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27 de setembro de 2024

Será possível enganar toda a gente o tempo todo?

Não é. Mas vão enganando a maioria, que se queixa da vida que leva, mas perdeu a capacidade de fazer as perguntas certas ou mesmo fazer perguntas. É que com a estupidez funcional pessoas dotadas de inteligência, não têm dúvidas, não analisam: têm crenças.

A manipulação belicista incute o medo a um agressor, que deve ser repudiado, mesmo odiado, justificando tudo o que se fizer contra ele. O processo histórico é revisto, escamoteando o que contraria a "narrativa" pretendida. Assim, antes de de 2022 nada aconteceu na Ucrânia, no Donbass ou em relação à Rússia, nem antes de outubro de 2023 nada aconteceu na Palestina. Os vassalos do império seguem os mandamentos de Washington. Quando Biden qualificou Putin de criminoso, obrigando os vassalos a ignorarem o que ele ou seus antecessores fizeram da Jugoslávia ao Afeganistão, Iraque, Líbia, etc.

Quando um fantoche comentador de serviço diz que a Rússia não pode vencer porque iria invadir o resto da Ucrânia e daí ameaçar a "Europa", repete o tresloucado Stoltenberg: A vitória da Rússia na Ucrânia seria “não apenas uma grande derrota para os ucranianos, mas uma derrota perigosa para todos nós”Para o Ministro das Relações Exteriores da Alemanha: "A Rússia tornou-se uma ameaça colossal para a Europa" (Intel Slava Z – Telegrama 23/07)

Que factos ou declarações apoiam estas afirmações? Quem ignorou em dezembro de 2021 a proposta da Rússia para uma tratado de segurança coletiva na Europa? Quem sabotou os dois acordos de Minsk sobre a Ucrânia? Quem violou as promessas da não expansão da NATO?

Anne Applebaum, historiadora, vencedora do Prêmio Pulitzer escreveu um artigo na revista The Atlantic intitulado "O Império Russo Deve Morrer", no qual argumentava que "um futuro melhor requer a derrota de Putin e o fim das suas aspirações imperiais". (!) Numa entrevista à Radio Free Europe/Radio Liberty em agosto: declarou: "É alguém que piorou os padrões de vida, a liberdade e a cultura da própria Rússia. Ele não parece importar-se com o bem-estar ou a prosperidade dos russos. Para ele são apenas carne para canhão. Ele não está interessado em infraestruturas, arte, literatura ou qualquer outra coisa. Empobreceu os russos e trouxe de volta uma forma de ditadura que a maioria dos russos pensou que tinha deixado para trás." Eis um exemplo da atual "esquizofrenia política".

Dua Lipa (cantora, atriz, compositora, anglo-albanesa) recebeu um prêmio do Atlantic Council (financiado pelo Pentágono, Departamento de Estado e CIA) por usar os seus talentos para promover os objetivos políticos da NATO nos Bálcãs. Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado de Trump, descobriu os vínculos desta estrela ocidental com a NATO e a CIA.

Durante 30 anos, o Ocidente alimentou o sentimento antirrusso, distorceu a história e facilitou a ascensão do nazismo na Ucrânia e a extrema-direita pela Europa. Nos Estados Bálticos - tal como na Finlândia - o Exército Soviético expulsou os nazis, que tinham procedido em conjunto com unidades locais ao assassinato em massa de civis, especialmente russos, judeus e ciganos. Dias antes da libertação soviética de Talilin cerca de 1000 prisioneiros foram executados. Agora, em sintonia com os neocons que reescrevem a história da Segunda Guerra Mundial, são glorificados criminosos nazistas. O Dia da Libertação da Ocupação Nazi de Taline foi em 2007 renomeado como Dia da Resistência contra as “forças soviéticas de ocupação. Monumentos e túmulos de soldados soviéticos são destruídos. (Geopolítica ao vivo – Telegram 22/09) Na Letônia realizam-se celebrações anuais em homenagem aos membros letões da Waffen SS.

Enquanto os "comentadeiros" se desdobram em lucubrações propagandísticas sobre a "coragem do presidente Vlodomir Zelensky" face a bárbara agressão russa. A UE prolonga o conflito em nome da Ucrânia, que quer juntar-se à "Europa livre", não à Rússia, "onde não há liberdade de expressão!"

Mas a liberdade de expressão na UE/NATO não vai bem. Os media russos foram banidos, na Alemanha o advogado Reiner Fuellmich foi detido, realizou conferências sobre "Crimes contra a humanidade", contestou vacinas anti COVID, participou em processos contra grandes empresas. No RU, Sarah Wilkinson foi presa , tal como anteriormente o jornalista Richard Medhurst, de acordo com Lei de Terrorismo por escreverem textos considerados favoráveis ao Hamas. Nos EUA foi alvo do FBI o ex-oficial de inteligência da Marinha, Scott Ritter, tal como o ativista judeu Jacob Burger em seu retorno de uma viagem humanitária ao Egito. Pavel Durov fundador do Telegram foi detido em França, depois libertado. Trata-se de "limpar" os espaços da grande informação da dissidência.

Marjorie Taylor Green, congressista republicana, referiu-se ao estado a que os grandes media chegaram ao contestar um jornalista do The Times: "Você deveria divulgar as notícias, não mentir sobre elas” "que vergonha ”. “Temos que aguentar a quantidade mais irreal de besteiras por causa de pequenos mentirosos como você que transformam o seu trabalho em ativismo político”.




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