O Bloco central das negociatas.
Das redes sociais
1 - Notas sobre a agência de empregos em que se foi transformando o P S tal como o PSD quando estão no governo.
2 Mani pulite — a história por detrás
Uma sequela das Mãos Limpas. O que se está a passar com os “desvendamentos e amplificações” de situações relacionadas com situações financeiras de políticos, à margem da justiça e na praça pública, lembra muito a estratégia do processo “Mãos Limpas” há 30 anos, em Itália, que levaram Berlusconi ao poder e dos processos que levaram Collor de Melo e Bolsonaro ao poder no Brasil…
Os mentores destes processos — e há mentores interessados e financiadores — lançam uma campanha de descrédito sobre políticos e regimes com base em acusações de corrupção — a ideia-forte — e a partir daí é deixar a bolha crescer por si.
Relembrando a operação mani pulite, porque ela é uma fonte de ensinamentos e um aviso para tomarmos cuidados de não tomarmos a nuvem por Juno: A operação mani pulite, que se iniciou há 30 anos em Itália, desvendou um esquema de corrupção envolvendo políticos e empresários. A primeira conclusão é que a investigação não extinguiu a prática. A segunda é que o legado é maioritariamente negativo, pois estimulou a entrada na política de arrivistas ainda com menos escrúpulos do que os tradicionais — a emenda foi pior que o soneto. Os “de mãos limpas” revelaram ter as mesmas práticas de mãos untuosas do que aqueles que acusaram. O “lava jato” do Brasil teve o mesmo fim.
Em 17 fevereiro de 1992, Mário Chiesa, diretor de um asilo de Milão, filiado ao Partido Socialista Italiano, foi preso sob a acusação de receber subornos de empresários em troca de favores e de financiamentos ao PSI. Acusado pelo então primeiro-ministro Benito Craxi, também do PSI, de ser um “ladrãozinho” que levantava suspeitas sobre um partido que nunca tivera um membro condenado por crimes contra a administração pública, Chiesa vingou-se, declarando que queria colaborar com as investigações. Cumpriu a promessa e revelou que o albergue que dirigia era usado para captar fundos para o PSI, explicou as fraudes na construção da linha de metro de Milão, o sobrefaturamento nas obras do estádio San Siro.
A delação de Chiesa gerou um efeito dominó, e desvendou um amplo esquema de fraudes em obras públicas, doações de empresários a políticos em troca de favores e desvio de recursos de empresas estatais. A operação levou à extinção dos partidos que dominavam a política desde o final da IIGuerra, PSI, Democracia Cristã, Partido Social-Democrata Italiano e Partido Liberal Italiano.
As eleições subsequentes foram vencidas por um dos promotores da campanha contra a corrupção: o magnata da televisão Silvio Berlusconi. Populista que, como se sabe se envolveu em vários escândalos nos nove anos ininterruptos que governou a Itália! Até um palhaço (Beppe Grillo) entrou na política, entre outros oportunistas, que abriram caminho aos neofascistas. O resultado da campanha contra a corrupção foi a aniquilação da estrutura político-partidária e do modelo de democracia representativa que havia reconstruído a Itália segundo um modelo político de democracia e intervenção do Estado na economia e de justiça na distribuição da riqueza.
Partindo dos resultados (bons, segundo eles) da manobra política que esteve por detrás da mani pulite, e também da Lava Jato, no Brasil, anos mais tarde, que foi um copy past da “mãos llimpas”, conselheiros de políticos como Steve Bannon, o “pensador” de Trump, concluíram que, em grandes campanhas de manipulação é necessário usar a imprensa para “deslegitimar” os poderosos (um veneno que Trump está a provar agora) e que é ingenuidade pensar que processos criminais eficazes contra figuras poderosas, como autoridades governamentais ou empresários, possam ser conduzidos normalmente, sem reações.
Na verdade, a democracia é o oposto desta tese: um poder judiciário independente, tanto de pressões externas como internas, não populista, é condição indispensável à democracia, assim como uma opinião pública esclarecida e prudente, desconfiada da bondade dos lava jatos e dos campeões da limpeza. Estas operações de “incorruptíveis de bancada” escondem oportunistas autoritários, corruptos e sem quaisquer escrúpulos.
Mas porventura o mais grave destas campanhas é a criação da ideia da criminalização da política, do ódio à política (que segundo eles seria subsitutída por um regime de tirania em que o chefe seria o juiz e o carrasco — cujo modelo visível são as ditaduras islâmicas), promovida, justamente por um grupo de oportunistas que quer assumir o poder político, eliminando os hereges. Esta campanha em curso na comunicação social, de acusação na praça, e com condenações sumárias ao pelourinho, pretende a substituição do sistema democrático, de garantias processuais civilizadas, pelo autoritarismo punitivo que foi o da Inquisição. A acusações com base no argumento demagógico do combate à corrupção são as mais insidiosas de todas as mentiras políticas. Matos Gomes
Como se poderia imaginar? Em 2014 a França perdeu o controle de boa parte das suas centrais nucleares para os Estados Unidos.
Chamo-me Frédéric Pierucci e me vi lançado no olho desse furacão. Ex-executivo de uma das filiais da Alstom, conheci os subterrâneos desse thriller de 12 bilhões de dólares. Depois de muito tempo obrigado a ficar em silêncio, decidi, com o jornalista Matthieu Aron, revelar toda a trama.
Em abril de 2013, fui preso em Nova York pelo FBI e processado por um caso de corrupção. Eu não tinha tocado em um centavo, mas as autoridades estadunidenses me mantiveram encarcerado por mais de dois anos – a maior parte dos quais em uma masmorra que chamam de prisão de segurança máxima.
Tudo isso nunca passou de chantagem para forçar os controladores da Alstom a vendê-la para a General Electric, sua grande concorrente estadunidense ...
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