Por que é que o PS de Medina perdeu as eleições para a câmara de Lisboa ?
A gestão de Medina era muito diferente da de Moedas ? Ambos estão nas mãos
dos grandes empreiteiros e dos fundos imobiliários . Para os que olham
para a França e se agitam para uma aliança que no essencial faria a
mesma política e que o Chega agradecia , lembrar que :
Sampaio
não era Medina nem Moedas e que a correlação de forças entre a
esquerda e o PS nessa altura e anos seguintes era de modo a impedir que
as grandes empresas de construção e especuladores imobiliários ditassem a
política Urbanística. Num quadro de crise aguda da habitação veja se
as vergonhosas votações do PS.
AbrilAbril
10 DE JULHO DE 2024
Apesar
da sobrecarga de unidades hoteleiras e consequente especulação
imobiliária, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou passagem «de habitação
para turismo», com o aval do PS, que se absteve.
Na
reunião privada do Executivo, na passada sexta-feira, foram aprovados
dois novos hotéis na capital, um na freguesia de Belém e outro em
Arroios, viabilizados com o voto a favor da liderança PSD/CDS-PP e a
abstenção dos vereadores do PS.
Uma
das propostas aprovadas é a alteração da licença de um loteamento na
freguesia de Belém, na Rua dos Cordoeiros a Pedrouços, para passar do
uso «de habitação para turismo» e receber um estabelecimento hoteleiro
de três estrelas. Os donos do terreno junto à Avenida da Índia haviam
requerido à Câmara Municipal de Lisboa a alteração do uso e, apesar dos
alertas para a urgência de conter a instalação de novas unidades na
capital, uma vez exponenciarem a especulação imobiliária e os baixos
salários não permitirem pagar uma renda, a proposta passou com o aval
dos eleitos do PS e o voto contra dos restantes partidos da oposição.
A
proposta referente à alteração de usos para o antigo Hospital de Nossa
Senhora do Desterro, na Rua Nova do Desterro, teve igual votação. Num
comunicado divulgado após a reunião, os vereadores do PCP denunciavam
que o novo projecto «consolida a privatização de um valioso património,
que era público, sem contrapartidas para a cidade». A proposta,
frisavam, «favorece apenas a rentabilização de quem adquiriu este imóvel
à ESTAMO, na vigência do governo do PS, à revelia do protocolo
estabelecido entre Câmara e a empresa que o adquiriu, que inicialmente
tinha previsto para o espaço outros usos, incluindo no âmbito
cultural».
Prosseguindo o
caminho da gentrificação, o projecto de alteração da obra do Desterro
reduz o uso habitacional, aumentando consequentemente as áreas
destinadas a uso comercial (+ 4 959,50 metros quadrados) e para turismo
(+ 2 193,30 metros quadrados).
No
início de Julho, em resposta à eleita do PEV Cláudia Madeira, que
questionava o sentido de manter a porta aberta a novos hotéis, o
presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), justificou-se com
os «direitos adquiridos» e o Plano Director Municipal (PDM), que na
prática permite a liberalização dos solos da cidade e cuja aprovação tem
a chancela do PSD e do PS.
Em
2019, a Câmara Municipal de Lisboa aprovou, com o voto contra do PSD e a
abstenção do BE, uma proposta para a definição da Capacidade de Carga
Turística (CCT). Até agora, nem o actual nem o anterior executivo (PS)
puseram a medida em marcha, com prejuízo para quem trabalha e vive (ou
tenta viver) na capital.
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