O
presente texto confirma o que é atualmente o jornalismo nas
“democracias liberais”, a “independência dos media” e a
pesporrência de “comentadores” sobre totalitarismo.
Um
negócio
de 500 milhões! É quanto o Congresso dos EUA destinou para
espalhar notícias negativas sobre a China. Relatado pela primeira
vez num
artigo do American
Prospect em
9 de fevereiro, o projeto de lei foi inserido no America
COMPETES Act,
centrado na China, que foi aprovado na Câmara dos
Representantes no início de
fevereiro.
A maior parte do fundo de 500
milhões
de dólares irá para a Agência dos EUA para
os Media Globais, (USAGM), um serviço de media
estatal que supervisiona a Voz da América (VOA), a Radio Free Europe(RFE) e a
Radio Free Asia (RFA), que têm um histórico de "manchar
a linha entre a cobertura jornalística objetiva e a propaganda
pró-americana",
dizia
o artigo
Este
plano malicioso é uma flagrante rutura com os princípios
autoproclamados pelos
Estados Unidos de "independência
e
objetividade dos media".
Trata-se de propaganda patrocinada pelo Estado, que a superpotência
tomou emprestada de abordagens anteriores da Guerra Fria juntamente
com
outras táticas desacreditadas, como a criação de um centro de
missão de espionagem visando a China.
Já
em 1946, o Congresso dos EUA havia reservado 19 milhões de
dólares para
combater a "falsa
representação dos Estados Unidos" pela
União Soviética.
Dois anos depois, o Congresso aprovou a Lei Smith-Mundt e se
apropriou de 30 milhões para "promover uma melhor compreensão dos Estados Unidos em outros países".
Em 1953, uma instituição de propaganda específica – a Agência
de Informação dos Estados Unidos (USIA) – foi criada para
combater a influência da União Soviética enquanto disseminava os
valores americanos, que Dwight Eisenhower, então presidente dos
Estados Unidos, descreveu como "aspirações
de liberdade, progresso e paz".
Enquanto
isso, a
VOA e
a RFE,
as forças motrizes por trás da máquina de propaganda dos EUA,
continuaram a estender suas antenas nos
países do Leste.
Embora a VOA
e a RFE
afirmassem dizer a "verdade"
com
objetividade ao
mundo, na prática "criaram uma aura de de infalibilidade americana na qual todos os oponentes
[eram] retratados como maus e gananciosos" como escreveu como escreveu Ralfh A. Uttaro em seu ensaio "Americas Voices in International Radio Propaganda".
Ao longo de suas atividades durante a Guerra Fria, a VOA
e a RFE
cruzaram repetidamente a linha entre informação e incitação (por
exemplo, as transmissões da RFE antes da Revolução Húngara (NT)
de
1956 foram vistas por muitos como encorajando os cidadãos a se
revoltar) e permitiram que o governo dos EUA manipulasse e
financiasse pesadamente suas transmissões, especialmente durante a
era McCarthyista.
A
chegada do projeto de lei de desinformação de 500 milhões contra a
China sugere que os EUA estão se preparando para reabrir a
sua
caixa de ferramentas da Guerra Fria para realizar uma nova campanha
de propaganda. Sob o disfarce de "imprensa
livre"
e "reportagens
objetivas",
os EUA
agora buscam patrocinar seus esquadrões dos
media
para mais uma vez desempenharem o papel de instigadores em vez de
jornalistas.
A
credibilidade jornalística e reportagem independente consagradas
nos
lemas
e conceitos
das
organizações norte-americanas como a VOA não poderiam ser mais
infundadas
e ridículas
com a aprovação de tal projeto de lei de propaganda. Qualquer
pessoa que defenda a objetividade e a neutralidade no jornalismo deve
sentir-se
envergonhada.
NT
– Parece que melhor seria designar por Contrarrevolução, já que
configurava o que veio depois a acontecer com as chamadas “revoluções
coloridas”.
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