Olaf Scholz. em 2014 afirmava que a Rússia ocupou a Crimeia e enviou tropas ao Donbas “em violação direta do direito internacional”. “Durante os oito anos que se seguiram à anexação ilegal da Crimeia e à eclosão do conflito na Ucrânia oriental, a Alemanha e seus parceiros europeus e internacionais do G7 concentraram-se em salvaguardar a soberania e a independência política da Ucrânia, evitando uma maior escalada da Rússia, restaurando e preservando a paz na Europa”.
Juntamente com a França, acrescentou Olaf Scholz, “a Alemanha comprometeu-se no chamado Formato da Normandia, que conduziu aos Acordos de Minsk e ao correspondente processo de Minsk, o qual exigia que a Rússia e a Ucrânia adotassem um cessar-fogo e uma série de outras medidas. Apesar dos problemas e da falta de confiança entre Moscou e Kiev, a Alemanha e a França mantiveram o processo em funcionamento. Mas uma Rússia revisionista tornou impossível o êxito da diplomacia”.
Mas a verdade veio depois
As declarações da ex-chanceler Angela Merkel à revista Zeit Magazine deram outra perspectiva sobre os acordos de Minsk. O primeiro acordo, de setembro de 2014, disse Angela Merkel, destinava-se a “dar tempo à Ucrânia para se fortalecer, como podemos ver hoje. A Ucrânia de 2014/2015 não é a Ucrânia de hoje”.
Em seguida, veio a batalha de Debatselvo no início de 2015, com uma vitória rápida das forças russas, que levou a um segundo protocolo do acordo de Minsk, assinado em fevereiro desse ano. “Era claro para nós que o conflito estava congelado, que o problema não tinha sido resolvido, mas isto deu à Ucrânia um tempo inestimável”, acrescentou Angela Merkel.
Declarações semelhantes foram feitas mais tarde pelo ex-presidente francês François Hollande. Pyotr Poroshenko, que assumiu a presidência da Ucrânia após o golpe de 2014, também reconheceu que os Acordos de Minsk (em cuja negociação ele e Merkel estiveram envolvidos) não eram mais do que um estratagema para ganhar tempo e reforçar militarmente a Ucrânia. “Os acordos de Minsk, apesar das críticas, deram-nos tempo para construir as capacidades de defesa da Ucrânia”.
Estas declarações foram produzidas quando todos acreditavam que o exercito ucraniano apoiado armado e treinado pelos EUA e as respectivas sanções colocariam a Rússia de joelhos
Lembrar ainda que , em 10 de dezembro de 2019, o governo ucraniano emitiu um comunicado após uma reunião em Paris dos líderes dos quatro países que moldaram os Acordos de Minsk – França, Alemanha, Rússia e Ucrânia – declarando que continuavam comprometidos com a plena implantação dos acordos e com a promoção de uma “arquitetura sustentável e inclusiva de confiança e segurança na Europa”.
A resposta russa foi que as declarações de Angela Merkel eram “decepcionantes”. “Não esperava ouvir isso da ex-chanceler”, disse Vladimir Putin. “Pensava que os líderes alemães estavam em diálogo sincero conosco”. “A ideia era encher a Ucrânia de armas e prepará-la para o combate. Percebemos isso muito tarde”, acrescentou .
em 2010, Vladimir Putin, então primeiro-ministro russo, apresentou duas propostas que teriam mudado a face da Europa. Em 25 de novembro desse ano, a agência de notícias alemã DW escreveu sobre o assunto: “A tinta ainda não secou nas manchetes elogiando, como um passo histórico, o acordo entre os países membros da OTAN e a Rússia sobre a cooperação na construção de um escudo antimísseis em solo europeu quando – após a cúpula com a União Europeia – a adesão de Moscou à Organização Mundial do Comércio está finalmente no horizonte”.
Como se fosse pouco, algumas horas mais tarde, no jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin defendia a integração de uma comunidade econômica harmoniosa de Lisboa a Vladivostok.
