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27 de março de 2024

Acerca do fascismo judaico

No mundo de fantasia com que os EUA se iludem para ser a superpotência, fizeram de Israel um ativo estratégico e parceiro militar no Médio Oriente, porém como tudo lhes sai ao contrário, Israel arrasta-os para mais uma guerra regional (em princípio…) que têm de sustentar económica e militarmente. Um problema que não sabem como resolver.

Os media ajudaram em tudo isto, dado que encobrem ou divulgam o que querem e como querem. Os media ajudaram a construir o caso do genocídio em Gaza, obscureceram o papel do Ocidente na fome de Gaza, os falsos relatos sensacionalistas de estupro pelo Hamas. Os jornalistas estão a desempenhar o papel de propagandistas, não de repórteres.

Qualquer pessoa de boa fé entende que o assassinato de mais de 30 000 pessoas inocentes não tem nada a ver com a eliminação do Hamas. O que se passa é um disfarce para o velho sonho perseguido pelos fascistas judeus: expulsar a população árabe da Palestina, mas este crime em massa, virou o tabuleiro geopolítico de cabeça para baixo. Sentindo-se ameaçados, os supremacistas judeus ameaçaram os Estados Unidos. Ansiosos para continuar sendo os donos do “mundo livre”, os Estados Unidos preparam-se para derrubá-los. Mas como livrarem-se dos fascistas judeus e, ao mesmo tempo, preservar Israel?

Os EUA e vassalos assistiram paralisados aos bombardeamentos de Israel em proporções nunca igualadas. A partir de 27 de Outubro, deu-se a intervenção terrestre, pilhagem e tortura de milhares de civis de Gaza. Em cinco meses, 37 534 civis foram assassinados ou desapareceram, incluindo 13 430 crianças e 8 900 mulheres, 364 profissionais de saúde e 132 jornalistas. Washington reagiu apoiando “o direito de Israel a defender-se”. Em plena campanha eleitoral presidencial, a equipe de Joe Biden começou a pressionar o Israel para negociar a libertação dos reféns e concluir um cessar-fogo. A coligação de Netanyahu recusou.

Os “sionistas revisionistas” responderam organizando a “Conferência para a Vitória de Israel” em 28 de janeiro de 2024. A estrela principal foi o rabino Uzi Sharbaf, condenado por crimes racistas contra árabes em Israel, mas perdoado por seus amigos. Sharbaf proclamou-se herdeiro do grupo Stern, que lutou contra os Aliados ao lado de Mussolini.

A mensagem foi perfeitamente recebida em Washington e Londres: este pequeno grupo pretende impor a sua vontade aos EUA e não hesitaria em atacá-los se tentassem impedir esta limpeza étnica. A Casa Branca proibiu a transferência de fundos para eles. Em Israel, a oposição democrática judaica organizou manifestações com uma participação relativamente fraca.

Os sionistas lançaram então uma ofensiva mediática contra a UNRWA. Desde 1949, esta agência da ONU tem fornecido educação, alimentação, cuidados de saúde e serviços sociais a 5,8 milhões de palestinos apátridas na própria Palestina e no exílio. 

Ao atacar a UNRWA, o objetivo é forçar a Jordânia, Líbano e Síria a expulsarem os refugiados palestinos. Para isso, acusaram 0,04% do seu pessoal de ter participado na operação “Inundação de Al-Aqsa” e bloquearam as suas contas bancárias em Israel. Imediatamente, o suíço Philippe Lazzarini, diretor da UNRWA, suspendeu 12 funcionários e ordenou uma investigação interna. Nunca recebeu as provas que os israelenses afirmavam ter, mas nos EUA e na UE, doadores suspenderam o financiamento. O sistema de ajuda da ONU entrou em colapso.

Sabendo que muitos Estados questionavam se deveriam retirar o financiamento da UNRWA, os sionistas alegaram que a sede do Hamas ficava num túnel sob a sede da agência. Os supremacistas judeus formaram uma organização, Tzav 9, para impedir a ajuda da UNRWA, colocaram ativistas nos dois pontos de entrada em Gaza para obstruir a passagem. Um camionista da UNRWA foi assassinado e suspensas as entregas. Foram retomadas, mas sob escolta militar israeleita.

Samantha Power, diretora da USAID, foi verificar o que acontecia. Ataques contra a população foram encorajados pelos sionistas. O massacre em Naboulsi, segundo as FDI 112 pessoas foram pisadas durante uma distribuição de alimentos. De acordo com profissionais de saúde, 95% das vítimas foram mortas por tiros. Washington emitiu uma declaração apoiando a posição de Tel Aviv. Samantha Powe ouviu cerca de uma centena de civis de Gaza que tinham sido feitos prisioneiros pelas FDI “para interrogatório”. A UNRWA prepara um relatório sobre a tortura sistemática que sofreram.

Desprezando os EUA, os sionistas retomaram o seu projeto de colonização. Entraram em Gaza, para construir os edifícios de uma nova povoação, New Nisanit. 36 editores-chefes dos principais meios de comunicação anglo-saxônicos assinaram uma carta do Comité para a Proteção dos Jornalistas para denunciar as mortes dos seus funcionários em Gaza e lembrar ao governo israelita que tem a responsabilidade de garantir a sua segurança.

Washington tomou então a decisão de mudar de política. Até agora, tinha considerado que não poderia permitir que Israel perdesse. Portanto, apoiou seus crimes. Agora não pode permitir que os fascistas judeus vençam. Washington não mudou de ideias por ver o sofrimento dos habitantes de Gaza, nem por uma súbita explosão de antifascismo, mas por causa das ameaças dos “sionistas revisionistas” que os ignoram. Os EUA não conseguiam prever uma nova derrota, depois da Síria e da Ucrânia. Mas ainda menos podem imaginar perder para os sionistas.

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