"A viagem Lisboa ao Porto pela auto estrada , tal como pela IP5 , quer na direcção de Viseu quer de Aveiro é suficientemente chocante , triste , impressiva para nos convidar a reflexões sobre os recentes fogos que devoraram a floresta no Norte e Centro do País -
Primeiro são os Kms seguidos de negro continuo onde agora devia estar verde , Kms contínuos de eucaliptal queimados mas aqui e ali com uma folhosa (carvalhos, carvalhas ... ) que resistiram
Segunda observação perto da auto estrada vimos também um ou outro campo de milho intacto rodeado de negro . Como foi possível perguntámos . Sabe aqui fomos nós que apagámos o fogo . quando as aldeias tinham gente e tinham jovens e os campos na sua maioria eram cultivados a floresta estava muito mais longe dos povoados e , com a juventude , a maioria dos fogos eram apagados pela população antes dos bombeiros lá chegarem ...
Terceira observação , a floresta das papeleiras também foi ,tal como as outras , na voragem dos fogos, apesar da limpeza , da ordenação e da vigilância . Eram monoculturas do eucalipto ou de pinho sem qualquer folhosa . A sofreguidão e a miopia do lucro teve a sua factura .
Quarta observação . Esta era a oportunidade para obrigar as papeleiras a repovoarem as suas areas com uma elevada percentagem de folhosas designadamente a delimitar os seus terrenos e a servir de corta fogos Esta era a oportunidade para o Estado intervir directamente na replantação ou indirectamente com incentivos a quem replantasse com folhosas . E proibindo os Kms seguidos de eucaliptais ...
Se nada se fizer os eucaliptos vão de novo cobrir a floresta e , no novo ciclo , tal como em Pedrogão prontos para novo fogo .
Mas isto custa muito dinheiro . É verdade , mas muito menos do que os prejuízos dos fogos . muito menos do que o Estado gastou com o BPN , com o BPP , com o BANIF , com o Espírito Santo..." José António facebook
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