Desde então, as tensões só têm aumentado. Deveríamos perguntar-nos por que não foi possível um acordo com a Rússia, nos termos propostos por Vladimir Putin em 2010 ou em outros termos.
Entre as mais sensíveis razões neste cenário estava a ligação do gasoduto Nord Stream II, que se tornaria um vínculo estratégico entre a Rússia e a Europa Ocidental. Impedir sua conclusão transformou-se num objetivo fundamental dos Estados Unidos. Um dia saberemos os detalhes do cancelamento do acordo sobre este gasoduto e os atentados subsequentes – atribuídos à CIA em conivência com a marinha norueguesa – às instalações existentes tanto do Nord Stream II (que nunca entrou em funcionamento) como do Nord Stream I, que estava em funcionamento.
Depois todos nos lembramos da conferência de imprensa em que Biden declarou que o gasoduto nunca veria aluz do dia na frente de um Scholtz menino de coro que saiu com o rabo entre as pernas
3 comentários:
Pretende este texto que se conclua que se o ocidente tivesse acordado com Putin, nos termos deste ou outros, não teria havido guerra na Ucrânia
Os sovietes criaram um frankenstein geopolítico: a Ucrânia.
A Rússia (durante a dissolução da União Soviética) não reivindicou a DEVOLUÇÃO dos territórios que os sovietes haviam integrado na Ucrânia:
- era suposto a NATO não se deslocar para leste, e era suposto a Ucrânia ser neutral.
Sim: a Rússia valorizou paz e segurança: não reivindicou a devolução dos territórios russófonos.
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PELO CONTRÁRIO;
a Parasitagem Maquiavélica Ocidental (vulgo ocidentais mainstream) viu nessa NÃO -DEVOLUÇÃO mais uma oportunidade de pilhagem (a juntar ao seu currículo de 500 anos de pilhagens):
-> nove, em cada dez, dos mais variados analistas ocidentais garantiam:
- «armas da NATO na Ucrânia... juntamente com sanções económicas à Russia,
...e...
a Russia seria conduzida ao caos: tal seria uma oportunidade de ouro: iria proporcionar um saque de riquezas da Russia muito muito superior ao saque de riquezas que ocorreu no 'caos-Ieltsin' na década de 1990».
[pois sim sim: o ocidente financiou o golpe de 2014, e pagou aos ucranianos para que estes bombardeassem/massacrassem os russófonos das regiões não devolvidas à Russia no fim da União Soviética... POIS: era expectável que a Russia fosse socorrer os russófonos das regiões russófonas do leste da Ucrânia]
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Mais;
o ocidente da esperteza Sun Tsu (Merkel e Holland vangloriam-se disso perante o seu eleitorado!?!) boicotou quatro propostas de paz:
1- acordo Minsk 1.
2- acordo Minsk 2 .
3- proposta de conversações de paz/segurança em dezembro de 2021.
4- pré-acordo de paz de Março/Abril de 2022 em Istambul.
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P.S.
A Parasitagem Maquiavélica Ocidental (vulgo ocidentais mainstream) está perfeitamente identificada há 500 anos:
- não só proclamam: "a nossa economia precisa da existência de outros como fornecedores de abundância de mão-de-obra servil";
- como também: andam à procura de um quinhão em pilhagem: "a nossa economia precisa dos investimentos dos «construtores de caravelas»". Consequência:
- são boys-toys dos «construtores de caravelas»
...isto é...
deram o seu conluio a negócios de roubo/pilhagem
...isto é...
em conluio com os «construtores de caravelas» roubaram o futuro a muitos povos do planeta: Américas, Austrália, etc...
Mais: em pleno século XXI (habituados a 500 anos de impunidade) existe a continuação de mais do mesmo: quem não vende as suas riquezas aos «construtores de caravelas» é alvo de destruição e caos: Iraque, Síria, Líbia, etc.
[sim: o ocidente mainstream está perfeitamente identificado no planeta: pilhagem de riquezas, roubo de territórios, extermínios, substituições populacionais]
Texto n revisto, trechos repetidos…
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