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17 de setembro de 2024

Israel à beira do abismo

 Netanyahu, querendo disfarçar o olhar perdido, volta a ameaçar o Líbano, como ameaçou os Houthis e o Hamas. Faz o que a extrema-direita/fascismo sabe fazer melhor: farronca, perseguições, torturar, matar gente inocente e perder guerras. Após um ano de guerra de terror contra os palestinos tudo está pior para Telavive.

O Hamas continua ativo. Os Houthis atacaram tanques de combustível no porto de Hodeidah; atacaram uma instalação militar em Jaffa, em Israel, com um "míssil balístico hipersónico que penetrou no sistema de defesa israelita danificando uma instalação de transporte. (Intel Slava Z – Telegrama 15/09)

Os Houthis já derrubaram mais de 250 milhões de dólares de MQ-9 Reapers – um drone do Pentágono. Diz Tom Sharpe, ex-comandante da Marinha do RU: os Houthis estão alcançando seus objetivos e nós não estamos alcançando nenhum dos nossos. Gastamos milhões de dólares para não vencer. Atingir os Houthis “com força suficiente para fazê-los parar seria realmente difícil porque eles aprenderam muito com o Irão em termos de manobrabilidade”, escondem as armas nas montanhas, movimentando-as em lançadores móveis. Os americanos precisariam de "uma quantidade enorme de vigilância aérea altamente dispendiosa para conseguir qualquer coisa". (Geopolítica ao vivo – Telegram 15/09)

Com o Hezbollah as coisas são bem piores. Um ataque contra duas instalações militares e de inteligência israelitas no final de agosto resultou em 22 mortes e 74 feridos, disseram fontes de segurança europeias a Al Mayadeen. A operação teve como alvo a base de Glilot e a base aérea de Ein Shemer.

Em 14 de setembro, o Hezbollah lançou dezenas de foguetes contra posições das FDI perto da fronteira com o Líbano, atingindo o quartel-general da Brigada de Artilharia e Mísseis do exército israelita. O ataque foi lançado em resposta a um ataque aéreo israelita contra a cidade de Nabatieh - os ataques de Israel às aldeias do sul do Líbano mataram mais de 130 civis desde 8 de outubro.

A economia israelita está de rastos. A indústria do turismo de Israel, registou enormes perdas devido ao cancelamento de voos por companhias aéreas internacionais; a Fitch rebaixou a classificação de crédito do país; 46 000 empresas foram forçadas a fechar; o país viu um aumento de "situações suicidas e psicóticas e uso de substâncias perigosas" entre os colonos, disseram autoridades de saúde.

O governo de Netanyahu desestabilizou o país, levando a protestos em massa. A guerra, particularmente o fracasso em atingir qualquer dos seus objetivos, aprofundou o conflito existente. Isso levou a alertas de políticos e militares como Yitzhak Brik, antigo comandante militar, que o país estava a entrar em colapso. O chefe da Agência de Segurança de Israel, Ronen Bar, advertiu contra os “danos indescritíveis” causados a Israel pelas ações dos sionistas de Ben-Gvir: "deslegitimação global, mesmo entre nossos maiores aliados”.

Ben-Gvir é Ministro da Segurança Nacional e representa a poderosa classe religiosa sionista. Defende uma guerra religiosa contra os palestinos, uma limpeza étnica, a fome, a matança de prisioneiros e a anexação da Cisjordânia. Tem feito provocações religiosas aos palestinos, implementou políticas de fome e tortura contra os detidos, chegando a defender o seu estupro, chamando aos soldados acusados “nossos melhores heróis”.

Os seus apoiantes realizaram centenas de ataques e dezenas de pogroms na Cisjordânia. Pelo menos 670 palestinos foram assassinados na Cisjordânia desde o início da guerra de Gaza, grande parte vítimas de colonos judeus.

Mesmo antes das prisões em massa dos últimos 11 meses, foi estimado que 800 000 palestinos passaram algum tempo em prisão. Muitos nunca foram acusados de nenhum crime e nunca tiveram julgamento. A prisão é um tipo de rito de passagem aterrorizante suportado por gerações de palestinos, exigido pela burocracia do sistema de apartheid/ocupação de Israel. Sistematicamente, a tortura, até mesmo de crianças, acontece nessas prisões, como grupos israelitas de direitos humanos têm documentado. Os horrores do sistema prisional de Israel vêm de há décadas. Centenas de médicos desapareceram nas câmaras de tortura de Israel. O que é novo é que Israel intensificou o abuso.

Israel está perdido. Está no fundo de um buraco negro e genocida. Volker Türk, advogado austríaco, Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos pediu aos países que responsabilizem Telavive pela violação do direito internacional em Gaza e pela escalada de violência na Cisjordânia ocupada ilegalmente. “Os Estados não devem - não podem - aceitar o desrespeito flagrante do direito internacional, incluindo decisões vinculativas do Conselho de Segurança e ordens do Tribunal Internacional de Justiça, nem nesta nem em nenhuma outra situação”. Türk referiu-se à decisão consultiva do TIJ, de que a ocupação de Gaza, da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental por Israel é ilegal. O TPI também apelou a Israel para evacuar seus colonos da Cisjordânia e a outras nações para não reconhecerem a ocupação como legal ou prestarem qualquer ajuda a Israel que mantivesse o status quo.

Alguém ouviu os media falarem disto?

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