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16 de março de 2024

Coisa rara

1 Ver um comentador televisivo dos mais isentos embora alinhado à direita dizer que o enfraquecimento eleitoral da CDU e do PC não  é  uma boa coisa para a democracia pois segundo ele o PC é  o partido mais sério,mais estruturado no mundo do trabalho e das maiores forças organizadas senão a maior da democracia portuguesa , visceralmente antí fascista e acrescentar que a sua votação fruto de erros próprios não é também alheia ao silêncio e deturpação das suas posições na grande comunicação social é  coisa rara. Dizer ainda que nenhum meio de comunicação social andou com esta coligação ao colo, pelo contrário e  que  foi deliberadamente abusivo colar o Putin ao PC que sempre se distanciou deste e sempre se afastou das posições maniqueias na guerra da Ucrânia tendo pago um elevado e injusto preço  é  coisa ainda muito mais rara. 
Depois afirmar que o líder teve muito pouco tempo de se afirmar e que era o menos experimentado já é  do domínio do óbvio mas é  relevante o comentador dizer que o líder foi ainda vítima de alguma arrogância intelectual dos seus pares no comentário.

O problema é  que mesmo os que despindo se de preconceitos conseguem afirmar isto nas próximas  farão  o mesmo." de Daniel Lacerda 

2 Do facebook do GeneralRaúl Cunha: 

" Face a alguns dos comentários ao meu 'post' anterior, vejo-me na contingência de vos escrever o seguinte:

Eu não escondo e nunca escondi que não gosto do “Chega”, sobretudo porque considero o seu líder um vigarista (e o “Chega” é esse líder, que caso desaparecesse logo o partido se esfumaria), desde logo quando o trafulha anunciou que “Deus lhe tinha confiado essa missão” (se calhar também lhe confidenciava umas dicas quando ele lia as cartas junto com a Maya), depois quando grita, esbraceja e mente com quantos dentes tem na boca, quando se vitimiza mas vai anunciando vinganças, quando promete este mundo e o outro sabendo bem que nunca o poderá cumprir, quando se faz rodear e mantém uma ‘corte’ de ladrões (até esmolas das igrejas eles roubam), corruptos (a corrupção moral também conta) e aldrabões (como ele) os quais ele bem podia começar por “limpar” como diz que irá fazer.

Daí eu dizer que, em parte, só mesmo a ignorância permite que um manipulador (e nisso o “bicho” é eficiente) consiga levar 1 milhão e 100 mil almas a votar nele. Ignorância não é só “não saber”, é sobretudo neste caso “não querer saber”. Também é claro que não serão todos ignorantes, há muitos que são fachos convictos e saudosistas do anterior regime e sobretudo há muitos que, face à miserabilidade da restante panóplia de partidos políticos decidiram optar por ele. Não me venham é dizer que foi porque o seu programa e projecto de governação é uma maravilha, porque esse simplesmente consiste em destruir o que há de positivo para o povinho e voltar a dar o ouro aos bandidos, que por alguma razão o financiam (aquilo que repetiu à exaustão e até parecia um programa socialista era só, obviamente, para enganar os papalvos). Aliás, nas suas declarações após se saberem os resultados, não escondeu a sua sede de “poder” e a ambição de revanchismo sobre a “esquerda”, mas que queria significar sobre o regime saído do 25 de Abril, ao qual muitos dos que votaram nele, sobretudo os mais jovens, devem essa possibilidade de votarem livremente.
Enfim, a verdade é que o “Chega” cresceu porque o PS e o PSD sempre procuraram fazer uma política virada para eles próprios (empregar os seus e açambarcar as oportunidades para quem tivesse um cartão de militante) e continuaram a desprezar os problemas sociais (o interior ao abandono, a imigração descontrolada, o descalabro do SNS, a identidade de género, a corrupção, etc.). E, de facto, pode dizer-se que o “Chega” teve uma grande votação, mas também é uma realidade que ficou muito aquém do que ele pretendia pois fartou-se de anunciar que iria vencer estas eleições, mas digamos que o 3º lugar até já nem foi muito mau. Mentindo como é seu timbre, anunciou que quadruplicou o número de votos (nem chegou a triplicar, foi mais uma “habilidade” pois o que quadruplicou foi o número de deputados) e veio também dizer que o bipartidarismo acabou, mas lá está ele de novo a enganar o pagode, porque para arranjar alguém capaz de fazer algo, sem ser destruir, anda a seduzir os boys do PSD, indiciando a sua nítida falta de “arcaboiço”. Por outro lado, a sua actual humilde sabujice para ver se integra o governo da AD revela que afinal o que quer mesmo é partilhar as prebendas do “poder” para conseguir manter agarrados os seus ávidos correligionários - ficámos assim a saber que é mais um partido deste "sistema". Poderá, quando muito e quando o governo de Montenegro propuser o orçamento para 2025, fazer cair esse governo, mas aí terá de arcar com o opróbrio de uma tal atitude."

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