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28 de fevereiro de 2024

 
A Srª Navalny na conferência de segurança em Munique

O silêncio dos culpados

Alexei Navalny morreu no dia anterior ao discurso da sua mulher na Conferência de Munique sobre Segurança. Pontualmente, a cada campanha eleitoral um adversário de Vladimir Putin morre misteriosamente. Desta vez, sucede durante a campanha eleitoral para as presidenciais.

Ocidente, em uníssono, acusa Putin de ter ordenado o assassínio de Navalny. O momento da sua morte, no entanto, é mais do que suspeito : Navalny morre em 16 de Fevereiro, no mesmo dia da abertura da Conferência de Munique sobre Segurança, uma semana após o sucesso da entrevista de Putin a Tucker Carlson, um mês antes das eleições presidenciais na Rússia, na qual Putin é candidato. Por outras palavras, Putin teria ordenado a morte de Navalny no momento mais propício a causar o máximo dano a si próprio.

Ao mesmo tempo, os grande média (mídia-br) políticos do Ocidente lançam uma cortina de silêncio sobre o facto de Navalny ter sido treinado num curso especial na Universidade de Yale e de o seu movimento Narod, de supremacismo branco, ter sido financiado pelo «Fundo Nacional para a Democracia» (National Endowment for Democracy-ndT), poderosa «fundação privada sem fins lucrativos» norte-americana que financia milhares de organizações não-governamentais numa centena de países para «fazer avançar a democracia». O Fundo é o mesmo que apoiou na Ucrânia aquela que define como « a Revolução de Maidan que derrubou um governo corrupto que impedia a democracia », ou seja, o Golpe de Estado de 2014 que desencadeou uma sucessão de eventos com função anti-Rússia que levou à guerra actual.

Enquanto na frente ucraniana as forças de Kiev, apoiadas pelos EUA, NATO e UE, se estão retirando de forma caótica sob o contra-ataque russo das zonas do Donbass que haviam conquistado, os Estados Unidos estão a alargar a frente de guerra no Médio-Oriente, continuando a apoiar Israel na sua estratégia de genocídio contra o povo palestiniano.

É sobre este pano de fundo que se desenrola o último capítulo do julgamento político de Julian Assange : o Tribunal de Londres tomou a sua decisão quanto à extradição do jornalista australiano para os EUA, onde poderá ser condenado a 175 anos de prisão por ter revelado os crimes de guerra dos EUA, mas não anunciou essa decisão, coisa que fará no próximo mês.

 

 

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