rússia para a guerra.

No dia 8 de fevereiro de 2023, o famoso jornalista norte-americano Seymour Hersh, galarduardo com o  prémio Pulitzer de Reportagem Internacional em 1970, trouxe a público, através de um artigo publicado no portal Substack, (How America Took Out The Nord Stream Pipeline), a informação de que foram mergulhadores da Marinha norte-americana que instalaram os explosivos que destruíram os gasodutos Nord Stream 1 e 2, no Mar Báltico, no dia 26 de setembro de 2022, com autorização direta do presidente Joe Biden. Uma operação feita sob a cobertura dos exercícios BOLTOPS 22 da OTAN, realizados três meses antes, no Báltico, quando se instalaram os dispositivos que foram ativados remotamente por operadores noruegueses. E depois desta revelação inicial de Seymour Hersh, novas informações vêm sendo agregadas a cada dia, reforçando a tese de que o atentado foi planeado e executado pela Marinha Americana, e que a destruição dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 do Báltico foi de fato, uma das causas “ocultas” da própria ofensiva americana na Ucrânia.[1]

O que emergiu dessa conversa Hersh-Scheidler é que Gordon Sullivan , um membro do Estado-Maior Conjunto dos EUA, liderava um “grupo interagências” de serviços secretos que se reuniu secretamente em dezembro de 2021 para descobrir quais “ações” tomar, ou seja, como destruir os oleodutos.

A subsecretária de Estado Victoria Nuland – lembram-se do  “ foda-se a Europa ” – que esteve profundamente envolvida no infame golpe de fevereiro de 2014 na Ucrânia instigado pelos EUA / OTAN e em todas as etapas desde então, já  anteriormente  tinha dito  “ nós podemos fazer isso ”- significando destruir os oleodutos.

Da conversa Hersh-Scheidler  fica se  também a saber  que a decisão de explodir os gasodutos foi tomada por volta de 20 de janeiro de 2022. A invasão foi a 24 de fevereiro

 A verdade vai emergindo, à medida em que vão sendo divulgadas informações fornecidas pelos  próprios adversários da Rússia, mostrando  a existência de um comportamento planeado de cerco e assédio militar e económico à Rússia, que começou muito antes do dia 24 de fevereiro de 2022, com o objetivo de ameaçar e enfraquecer a sua posição geopolítica e, no limite, fragmentar o próprio território russo. Há duas semanas o Secretário Geral da NATO confirmou que desde 2014 a Nato treinou e armou o exército Ucrãniano ...

Na mesma direção,  também algumas semanas antes das revelações do jornalista americano, a ex-primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, declarou em entrevista concedida ao jornal alemão Die Zeit, no início do mês de dezembro, que os Acordos de Minsk estabelecidos entre Alemanha, França, Rússia e Ucrânia, em 13 de fevereiro de 2015, não eram para ser cumpridos, e que só foram assinados pelos alemães para dar tempo à Ucrânia de se preparar para um enfrentamento militar com a Rússia. O mesmo declarou o ex-presidente da França François Hollande, ao admitir numa entrevista para um meio de comunicação ucraniano, duas semanas depois, que os Acordos de Minsk tinham como objetivo apenas ganhar tempo enquanto as potências ocidentais reforçassem Kiev militarmente para fazer frente à Rússia.

Os dois governantes mais importantes da União Europeia reconheceram abertamente que assinaram um tratado internacional sem intenção de cumpri-lo; e que além disso, a estratégia dos dois (junto com EUA e Inglaterra) era preparar a Ucrânia para um enfrentamento militar direto com a Rússia. Declarações inteiramente coerentes com o comportamento dos Estados Unidos, que boicotaram as negociações de paz entre russos e ucranianos, realizadas na fronteira da Bielorrússia, em 28 de fevereiro de 2022, cinco dias depois de iniciada a operação militar russa no território ucraniano. E da Inglaterra que boicotou diretamente a negociação de paz iniciada em Istambul, no dia 29 de março de 2022, e que foi interrompida pela intervenção pessoal do primeiro-ministro inglês, realizada numa visita-surpresa de Boris Johnson a Kiev feita no dia 9 de abril de 2022.

