Os media mostram-se completamente fascinados com o poder bélico de Israel nos ataques ao Líbano, alinham na narrativa de vitória de Israel, prostrados perante o que consideram o invencível potencial bélico de Israel. Uma narrativa que serve para encobrir os crimes e fracassos dos seus objetivos. No essencial, promovem e apoiam os fanáticos sionistas do movimento dos colonatos que sonham apropriar-se da Faixa de Gaza "Gaza será completamente judaica!", disse Daniella Weiss, líder do movimento de colonização. Ministros como Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich são dos seus membros mais notáveis. (Geopolítica ao vivo – Telegram 23/09)
O Líbano não respeitou uma (!) deliberação do CS da ONU, o Hezbollah e o Hamas mataram civis israelitas, o que dá a Israel (que não cumpre dezenas de resoluções do CS) de matar indiscriminadamente libaneses e palestinos. Respeitar o direito internacional não se aplica aos protegidos dos EUA. Seja em Gaza, na Cisjordânia onde prossegue a limpeza étnica, no Líbano, tudo é justificado porque "Israel é democrático" (apesar do apartheid e das prisões com torturas e sem julgamento...) e o "Hezbollah e o Hamas são movimentos terroristas". Nos ataques ao Líbano, a morte de líderes do Hezbollah justifica centenas de mortes civis.
Ao fim de um ano de matanças os srs. comentadores ainda não repararam que a clique de Telavive ainda não foi capaz de libertar os reféns. Centenas de mortes de civis são noticiadas como inundações na... Cochichina. O preconceito pró-Israel torna os media cúmplices dos crimes de guerra de Israel, escreve Jonathan Cook.
O massacre de civis, exterminar pela fome e doença a população de Gaza, expõe a natureza do regime de Israel, dominado por extremistas do sionismo. O seu fanatismo e crueldade torna-os incapazes de perceber que a matança em massa civis, mulheres e crianças, não enfraquece a estrutura militar da resistência. A “narrativa vencedora” encobre os fracassos e os crimes. O apoio dos EUA e constante envio de armas e milhares de milhões de dólares, serve para criar ilusões de sucesso e levar a decisões erradas. Mais uma vez não se medem as consequências.
Matar os principais líderes do Hezbollah não o vai eliminar. A liderança está a ser substituída com o apoio do Irão e a estrutura militar permanece operacional. O Hezbollah, tem alas militares e políticas e uma presença significativa no parlamento e no governo libanês. A organização é liderada por um secretário-geral, que supervisiona um Conselho com sete membros, havendo cinco subconselhos responsáveis por atividades políticas, sociais e militares. (Geopolítica ao vivo – Telegram 28/09)
O clã de Netanyahu compreende que sem a intervenção direta militar dos EUA o perigo subsiste. A questão é: quanto tempo pode Israel aguentar esta guerra em três frentes. Israel está bloqueado por inimigos que criou ou isolado de países que poderiam ou desejariam ter relações normais com Israel, mas que o desvairo das atuais políticas afastaram. O delirante e insano discurso de Netanyahu na AG da ONU efetuou-se perante menos de metade dos países e mesmo assim sujeito a apupos e protestos.
Protestos que se fazem ouvir nas cidades israelitas, exigindo a renúncia de Netanyahu, o fim da guerra, trazer os reféns para casa e um acordo com o Hamas. No início de setembro os media israelitas estimavam quase meio milhão de pessoas em Jerusalém, Telavive e outras cidades. Os confrontos com a polícia deram origem a prisões e manifestantes feridos. Uma greve geral de um dia foi declarada. Intel Slava Z – Telegrama 02/09. Mais recentemente, milhares de manifestantes em Telavive voltaram a exigir a renúncia do governo de Netanyahu, o fim da guerra em Gaza e um acordo de troca de prisioneiros.
Tudo isto tem sido ignorado pelos media e propagandistas, tal como a situação económica. Israel pode ter uma importante industria indústria militar, mas não dispõe de matérias primas e os seus circuitos comerciais dependem fundamentalmente dos EUA e da NATO com a rota do Mar Vermelho bloqueada pelos Houthis.
A mobilização de reservistas não se faz sem custos e retira trabalhadores da economia. O PIB já sofreu uma redução quase 20% e, até ao final do próximo ano, os custos dos conflitos militares acarretarão outros 12% do PIB, de acordo com autoridades israelitas. A Moody's rebaixou novamente a classificação de Israel para Baa1, decisão tomada mesmo antes das FDI atacarem a sede do Hezbollah em Beirute. O reacender da guerra com o Hezbollah levará a que a já difícil situação económica piorará.
As reservas cambiais de Israel diminuíram em 5 632 mil milhões de dólares só de março para abril, marcando uma tendência contínua de descida. O banco central vendeu um total de 8,5 mil milhões de dólares de moeda estrangeira desde outubro 2023 até maio deste ano. A degradação do sistema financeiro de Israel surge em simultâneo com enormes golpes em sectores económicos vitais, como o comércio marítimo, a agricultura no norte e o turismo.
Questão: quem paga o "sucesso" do sionismo? Como se vê o triunfalismo mediático tem como é habitual pés de barro.
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