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17 de outubro de 2023

Negociações, desarmamento ou...

 A nova guerra fria está declarada, porém muito mais perigosa que a anterior, dado que na anterior havia uma paridade que levou ao estabelecimento de tratados de limitação de armas. Agora os EUA veem o seu domínio fugir-lhe, aliados reticentes, caos e revolta nos subservientes. As suas ONG procuram ganhar apoios mas custam caro e são cada vez mais ineficazes. A realidade impõe-se.

Um relatório preparado para o Congresso propõe a preparação para uma guerra simultânea com a Rússia e a China (ver EUA para defender a paz preparam a guerra com a Rússia e a China)

Blincken, define a nova guerra fria num discurso: "Nossos concorrentes [Rússia e China] têm uma visão fundamentalmente diferente [da “visão liberal” ocidental](...) O contraste não poderia ser mais claro. E as apostas da competição que enfrentamos não poderiam ser maiores para o mundo e para o povo americano." Por isso esforçamo-nos "para alinhar nossos amigos para enfrentar os três testes definidores desta era emergente: competição, estratégia feroz e sustentável, ameaças existenciais a vidas e meios de subsistência e a necessidade urgente de reequilibrar o nosso futuro tecnológico e económico”.

Esta confissão de vulnerabilidade económica e tecnológica e a necessidade de mobilizar aliados para esta guerra pouco fria, sem se preocupar com a opinião das populações, que por definição têm de ter “visão liberal”, com a qual alinham os “socialistas”, tem pela frente a capacidade económica e militar da Rússia e da China. Em particular da Rússia que desenvolveu com êxito o herdado da União Soviética.

Destacamos:

- RS-28 Sarmat: Míssil intercontinental pesado, transportador de 10 a 15 mísseis, voando em trajetórias suborbitais imprevisíveis, pode atingir pontos em qualquer lugar do planeta, sendo impossível intercetar. Os mísseis de reentrada podem voar em órbita baixa, manobrar e, de repente, mergulhar em direção aos seus alvos. Os EUA não têm defesas no Sul do seu território. A única forma evitar tal ataque seria proteger os EUA com uns 3 600 sistemas anti míssil, algo que os EUA estão a décadas de implementar.

-Poseidon: Torpedo míssil nuclear intercontinental, alimentado por reator nuclear, com alcance praticamente ilimitado, a 100 km/h e uma profundidade até 1000 m. Previsto para atingir linhas de costa inimigas com uma carga nuclear de 2 megatoneladas.

- Burevestnik: míssil de cruzeiro intercontinental subsónico movido a energia nuclear, podendo permanecer na atmosfera por vários anos, representando uma ameaça a qualquer momento. Pode realizar voos em altitudes de 50-100 metros, tornando-o invisível para o radar inimigo, detetável apenas por satélites durante o lançamento. As suas características permitem-lhe manobrar em torno de sistemas de defesa aérea, viajando em direção a alvos "de uma direção completamente inesperada."

- Peresvet: complexo de laser móvel que pode cegar drones e satélites, destruindo os sistemas de reconhecimento aéreo.

- Armas termobáricas: O termo vem da temperatura e pressão que desenvolvem, com potencial equivalente a uma pequena bomba nuclear (44 Kton TNT). Os EUA dispõem destas bombas, os russos estarão mais avançados tendo desenvolvido uma terceira geração destas armas.

- Avangard - míssil balístico intercontinental hipersónicos com velocidade superior a Mach 20 (até Mach27). Próximo do alvo, pode realizar manobras evasivas horizontais e verticais de alta velocidade que o tornam "invulnerável a qualquer sistema de defesa antimísseis". Pode ser transportado pelos Sarmat

- KH32 - míssil de cruzeiro lançado de bombardeiros, com alcance de 600–1000 km. Velocidade Mach 3,5 a 4,6. Na aproximação ao alvo surge da estratosfera a velocidade próxima do hipersónico. Ataca o alvo em mergulho vertical anulando a defesa antimísseis.

A Rússia dispõe ainda dos - 3M54 - Kalibre - Mach 2,9 na fase terminal; 3M22 Zircon míssil de cruzeiro hipersónico antinavio. Alcance: 1000 km. Altitude de voo: 28 km; Mach 8 – 9; - Kinzhal - míssil de cruzeiro hipersónico lançado do ar com velocidade Mach 10 Concebido para atingir porta-aviões e sistemas de defesa antiaérea. Alcance at´r cerca de 3 000 quilómetros.

Todos estes mísseis são conduzidos por inteligência artificial (IA), capazes de manobras muito rápidas que os tornam imunes às defesas existentes, resistência muito alta a interferência eletrónica podendo alguns interferir nos sensores do inimigo.

- Bombas nucleares - A Rússia dispõe cerca de 6 500, umas 100 mais que os EUA o que é irrelevante.

A China acelera a construção do seu potencial militar: possui mísseis hipersónicos; constrói navios e submarinos tecnologicamente avançados, portadores de mísseis capazes de destruir navios dos EUA; aumenta rapidamente o seu potencial nuclear ficando com pelo menos 1 500 bombas nucleares.

Os EUA/NATO têm superioridade em termos numéricos – desde que a China não entre na equação, porém em termos de qualidade a vantagem é russa, quanto a mísseis e mesmo aeronaves.

A Rússia dispõe dos mais avançados sistemas de defesa anti míssil conhecidos como o S-400 e o S-500 projetado para destruir mísseis balísticos e de cruzeiro hipersónicos. Mesmo os S-300 deitaram abaixo 70% dos misseis Patriot com que os EUA atacaram a Síria na altura do alegado uso de armas químicas.

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