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9 de julho de 2024

A cimeira da NATO: o império em guerra - 1

É raro vermos nos media uma análise ou comentário com alguma lógica ou bom senso baseado em factos. O mais provável é encontrar-se uma quase paranoia sobre uma invasão russa a partir das teses dos neocons.

Um exemplo é dado com declarações de Michael Bociurkiw, membro do Conselho do Atlântico e antigo porta-voz da OSCE: "Não conseguir fazer recuar Vladimir Putin, um homem que só responde à força bruta, só irá prolongar a guerra e torná-la mais dispendiosa para a Europa. (!?) A última coisa que os ucranianos querem é que os seus compatriotas vivam mais um minuto do que o necessário sob a brutal ocupação russa. (?) Mas tenho visto uma mudança notável no estado de espírito das pessoas comuns, com muitos a dizer-me que não aguentam muito mais uma guerra que, só em maio, custou a vida a dezenas de milhares de soldados e a pelo menos 174 civis." (Redação CNN Portugal on-line - 08/07)

Este tresloucado nem sequer avalia as contradições do seu discurso, muito menos as consequências. Está bem acompanhado pelos Stoltenberg e a generalidade dos políticos da UE/NATO.

A NATO armou um exército ucraniano, que se preparava para atacar o Donbass no início de 2022. Foi desbaratado. Armou um segundo exército reforçado com pessoal da NATO e aliados para uma contra-ofensiva. Foi desbaratado. Um terceiro exército está a ser desbaratado. Dizia o Stoltenberg que "a situação no campo de batalha é muito grave e difícil para a Ucrânia, Kiev precisa de ajuda urgente, o que os países da NATO fizeram, não é suficiente, temos de fazer mais." A Ucrânia já teve aviação, tanques, mísseis, lançadores HIMARS e outras "armas maravilha". Tudo foi destruído, dos Patriot aos Leopard e aos Abrams, mas não cessam os pedidos de mais milhões de dólares/euros...

Desde o início da guerra as perdas, ucranianas, segundo o Ministério da Defesa da Rússia, ascenderam a quase meio milhão de militares. De janeiro a junho as FAU perderam mais de 80 mil soldados, 14 mil armas, incluindo mais de 1 200 blindados, tendo as FAR tomado 47 localidades e libertado 880 km2 no Donbass (Geopolítica ao vivo – Telegram 10/04 e 07/06).

Kiev debate-se para conseguir novos soldados, que obviamente não terão a preparação necessária. As FAU encaminham-se para o colapso, obrigando efetivos da NATO a estarem cada vez mais presentes no terreno. Esta situação é vista no mundo inteiro como uma derrota da NATO.

Também de Israel falhou completamente, incapaz ao fim de oito meses vencer o Hamas e recuperar os reféns, exceto através de acordos. Apenas 25 a 30% dos combatentes do Hamas terão sido eliminados, porém tem recrutado novos combatentes e construido novos túneis.

A ideia do poderoso exército israelita era um mito mantido pelo apoio incondicional dos EUA, esquecendo a derrota de 2006 frente ao Hezbollah. O Irão, o Hezbollah e os Houthis mostraram as vulnerabilidades de Israel, agora isolado internacionalmente com o indelével registo do massacre de civis. O objetivo de expulsar os palestinos e impedir a formação do Estado Palestino, não recebe apoio de praticamente nenhum país da ONU.

O "direito à defesa de Israel" traduziu-se em mais de 37 500 palestinos mortos em Gaza e 85 000 feridos, a que acresce o bloqueio à ajuda humanitária. Os nazis nos campos de concentração não forneciam calorias suficientes à sobrevivência dos prisioneiros. Israel tem uma perversidade acrescida: aqueles bens que como tropa ocupante é obrigada a proporcionar à população civil, nem sequer são de Israel são ajuda humanitária que vem exterior... Contudo, para os EUA não há provas que Israel esteja cometendo genocídio em Gaza... O que é apenas sinal de incapacidade e desorientação.

Israel tem agora três frentes de batalha: o Hamas continua a atacar. Os confrontos com o Hezbollah intensificaram-se. Os Houthis prosseguem os ataques a navios, incluindo ao porta-aviões Dwight Eisenhower pela segunda vez, mostrando as fragilidades da marinha dos EUA. Atacaram também a cidade portuária de Eilat, no sul de Israel.

A guerra na Ucrânia tem mostrado a superioridade do equipamento terrestre convencional russo - artilharia, carros de combate, mísseis, etc. A China desenvolveu aceleradamente a sua capacidade militar, inclusive nuclear, com mísseis hipersónicos, aviões invisíveis ao radar, uma marinha poderosa e totalmente modernizada, tornando-se um adversário impossível de vencer em termos militares convencionais. Em termos nucleares não há vencedores.

Mas é esta possibilidade que está no horizonte: os tresloucados deliram à beira do abismo. Alerta Robert Kennedy Jr.: "o Departamento de Defesa dos EUA concluiu que as armas defensivas da Rússia excediam a eficácia das dos EUA, tendo também conduzido um estudo sobre uma troca nuclear direta com a Rússia, concluindo que 90 milhões de americanos poderiam morrer nos primeiros 20 minutos." (Geopolítica ao vivo – Telegram 01/06)

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