São declarações e comportamentos que  confirmam    que o conflito da Ucrânia começou muito antes da “invasão russa” do território ucraniano. Mais precisamente, quando o governo americano do democrata Bill Clinton se desfez da promessa feita por James Baker, secretário de Estado do governo George Bush, ao presidente russo Mikhail Gorbatchov, de que as forças da OTAN não avançariam na direção da Europa do Leste depois de desfeito o Pacto de Varsóvia. Porque foi exatamente a partir daquele momento que se sucederam as cinco ondas de expansão da OTAN  e que chegaram até as fronteiras russas da Geórgia e da Ucrânia.

Em 2006, o presidente George W. Bush avançou ainda mais e propôs diretamente a inclusão da Georgia e da Ucrânia na OTAN, provocando a resposta do presidente Vladimir Putin na reunião anual da Conferência de Segurança de Munique, em fevereiro de 2007, quando Putin advertiu explicitamente que era inaceitável para os russos o avanço da OTAN até suas fronteiras, em particular na região da Ucrânia e do Cáucaso. E de fato, no ano seguinte, em agosto de 2008, pela primeira vez depois do fim da URSS, a Rússia mobilizou suas tropas para derrotar as forças georgianas comandadas por Mikheil Saakashvilli e ocupar em seguida e de forma permanente os territórios da Ossétia do Sul e da Abecásia, no norte do Cáucaso. Depois disto, começou o conflito na Ucrânia, com o derrube de seu presidente eleito, Viktor Yanukovych, pelo chamado Movimento EuroMaidan, que contou com o apoio direto dos Estados Unidos e de vários governos europeus.

O restante da história é bem conhecido, desde a incorporação da Crimeia ao território russo, até o reconhecimento russo da independência das repúblicas de Donestsk e Lugansk, passando pelos fracassados Acordos de Minsk e pela proposta apresentada pelo governo russo às autoridades da OTAN e do governo americano, em 15 de dezembro de 2021, solicitando uma rediscussão aberta e diplomática da questão de Donbass e de todo o equilíbrio estratégico e militar da Europa Central. Proposta que foi rejeitada ou abertamente desconsiderada pelos norte-americanos, e pelos principais governos da União Europeia . A resposta na prática foi enviar mais forças para as fronteiras do Donbass  e intensificar os bombardeamentos a alvos não militares com sucessivas mortes de civis obrigando  a Russia a montar uma operação de envio de refugiados  para o interior das suas fronteiras. Por essa altura os separatiastas do Donbass apanharam e divulgaram o plano das forças ucranianas para invadirem numa operação relâmpago o Donbass deixando a Rússia encostada á parede. Por isso Biden afirmava então peremptoriamente que a Rússia ia invadir a Ucrãnia.  Como afirmou um ex dirigente da CIA não restava a Putin outra saída .O plano anglo saxónico de que  , para se conter a China tinha primeiro de se resolver o problema da Rússia  (o seu efectivo poder atómico) , tinha resultado . Estava aberto o caminho para o enfraquecimento e posterior desmantelamento da Federação. Mas nem tudo foi linear e correu como os americanos pensavam.

A Rússia não se deixou isolar , as sanções não surtiram o efeito que se previa e o exército russo não caiu na armadilha de tomar Quiev ficando atolado numa zona muito menos favorável , minoria russa e sujeito á guerrilha urbana numa repetição do Afeganintão, Depois de atrair as forças ucranianas e destas se terem deslocado do Donbass os russos retiraram e concentraram as operações no seu objectivo proclamado.

Um ano depois do início da invasão russa, a guerra hoje já é direta e explicitamente entre a Rússia e os Estados Unidos e seus aliados europeus isto é com a NATO

Mas neste momento, do ponto de vista estritamente militar: 1 Os russos já consolidaram uma linha de frente consistente e cada vez mais intransponível para as tropas ucranianas, e com isto conquistaram o território e a independência definitiva de Donbass e Crimeia, zonas ucranianas de população majoritariamente russa. (2) Desde essa conquista consolidada, os russos passaram a ocupar uma posição privilegiada de onde atacar ou responder aos ataques das forças ucranianas .

3 O desgaste é agora no essencial  das forças ucrânianas e de quem as alimenta em armas e munições , para além da factura que o Ocidente e em especial a UE tem de pagar pelo gás e para manter a Ucrãnia à tona de agua mesmo no plano estritamente económico e financeiro.

E tudo isto numa guerra que podia e devia ter sido evitada se  não prevalecesse os interesses da oligarquia  financeira dos EUA em manter os privilégios do dólar e o domínio unipolar mundial .

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