Linha de separação


15 de março de 2024

 

Bombas sobre Gaza e ajuda humanitária dos Estados Unidos

Os Estados Unidos, que acabam de lançar algumas centenas de milhar de refeições sobre as praias de Gaza a uma população faminta e vão construir uma ilha artificial para desembarcar ajuda humanitária, não podem mascarar a sua responsabilidade. Foram eles que forneceram, e continuam a fornecer, as armas utilizadas pelas FDI para massacrar os civis de gaza e destruir todos os vestígios da sua cultura.

Presidente Biden acolheu afectuosamente Giorgia Meloni na Casa Branca e, depois de ter-lhe agradecido pelo « inabalável apoio da Itália à Ucrânia », conversou com ela sobre a situação em Gaza, onde «a perda de vidas humanas é desoladora». Assim, declarou que, para ajudar a população de Gaza, «efectuaremos lançamentos aéreos de alimentos e suprimentos para a Ucrânia e procuraremos abrir outras vias de acesso na Ucrânia». Um lapso freudiano, deixado no vídeo oficial no “site” do Governo italiano, visualizado por milhares de membros do governo e do parlamento, administradores locais e jornalistas dos grandes média . Evidentemente, seja o que for que o Presidente dos Estados Unidos diga não pode ser posto em dúvida.

Muito menos podem os grandes média políticos permitir que sejam publicados os dados oficiais sobre os fornecimentos militares norte-americanos a Israel. Mal Israel iniciou a guerra em Gaza, os Estados Unidos forneceram-lhe 10. 000 toneladas de armas transportadas por 244 aviões de carga e 20 navios em pouco mais de um mês. Entre estas estavam mais de 15. 000 bombas, incluindo as de uma tonelada, e 50. 000 projéteis de artilharia. A Administração Biden deu então a Israel mais de 14. 000 milhões de dólares para adquirir outras armas norte-americanas. Isto significa que a maior parte das 70. 000 toneladas de bombas que arrasaram os bairros residenciais em Gaza, matando civis palestinianos, foi fornecida a Israel pelos Estados Unidos. Estes também lhe forneceram os bulldozers (escavadeiras-br) Caterpillar que, dotadas de blindagem, avançam junto com os tanques demolindo com seu peso de 64 toneladas tudo aquilo que encontram.

Os números do genocídio em curso em Gaza falam por si : até à data, 37.534 assassinados e desaparecidos; 13. 430 crianças assassinadas; 8. 900 mulheres mortas; 364 profissionais médicos mortos; 269 sequestrados; 132 jornalistas assassinados; 71.920 feridos; 17. 000 crianças ficaram sem os pais; 32 hospitais fora de serviço; 53 centros de saúde fora de serviço; 700. 000 pacientes com doenças infecciosas ; 350. 000 pacientes com doenças crónicas ficaram sem tratamento; 270. 000 casas destruídas ; 400 escolas e universidades destruídas ; 500 mesquitas destruídas ; 290 sítios arqueológicos destruídos.

O Presidente Biden, embora continue a apoiar militar e politicamente o genocídio que Israel está cometendo na Palestina, anuncia no seu discurso sobre o estado da União ter dado ordens às Forças Armadas norte-americanas para lançarem uma missão de emergência a fim de estabelecer uma doca temporária no Mediterrâneo, na costa de Gaza, capaz de acolher grandes navios que transportam alimentos, água, medicamentos e abrigos temporários. « Os Estados Unidos – garante – «lideram os esforços internacionais para levar mais assistência humanitária a Gaza ».

Sem comentários: