Do facebook do General Raul Luís Cunha
Porque sempre me fez muito asco e azia a mentira, a
falsificação e a hipocrisia, anexo em seguida um texto que me enviaram e
o qual "trunquei" um pouquinho, dada a sua relevância face ao que está a
acontecer em Israel. Não junto fotos de bebés assassinados pelos
"valentes" pilotos das IDF, na esperança do FB não me censurar.
Disclaimer: Não sou a favor nem do Hamas, nem do Bibi, mas sou contra os miseráveis "ultras" associados a este último.
A ESCABROSA OPERAÇÃO DE MISTIFICAÇÃO DOS «40 BEBÉS»
No
início da semana, uma jornalista do canal televisivo i24News de Israel,
disse em lágrimas num directo, que havia relatos de que guerrilheiros
do Hamas tinham matado «40 bebés» e decapitado vários deles durante uma
incursão em Kfar Aza, um kibbutz na fronteira com Gaza.
Agora,
num extenso artigo do site norte-americano "The Grayzone", o director
desse site de investigação, Max Blumenthal, desmascara toda essa operação
de desinformação, identificando a principal fonte do boato. Trata-se de
David Ben Zion, um vice-comandante da Unidade 71 do exército israelita
que é também um conhecido líder extremista de colonos ilegais, e que já
antes incitara violentos motins contra os palestinianos na Cisjordânia,
ocupada no início deste ano.
«Horas depois da sua
entrevista ao i24, ainda na aldeia, Ben Zion podia ser visto a sorrir
repetidamente num vídeo publicado no seu Facebook — uma disposição
estranha para quem era uma suposta testemunha de um massacre metódico de
bebés», relata o artigo de Blumenthal.
Entretanto,
essa ideia grotesca, baseada unicamente naquele relato, foi prontamente
promovida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, correu
rapidamente por toda a internet, foi replicada dezenas de milhões de
vezes no Twitter e acabou em grandes canais de televisão por todo o
mundo.
Mais tarde, o próprio exército israelita,
foi questionado pela imprensa local sobre o caso, e num exercício de
seriedade, afirmou não ter quaisquer evidências de um tal evento.
Mas
num discurso no dia 10 de outubro, o senil presidente norte-americano
Joe Biden afirmou numa conferência de imprensa que «nunca pensei que
iria ver... ter imagens confirmadas de terroristas a decapitar
crianças», e logo as estações de televisão de todo o Ocidente
reproduziram o discurso de Biden, conectando-o com a história nunca
verificada dos «40 bebés» da i24News.
O que é mais
estranho e grave em toda esta história, é que contrariando Biden, a Casa
Branca esclareceu no dia 11 «que o presidente Joe Biden e outros
responsáveis norte-americanos não viram nem confirmaram de forma
independente que os terroristas do Hamas decapitaram crianças
israelitas», informava o "The Times" de Israel. «Segundo um porta-voz da
Casa Branca, o presidente baseou os seus comentários em declarações do
porta-voz de Netanyahu e em meios de comunicação social de Israel».
Entretanto,
alguns repórteres que inicialmente divulgaram as alegações oficiais
israelitas sobre os bebés decapitados começaram a recuar nas suas
próprias qualificações, diz o artigo da Grayzone.
Oren
Ziv, um repórter israelita que participou na visita oficial dos
jornalistas a Kfar Aza, comentou no Twitter: «Estou a receber muitas
perguntas sobre os relatos de "bebés decapitados pelo Hamas", que foram
publicados após a visita dos meios de comunicação social à aldeia.
Durante essa visita não vimos qualquer prova disso, e o porta-voz do
exército ou os comandantes ali presentes também não mencionaram tais
incidentes».
No artigo de Blumenthal, são apontadas
ainda vários personagens do establishment ultra-sionista que rodeiam o
actual governo israelita, e outros casos em que esses figurões perseguem
os seus propósitos de forma totalmente amoral.
E o
artigo conclui que «Netanyahu utiliza a duvidosa alegação de bebés
decapitados para atrair os seus patrocinadores americanos para a sua
guerra».
Nos media, sobretudo nos ocidentais de
grande difusão, cada vez mais a verdade deixou de importar face à
necessidade de condicionar a opinião pública. Nestes casos, a reação
emocional a uma alegação desprovida de qualquer análise crítica ou de
provas factuais, é muito mais importante do que a realidade. Uma simples
alegação não verificada, pode desempenhar um papel decisivo na
conquista dos corações das massas de espectadores, leitores e ouvintes.
Pelo
que agora parece, tratou-se apenas de uma tentativa para contrariar a
nítida perda de simpatia da causa israelita entre as massas a nível
internacional, num momento em que por todo o lado continuam a aparecer
milhares de imagens reais, essas sim verificadas e em directo, de
dezenas de crianças palestinas, incluindo bebés, mortas pelos impiedosos
bombardeamentos israelitas sobre Gaza.
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