Uma comissão bipartidária nomeada pelo Congresso disse que os EUA devem preparar-se para possíveis guerras simultâneas com a Rússia e a China, expandindo suas forças convencionais, fortalecendo alianças e aprimorando o programa de modernização de armas nucleares (relatório da Comissão de Postura Estratégica). Este relatório vem com a suspeita de estar prevista a cooperação entre a Rússia e a China em armas nucleares: "Estamos preocupados (...) pode haver uma coordenação entre eles de alguma forma, o que nos leva a esta realização de duas guerras".
No prefácio do relatório, diz-se: "Reconhecemos as realidades orçamentais, mas também acreditamos que a nação deve fazer esses investimentos" “o Presidente e o Congresso devem "levar o caso ao povo americano" de que maiores gastos com defesa são um pequeno preço a pagar "para ter a esperança de impedir" uma possível guerra nuclear envolvendo Estados Unidos, China e Rússia. (https://www.reuters.com/world/us-must-be-ready-simultaneous-wars-with-china-russia-report-says-2023-10-12/)
Uma “esperança” que põe de parte o papel da ONU e da diplomacia. Estamos entendidos… Mas mostra também que os EUA reconhecem não ter neste momento capacidade para enfrentar a Rússia e a China e que atacar um seria atacar ambos.
O nervosismo em Washington não pode ser desligado de declarações de Putin, por exemplo na recente reunião do Clube Valdai: o ocidente “perdeu o sentido da realidade, cruzaram todos os limites possíveis.” “Esqueceram o que são autocontrole e compromisso, querem impor seus interesses a qualquer custo, e veremos o que virá daí”.
A displicência do seu discurso e sobretudo a referência a armas nucleares, fez perder as estribeiras em Washington, como quem diz: aqueles tipos que nós derrotámos atrevem-se a falar assim? Disse Putin:
"Não acho que alguém que tenha juízo são e memória clara pense em usar armas nucleares contra a Rússia". "Deixe-me lembrar que na doutrina militar russa existem duas razões para o possível uso de armas nucleares pela Rússia. A primeira é o uso de armas nucleares contra nós, portanto em retaliação". O segundo motivo é “uma ameaça à existência do Estado russo, mesmo que apenas armas convencionais sejam usadas”. “A partir do momento em que um lançamento de míssil é detetado, não importa de onde ele venha – de qualquer lugar nos oceanos ou de qualquer território – num ataque de retaliação, centenas de nossos mísseis aparecerão no ar e em várias direções ao mesmo tempo que nenhum inimigo terá chance de sobreviver.”
Por que fala Putin assim? Recorde-se desde já, que o armamento que a Rússia dispõe tem origem no desenvolvimento científico e técnico da União Soviética, que a propaganda vendia como irremediavelmente atrasado, face ao ocidente.
Já em 2004, Putin anunciava que a Rússia avançava para uma nova geração de armas e tecnologia. Na altura, os americanos e os súbditos da UE/NATO ignoraram-no, pensando que a Rússia poderia desmoronar-se a qualquer momento e que seriam capazes de desfrutar gratuitamente do petróleo, gás, combustível nuclear e outros produtos estratégicos russos para sempre. Pensavam que mesmo que a Rússia tentasse resistir, bastaria subornar alguns traidores – como Gorbachev ou Ieltsin – e tudo ficaria bem novamente. (Dimitri Orlov)
A arrogância e a ilusão que os media transmitiam era tão grande que a propaganda reduzia a Rússia a uma caricatura: Scholz dizia que os russos estavam a tirar os chips das máquina de lavar alemãs para utilizar nos mísseis; a sua economia tinha a dimensão da da Espanha; eram uma “bomba de gasolina com armas nucleares”, iria implodir com “a bomba atómica das sanções”.
A pesporrência dos comentadores sumiu-se, agora com rostos fechados, deparam-se com o afundamento da UE, que escondem aproveitando as lutas partidárias (democracia). Sabem que a Rússia detém um conjunto de armas estratégicas avançadas, para as quais o ocidente (os EUA) não têm defesa, como os Sarmat, Poseidon, Avangard, Buresvetnik, além dos Kinzal que transformam porta-aviões que custam fortunas, em peixes num barril.
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