Linha de separação


12 de outubro de 2023

Geopolítica na guerra Israel – Hamas

 À medida que os conflitos no mundo emergem, a capacidade dos EUA para se imporem diminui. Torna-se evidente que entre Israel e a Ucrânia, é esta que vão deixar cair, havendo um consenso no Congresso quanto a Israel, que o partido de Biden vai aproveitar a seu favor. Declarações claramente genocida contra os palestinos – não apenas contra os combatentes - de alguns congressistas e mediáticos, têm o conteúdo nazi aquando da invasão da União Soviética sobre eliminação da população.

O desvio cognitivo e falta de senso que paira em Washington, revela-se nestas declarações: "O Médio Oriente é a região do mundo que menos trabalho me reserva", disse há duas semanas Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca…

A Rússia procura tirar proveito da situação. Diz Lavrov: O ocidente, liderado pelos EUA, "usurpou arbitrariamente a posição de árbitro dos destinos de toda a humanidade" "Sem negar a necessidade de respeitar as normas e princípios da Carta da ONU, sempre se referem a eles seletivamente, caso a caso, escolhendo apenas o que em cada momento atende às suas necessidades geopolíticas egoístas."

No mundo muçulmano a situação na Palestina desagrada profundamente. A simpatia das massas pelas luta palestiniana, obriga a tomar posições incómodas para alguns governos. Na Jordânia, realizam-se negociações entre a Autoridade Palestiniana e os EUA. Erdogan, advertiu Israel que nunca haveria paz na região se continuasse a negar um Estado palestino independente e soberano dentro das fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém como sua capital. Obviamente, o problema na região não pode ser resolvido oprimindo constantemente os palestinos e tomando suas casas e terras". Criticou também o ocidente por não cumprir as promessas que fez aos palestinos.

Sexta-feira realiza-se uma reunião do CS da ONU. Os EUA têm de ter cuidado para não ferir ainda mais o mundo muçulmano. A situação atual é uma realidade sem saída para os dois lados, afirma Thierry Meyssan (Rede Voltaire) . Após três quartos de século de crimes, Israel já não pode alegar grande coisa.

Neste momento, apenas a Jihad Islâmica, diversos grupos da Resistência da Cisjordânia se juntaram ao Hamas. Se o Hezbolla entrar em cena, Israel não conseguirá repelir o ataque sozinho. A sua existência só pode ser garantida com o apoio militar dos Estados Unidos. O risco portanto é os EUA serem arrastados para uma guerra com o Irão para defender Israel, o que muito dificilmente deixaria a Rússia indiferente, e mesmo a China atendendo aos laços comerciais, estratégicos e até militares com o Irão.

Os palestinianos não têm qualquer hipótese de derrotar Israel militarmente, mas Israel dificilmente pode aniquilar a resistência palestiniana. Aliás o objetivo do Hamas não é vencer militarmente, mas envolver os EUA, o Irão, a Turquia, Arábia Saudita, China e Rússia em busca de uma solução política. Mousa Abu Marzouq do bureau político do Hamas disse que está aberto a negociações. Porém, o objetivo de Netanyahu é finalmente ocupar Gaza, visando o objetivo do “Grande Israel” - a seguir trataria da Cisjordânia, com tempo.

Com o envolvimento do Hezbollah, Israel enfrenta uma grave crise de segurança, com a perspetiva de ter que lutar tanto no Líbano quanto em Gaza e enfrentar um levantamento na Cisjordânia. "Se Israel entrar em Gaza e caçar a liderança do Hamas, a prioridade do Hezbollah seria abrir uma segunda (e talvez uma terceira e quarta) frente contra Israel para os deter. Ao fazer isso, traria milícias armadas do Iraque para reforçar suas forças.

Tem havido de facto confrontos limitados do Hezbollah e as FDI. O Hezbollah destruiu dois postos avançados das FDI e uma estação de radar com mísseis. Disparou ATGM contra dois locais militares israelitas, um deles o centro de comando da divisão da Galileia das FDI. Foram também destruídos tanques israelitas bem como várias outros equipamentos militares. Em resposta as FDI contra-atacaram.

A imprensa iraquiana informa que o comandante da milícia xiita iraquiana "Kataib Sayed al-Shohada" Abu Ala al-Walai foi visto no Líbano, com ele até o final da semana de 3 000 a 7 000 combatentes do Iraque chegarão para participar da batalha pela Palestina.

O Hezbollah é um adversário muito complicado para Israel, dada a profundidade de campo que dispõe e o seu potencial bélico, que inclui mísseis com alcance superior a 150 km, modernos mísseis guiados antitanque (ATGM) e numerosos drones iranianos. Com a vantagem de milhares de militantes com experiência militar da Síria e do Iémen.

O atual exército israelita, consiste principalmente em profissionais sem experiência em combate e um alto número de recrutas, o que leva Israel a exigir o uso de uma quantidade substancial de armas e munições de longo alcance. É certo que Israel dispõe de elevada produção militar própria, mas o apoio financeiro e de armas – sempre presente seria mais um desafio para os EUA . Sem os EUA terem dado por isso ei-los perante mais um dilema.

Segundo notas em Geopolítica ao vivo – Telegram (exceto quando mencionado)

Geopolítica ao vivo – Telegram

1 comentário:

mensagensnanett disse...

NA SEQUÊNCIA DE IMPUNIDADE/INTOLERÂNCIA
.
.
Aborígenes australianos, Índios norte-americanos, etc... os boys e girls do ocidente mainstream estão habituados a holocaustos impunes.
[os nazis hitlerianos estiveram na sequência de impunidade/intolerância]
.
.
Os ocidentais mainstream (e os judeus fazem parte dos ocidentais mainstream) possuem um largo historial de genocídios e substituições populacionais:
-> os ocidentais mainstream permitiram a construção de um Estado de Índios norte-americanos: NÃO!
-> os ocidentais mainstream permitiram a construção de um Estado de Aborígenes australianos: NÃO!
-> etc.
--->>> Não permitir a construção de um Estado palestiniano também está na sequência de impunidade/intolerância.