Em março de 2022, os “comentadores” de serviço explicavam que a Rússia tinha perdido a guerra – iniciada um mês antes, além disso tinha ficado sem munições, os soldados sem vontade de lutar, até de falta de alimentos os militares russos padeciam. Estas afirmações foram repetidas mês após mês.
Quem parasse um minuto para pensar, chegaria à conclusão que aparentemente a Rússia era indestrutível e as suas munições inesgotáveis, tal como a vontade de combater dos seus soldados. A semelhança entre os “comentadores” de serviço e papagaios falantes, é mera coincidência. Podemos daqui excluir alguns analistas militares que de uma forma geral procuram interpretar o que se passa no terreno.
Na revista Visão, de 20 de junho o sr. Luís Delgado (eminente administrador e dono da sociedade Trust in News, 12 revistas compradas por 10,2 milhões de euros em 2018) assegurava que com as novas armas americanas - “a vitória da Ucrânia é inquestionável. unidades russas correm o risco real de ficarem isoladas, cercadas e rendidas.”
Tratava-se então dos HIMAR que mudariam o curso da guerra. Afinal a Rússia ainda não tinha sido derrotada… Deviam ter tomado atenção às palavras dos responsáveis russos: a resposta seria proporcional às iniciativas da NATO e os ataques ganhariam profundidade.
Porém havia outras “visões”: o Der Spiegel de 17/8, explicava por que uma grande ofensiva de Kiev no sul da Ucrânia dificilmente era possível. Uma guerra subversiva e ataques terroristas da Ucrânia são prováveis. Às Forças Armadas da Ucrânia "faltam experiência ofensiva e preparação para manobras maiores". A Ucrânia carece de unidades bem treinadas e de armas.
As contradições da cobertura jornalística da guerra da NATO contra a Rússia na Ucrânia, assemelha-se – tal como a estratégia militar no terreno – às práticas nazis na fase em que a derrota se evidenciava, mas monstra também o baixo nível que a NATO atingiu, celebrando triunfantes o assassinato de uma jornalista, Daria Dugina, de 29 anos – sujeita a sanções - cujo delito foi ter opiniões favoráveis ao seu país.
As centrais de desinformação alimentam os noticiários com narrativas, cujo objetivo é condicionar a capacidade de discernimento e interpretação dos factos, criando uma ambiente virtual, em que os desejos são tomados como realidades. Em “Lutando contra a "Psicocracia" afirma Joe Lauria:
“O constante reforço dessas mentiras entrincheira-se na mente pública e, com o tempo, passa a ser aceite como verdade inquestionável”. “É difícil de combater porque não é um inimigo físico, mas sim mensagens que se alojam na mente das pessoas.”
Propositadamente não são informadas de que a guerra realmente começou em 2014, depois do golpe apoiado pelos EUA, que levou os falantes de russo no Donbass a declarar independência, após o que o governo golpista os atacou militarmente. Outros fatos são removidos da história, como os tratados propostos pela Rússia aos EUA e à NATO em dezembro passado, que teriam impedido a intervenção da Rússia na guerra civil ucraniana.”
As reportagens sobre a Ucrânia têm sido uma mistura de ilusões e propaganda, organizada pelos serviços secretos ocidentais, omitindo a verdade, a lógica e a realidade. Reportagens essencialmente destinadas a manter os povos ocidentais sob controlo nas dificuldades que enfrentam em resultado das decisões suicidas das suas elites políticas controladas pelos EUA.
No entanto, não é difícil distinguir entre a propaganda e a realidade. Basta comparar o que foi sendo dito ao longo do tempo, as contradições, as inconsistências. Claro que é necessário ter memória, sem memória não há associação de ideias nem, portanto, raciocínio consistente.
E a propósito de propaganda e realidade mais uma informação sobre a ridícula campanha de Covid na China, que o ministro dos negócios estrangeiros apresenta com ar muito concentrado. Fazem afirmações, mas não fornecem dados.
Ei-los: Casos ativos por milhão de habitantes em 15/1: China - 82,1; Portugal - 500,2 (embora a pandemia esteja em fase de retrocesso); EUA - 6 091; Mortes diárias por milhão de habitantes nos últimos dois meses: China- 0,7; Portugal – 6,6; EUA - 354,3. (COVID Live - Coronavirus Statistics - Worldometer (worldometers.info)
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