Uma opinião
Um resultado da recém-concluída Cimeira da OTAN é a decisão da Alemanha de instalar mísseis de alcance intermediário dos EUA. Antes de 2019, quando Washington cancelou o Tratado INF, o tratado impedia tal implantação.
O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev e o presidente dos EUA Ronald Reagan assinaram um tratado histórico de controle de armas nucleares em 1987. (Foto: White House Photographic Office/National Archives and Records Administration)
O Tratado INF foi assinado por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev em 8 de dezembro de 1987, e o tratado foi ratificado em 1º de junho de 1988. O tratado era parte integrante do fim da Guerra Fria. Reagan chamou o tratado de um “passo em direção a um mundo mais seguro”.
“O Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) de 1987 exigiu que os Estados Unidos e a União Soviética eliminassem e renunciassem permanentemente a todos os seus mísseis balísticos e de cruzeiro nucleares e convencionais lançados do solo com alcances de 500 a 5.500 quilômetros. O tratado marcou a primeira vez que as superpotências concordaram em reduzir seus arsenais nucleares, eliminar uma categoria inteira de armas nucleares e empregar extensas inspeções no local para verificação. Como resultado do Tratado INF, os Estados Unidos e a União Soviética destruíram um total de 2.692 mísseis de curto, médio e médio alcance até o prazo de implementação do tratado de 1º de junho de 1991.”
Culpando a Rússia, o governo Trump saiu do tratado. A consequência foi matar o desarmamento nuclear que o Tratado INF tinha conseguido e voltou se à corrida armamentista. Se eu tivesse que apostar, diria que a retirada de Washington foi uma consequência da indústria nuclear dos EUA precisar da fonte de lucros que a corrida armamentista forneceu e da determinação dos neoconservadores de recuperar a hegemonia dos EUA por meio da acumulação de força.
Se a Rússia realmente não estivesse a proceder em conformidade com o tratado, o foco de Trump deveria ter sido trabalhar para fazer com que a Rússia cumprisse, não rescindir o tratado.
Os esforços de vários presidentes americanos e líderes soviéticos no século XX para aliviar as tensões e construir confiança foram desperdiçados por Washington no século XXI....
De qualquer forma, o que está claro é que Washington está pressionando tanto a Europa quanto a Rússia a se prepararem para a guerra, e ela própria está se preparando.
O Senado dos EUA se juntou à Câmara dos Representantes na criação de um sistema de registo de recrutamento do qual se pode formar um exército regular. A versão do Senado inclui mulheres no recrutamento, como exige tratamento igualitário. Claramente, Washington vê a necessidade de um exército maior do que um exército voluntário pode fornecer.
Agora que o regime Biden está fornecendo F-16s e mísseis de longo alcance para a Ucrânia, sistemas de armas que Biden disse que nunca seriam dados aos ucranianos, junto com informações de alvos, claramente a intenção de Washington é ampliar ainda mais a guerra, levando-a para áreas civis da Rússia. Simultaneamente, Washington está usando suas ONGs na Geórgia para orquestrar uma revolução colorida lá para abrir uma segunda frente contra a Rússia. A guerra lenta e eterna de Putin na Ucrânia foi uma benção que caiu nas mãos de Washington.(...)
*Paul Craig Roberts é um renomado autor e acadêmico, presidente do The Institute for Political Economy, onde este artigo foi publicado originalmente. O Dr. Roberts foi anteriormente editor associado e colunista do The Wall Street Journal. Ele foi Secretário Assistente do Tesouro para Política Econômica durante a Administração Reagan. Ele é um colaborador regular da Global Research.
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