Facebook de Carlos Coutinho
NINGUÉM imaginaria que, no século XXI, uma das mais populares histórias de “As Mil e Uma Noites”, compilada 1 200 anos antes, sob o título “Ali Babá e os 40 Ladrões”, haveria de sofrer o brutal efeito da deflação moral em curso (DMC), passando a intitular-se “Coelho e os Quatro Ladrões”.
É,
pelo menos, o que se depreende das notícias sobre a venda da TAP, em
2015, no âmbito da imensa DMC, quando o trio Passos Coelho, Maria Luís
Albuquerque e Pinto Luz (primeiro-ministro, ministra das Finanças e
secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações),
às carrapitas de Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Obras
Públicas, venderam a TAP a dois empresários geniais, do estilo Alfredo
da Silva e António Champalimaud. Foram eles os famosos David Neeleman e
Humberto Pedrosa, impolutos mercadores que deram uns trocos à Avianca e a
Miguel Pais do Amaral que generosamente os ajudaram a pagar a compra
com dinheiro debitado à empresa abocanhada, por obra e graça de um
traficante de alto gabarito, o tal Sérgio, que tudo cozinhou à medida
dos apetites de Sócrates e da troica.
Só que, o
Governo está nas mãos alcatroadas do PSD e do CDS e só agora a
Inspeção-Geral de Finanças descobriu a marosca e entregou o caso ao
Ministério Público. Isto, sabendo-se como há terrenos pantanosos em que
Montenegro, Nuno Melo e Pedro Passos Coelho – e mesmo António Costa! –
se entendem bem. Portanto, não é garantido que se faça justiça, porque
até a Assembleia da República já foi metida ao barulho e aí nem sempre a
maioria dos votos corresponde à maioria da razão.
Assim vai a Pátria que, naturalmente, não difere muito da União
Europeia com a sua Úrsula, arguida por corrupção na Alemanha, e a nossa
Maria Luís já na sacristia, à espera de entrar para o bando.
Ei-los a assinar os termos do esbulho, com o ministro Pires de
Lima como assistente de operações. São Maria Luís, Neeleman e Pedrosa.
Dispensaram Monteiro da Missa de Aleluia, bastando-lhes uma sacristana e
dois meninos do coro destinados ao anonimato
Um anexo •
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