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11 de julho de 2024

Os Partidos do Bloco Central das negociatas há muito hipotecaram a gestão urbanística aos especuladores

 Por que é que o PS de Medina perdeu as eleições para a câmara de Lisboa   ?

A gestão de Medina era muito diferente da de Moedas ? Ambos estão nas mãos dos grandes empreiteiros e dos fundos imobiliários . Para os que olham para a França e se agitam para uma aliança que no essencial faria a mesma política e que o Chega agradecia , lembrar que :
 Sampaio não  era Medina nem Moedas e que a correlação de forças entre  a esquerda e o PS nessa altura e anos seguintes era de modo a impedir que as grandes empresas de construção e especuladores imobiliários ditassem a política Urbanística. Num quadro de crise aguda da habitação veja se  as vergonhosas   votações do PS.

PS viabiliza mais hotéis em Lisboa
AbrilAbril
10 DE JULHO DE 2024
Apesar da sobrecarga de unidades hoteleiras e consequente especulação imobiliária, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou passagem «de habitação para turismo», com o aval do PS, que se absteve.
Na reunião privada do Executivo, na passada sexta-feira, foram aprovados dois novos hotéis na capital, um na freguesia de Belém e outro em Arroios, viabilizados com o voto a favor da liderança PSD/CDS-PP e a abstenção dos vereadores do PS.

Uma das propostas aprovadas é a alteração da licença de um loteamento na freguesia de Belém, na Rua dos Cordoeiros a Pedrouços, para passar do uso «de habitação para turismo» e receber um estabelecimento hoteleiro de três estrelas. Os donos do terreno junto à Avenida da Índia haviam requerido à Câmara Municipal de Lisboa a alteração do uso e, apesar dos alertas para a urgência de conter a instalação de novas unidades na capital, uma vez exponenciarem a especulação imobiliária e os baixos salários não permitirem pagar uma renda, a proposta passou com o aval dos eleitos do PS e o voto contra dos restantes partidos da oposição. 

A proposta referente à alteração de usos para o antigo Hospital de Nossa Senhora do Desterro, na Rua Nova do Desterro, teve igual votação. Num comunicado divulgado após a reunião, os vereadores do PCP denunciavam que o novo projecto «consolida a privatização de um valioso património, que era público, sem contrapartidas para a cidade». A proposta, frisavam, «favorece apenas a rentabilização de quem adquiriu este imóvel à ESTAMO, na vigência do governo do PS, à revelia do protocolo estabelecido entre Câmara e a empresa que o adquiriu, que inicialmente tinha previsto para o espaço outros usos, incluindo no âmbito cultural». 

Prosseguindo o caminho da gentrificação, o projecto de alteração da obra do Desterro reduz o uso habitacional, aumentando consequentemente as áreas destinadas a uso comercial (+ 4 959,50 metros quadrados) e para turismo (+ 2 193,30 metros quadrados). 

No início de Julho, em resposta à eleita do PEV Cláudia Madeira, que questionava o sentido de manter a porta aberta a novos hotéis, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), justificou-se com os «direitos adquiridos» e o Plano Director Municipal (PDM), que na prática permite a liberalização dos solos da cidade e cuja aprovação tem a chancela do PSD e do PS.   

Em 2019, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou, com o voto contra do PSD e a abstenção do BE, uma proposta para a definição da Capacidade de Carga Turística (CCT). Até agora, nem o actual nem o anterior executivo (PS) puseram a medida em marcha, com prejuízo para quem trabalha e vive (ou tenta viver) na capital.

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