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6 de outubro de 2023

O suicídio da UE na Ucrânia e a “unidade europeia”

 Bruxelas prepara-se para iniciar negociações formais sobre a adesão da Ucrânia à UE. (1) Segundo o jornalista polaco independente Lukasz Warzecha, a adesão da Ucrânia à UE minaria fundamentalmente os interesses económicos da Polónia e constituiria uma forma de suicídio político da UE. "Imagine-se o seguinte: dentro de alguns anos, no novo orçamento, os polacos serão obrigados a pagar não apenas enormes quantias de dinheiro devido à absurda política climática da UE, mas serão informados de que dezenas de milhares de milhões de euros estarão fluindo para a Ucrânia, que será nossa rival direta no bloco." "Apoiar a adesão ucraniana é simplesmente suicida e vai contra os interesses polacos. Além disso, isso não há vestígio de debate sobre o assunto no nosso país." (nem em qualquer outro, acrescente-se).

Alguns media revelaram que a UE teria que dotar 186 mil milhões a Kiev se se tornasse membro da UE, para preencher os enormes buracos no orçamento da Ucrânia, transformando beneficiários líquidos da ajuda da UE em doadores. O jornalista expressou espanto sobre a disposição dos políticos polacos serem conduzidos como ovelhas, "sem um traço de reflexão sobre as consequências para a Polónia, da admissão da Ucrânia, cujo principal beneficiário seria a Alemanha". (claro que isto se aplica às outras “ovelhas” que fingem governar os países obedecendo a Bruxelas… e esta a Washington).

Líderes da UE preparam um Plano de negociações da adesão da Ucrânia à UE. Sabe-se também que a UE só descongelará 13 mil milhões de euros devidos à Hungria, em troca do apoio húngaro a Kiev. Um bloqueio de fundos que não passa de "chantagem"...

O objetivo é Kiev vir a tornar-se membro da UE até 2030 se "ambas as partes realizarem reformas de forma ativa e constante e Kiev combater a corrupção e cumprir as condições legais".

No entanto, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, alertou que 2030 era apenas um "horizonte político", não um compromisso rígido. “O objetivo de fixar uma data é apenas para mobilizar energia política e iniciar o movimento. Se não tivermos um horizonte, as pessoas vão começar a pensar “ok, temos tempo”. "Mas não temos tempo", disse Borrell na reunião da UE em Granada.

O ex-presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker advertiu contra fazer "falsas promessas" aos ucranianos e disse que "qualquer pessoa que tenha alguma coisa a ver com a Ucrânia sabe que este é um país corrupto em todos os níveis da sociedade" e continua inelegível. "Tivemos experiências ruins com alguns supostos novos membros, quando se trata do Estado de Direito. Isto não pode repetir-se."

Há mais de uma década que a UE pressiona a Ucrânia para uma possível adesão, ajudando Washington a dar o golpe violento de fevereiro de 2014, depois do presidente Viktor Yanukovych pretender integrar a Ucrânia na União Económica Eurasiática com a Rússia, adiando a assinatura de um Acordo de Associação com a UE. (vale a pena recordar como o ocidente espalha a “democracia” e o caos...)

A conversa sobre uma possível adesão da Ucrânia à UE ocorre no meio de grande disputa política e econômica entre a Ucrânia e a Polónia, provocado pela decisão de Varsóvia de proibir as importações de cereais ucranianos. A decisão da Ucrânia de processar a Polónia na OMC e uma série de declarações amargas tanto de Kiev como da Polónia, com o presidente polaco, Andrzej Duda, comparando a Ucrânia a um "Homem perigoso a afogar-se".

Com eleições para deputados em 15 de outubro o governo intensificou os ataques populistas à Ucrânia, com o primeiro-ministro, Morawiecki, cancelando entregas de armas a Kiev e prometendo "proteger a agricultura polaca dos agrooligarcas ucranianos" (agora também dos EUA). Zelensky, acusou países como a Polónia de "fingirem solidariedade", mas "apoiarem indiretamente a Rússia". A glorificação por Kiev dos colaboradores nazis responsáveis pelo assassinato de mais de 100 000 civis polacos serviu para agravar ainda mais as relações.

1 - Apoiar candidatura da Ucrânia à UE é "simplesmente suicida", diz jornalista polaco

Há ainda dois aspetos não focados neste artigo: a ambição da Polónia de ocupar parte ocidental da Ucrânia com ricas terras agrícolas e a animosidade que se generaliza na população polaca contra a vaga de emigrantes ucranianos e regalias que usufruem. Quanto à glorificação de criminosos nazis, veja-se como “socialistas”, social democratas, etc., falam no apoio à democracia na Ucrânia...



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