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6 de setembro de 2024

Quando as revelações fazem luz e incomodam os seguidores de Macron

 Adrien Bocquet, antigo militar e desportista, autor de uma autobiografia que comoveu a França (Lève-toi et marche !), ofereceu-se nos primeiros dias da guerra para prestar apoio médico aos civis e militares ucranianos em zonas de combate. Após semanas na frente, regressou chocado a França e concedeu ontem o seu testemunho sobre as exações cometidas pelo exército de Kiev, sobretudo pela milícia Azov.

Adrien Bocquet: «Assumo plenamente o que digo. Fui testemunha de crimes de guerra e os únicos crimes de guerra com os quais fui confrontado foram perpetrados por militares ucranianos e não por militares russos. (...) Ao regressar a França, fiquei extremamente chocado ao confrontar aquilo que me foi dado ver com a versão que por cá domina a comunicação social. É abominável. (...) Quanto aos militares Azov, estão por todo o lado, até em Lviv, fardados e com aquele símbolo neo-nazi no camuflado. O que me choca é que a Europa oferece armamento a militares neo-nazis, com um símbolo nazi inspirado nas antigas SS. Estão por todo o lado e não levantam qualquer problema para os europeus. Quando lhes prestei apoio médico, e como falo ucraniano e russo, ouvi as conversas sobre como matar e esmagar judeus e negros. Depois, num hangar, assisti à chegada de prisioneiros russos manietados por cordas que chegavam em grupos de três ou quatro em pequenas furgonetas. Cada prisioneiro que saía da carrinha era de imediato alvejado no joelho com um tiro de Kalashnikov. Tenho filmes e poderei disponibilizá-los. Se os prisioneiros se identificassem como oficiais ou sargentos, eram de imediato abatidos com um tiro na cabeça. (...)  Até lhe posso dizer algo de muito mais grave: parte dos bombardeamentos sobre zonas civis, sobretudo em Bucha, foram executados pelos morteiros ucranianos. Mas não só, pois em Lviv, onde estava por ocasião dos bombardeamentos russos aos depósitos de armamento acabado de chegar da Europa, verifiquei que todo esse armamento havia sido colocado em edifícios civis habitados, em zonas residenciais e sem que os moradores de tal tivessem conhecimento.  A isso chamo servir-se das populações como escudos humanos. (...) Quanto a Bucha, o que posso dizer é que foi um espectáculo. Os cadáveres foram ali colocados para que as imagens fossem feitas.»

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