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5 de março de 2024

A verdadeira vassourada de limpeza



Dois textos. A vassourada . A luta dos professores

Retirado de intervenções de Paulo Raimundo -

1) "Portugal precisa de facto de uma grande limpeza e desde logo daqueles que fingindo defender o povo e lutar contra a corrupção são financiados por capitalistas que foram o esteio de Salazar e Caetano como é o caso de Champalimauds através dos CTT , de
negociantes de armas e de grandes senhores do dinheiro.
" Os loucos a tomar conta do manicómio " , os servidores e representantes do grande capital a combaterem a corrupção !!!
Portugal precisa de uma grande limpeza sim , mas daqueles que usam o populismo , as
promessas e a mentira para atrair os incautos e que apoiados pelo grande capital e grandes
meios da comunicação social se apresentam como virgens e salvadores da pátria , para
disfarçar a sua agenda retrograda , racista , capitalista e fascista .
Portugal precisa de uma limpeza e de dar uma grande vassourada no " Bloco central das
negociatas" , naqueles que usam o aparelho de Estado para se servirem , muitos dos quais
a contas com a justiça , degradando a democracia e pondo em causa o regime e a revolução
generosa que foi o 25 de Abril .
Portugal precisa de dar uma grande vassourada nos patriotas do PSI20 que através das suas
holdings colocam os seus lucros na Holanda e outros paraísos fiscais , nos que vivem e
fazem fortuna com as Parcerias Publicas Privadas e os famosos tribunais arbitrais .
Portugal precisa de facto de uma grande limpeza e de dar uma grande vassourada nos que
arranjaram fortunas com as privatizações , que entregaram a banca e as empresas básicas e
estratégicas ao estrangeiro e que tornaram o País mais dependente com a sua soberania e
independência nacional cada vez mais limitadas .
Eles têm o dinheiro e as fortunas à custa do aparelho do Estado, da corrupção ,das
negociatas , da abertura de portas , dinheiro que lhe dá poder económico e domínio de
grandes meios de informação , para através da mentira , da propaganda e da demonização
de quem lhes faz frente continuarem a apertar o cinto dos que vivem do seu trabalho
condenando a juventude à emigração , e muitos trabalhadores à pobreza , ao recurso à
caridadezinha , à sopa dos pobres , aos Bancos alimentares, e a tornarem os ricos cada
vez mais ricos .
A limpeza é precisa e a começar por aqueles que alimentados pelo capital ,
demagogicamente nos querem fazer crer que são eles que a vão fazer "

2 A luta dos professores não é nova. Os docentes ao longo dos anos têm vindo a intensificar a sua luta, algo que se materializou numa ampla unidade entre estruturas representativas, com particular destaque para a Fenprof que ao invés de afunilar a luta, viu a possibilidade de uma ampla convergência entre vontades comuns.
Ao longo do último ano a grande reivindicação foi a reposição do tempo de serviço que o Governo PSD-CDS congelou. No total são 6 anos, 6 meses e 23 dias que os professores querem ver reposto. Isto tem merecido um braço de ferro com o Governo PS que, tendo todas as condições e gabando-se de um excedente orçamental, optou sempre por não responder ao exigido.

Várias foram as acções de luta. Várias foram as formas adoptadas. Várias, também foram as rondas negociais. Enquanto tudo isto aconteceu, o problema continuava a existir e à margem das eleições legislativas importa analisar o que é dito e com base nisso o que será feito.

Veja-se o caso do programa da AD: o mesmo diz querer iniciar negociações com os representantes dos professores com vista à recuperação do tempo de serviço de forma faseada. Aliás, isto sempre foi o que o PS defendeu. Quando Fernando Medina, sobre o excedente orçamental, dizia que seria «um erro gastar o excedente com a reivindicação do momento», era precisamente para não repor o tempo de serviço dos docentes.

Pois bem, a AD parece seguir o mesmo guião. Ignorando a realidade e as condições, a AD faz depender a reposição do tempo de serviço das suas metas de crescimento económico. Com isto surgem vários problemas. Primeiro, a AD faz depender um elemento de elementar justiça de um crescimento económico. Segundo, tudo indica que tal crescimento económico nunca se concretizará, até porque a mesma aponta a um crescimento de 3%, enquanto o Conselho de FInanças Pública, por exemplo, aponta apenas a 2%, e conjuga isso com cortes na receita fiscal. Nada do proposto é exequível e palpável, sendo apenas propagandístico.

A proposta da AD indica que o tempo de serviço dos professores será reposto a um ritmo de 20% ao ano. Porquê 20%? Ninguém sabe, e é possível que a AD também não. O que é público é apenas as declarações de Montenegro que indicam que o tempo e o mérito contarão para progressão na carreira.

A convergência da AD com a Iniciativa Liberal e o Chega é total, o que só significa que isso representa um quadro de ataque à Escola Pública. Mais uma vez, fica patente que no campo da direita e das políticas de direita nunca haverá uma resposta às reividicações do professores, apenas um arrastar de um problema que o PS nunca quis resolver. Abril Abril https://www.abrilabril.pt/nacional/ps-nao-quis-repor-o-tempo-de-servico-dos-docentes-ad-nunca-querera
https://www.abrilabril.pt/nacional/ps-nao-quis-repor-o-tempo-de-servico-dos-docentes-ad-nunca-querera

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