A fusão entre o poder económico e o poder Político
"Os 679.500 euros em envelopes encontrados nas buscas feitas pela Polícia Judiciária (PJ) na Madeira, no mês passado, em várias residências particulares e também numa empresa não foram suficientes para o juiz de instrução do processo validar as suspeitas da prática de crimes que lhe foram apresentadas pelos investigadores.
Nem isso nem a dezena e meia de relógios de luxo descobertos em casa de um dos principais arguidos do caso, o ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado. Tal como também não foram considerados suspeitos os depósitos bancários em numerário efectuados pelo seu motorista, Rui Pinto, nas contas do ex-autarca. Pelo que apuraram os investigadores, só entre 2018 e 2021 — o arguido tornou-se vice-presidente do governo regional em 2019 — esses depósitos totalizaram 67.375 euros. Sendo que nos respectivos talões de depósito o motorista se assume como “amigo”, numas vezes, e, noutras, como “conhecido” do patrão.
As três procuradoras que dirigem este inquérito do Ministério Público acreditam que o ainda presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, e o seu delfim, Pedro Calado, receberam dinheiro e outras ofertas de dois grupos empresariais aos quais entregaram centenas de milhões de euros de negócios ao longo dos últimos anos: o grupo AFA, liderado por Avelino Farinha, e o Socicorreia, de Custódio Correia.
Antes de se tornar vice-presidente do governo da Madeira, Pedro Calado geria o grupo AFA. Nas buscas efectuadas em sua casa durante a megaoperação policial ...Público
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