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9 de março de 2024

Quem faz um cesto ...

 Retirado das redes sociais três textos

1) Roubado a J Matias facebook

" Não votando na direita , sou de esquerda poderia eu votar em partidos que por puro oportunismo mediático foram bater palmas a Zelenski na A.Repiblica?
Sabendo que Rui Tavares que é  um homem informado e sabe quem foi Navalny  e que nestas eleições foi fazer uma acção  de campanha às  portas da embaixada da Federação Russa poderia eu ir votar em alguém que deu um tão asqueroso exemplo de oportunismo político?
Uma tal atitude diz me muito sobre o carácter e a personalidade de um candidato. E quem faz um cesto faz um cento . "

2) NA HORA MAIS PERIGOSA
Viriato Soromenho-Marques/ DN

O mundo está cada vez mais sombrio. Uma guerra na Europa há mais de dois anos. Em Gaza, a banalização do genocídio. Netanyahu é hoje o mais poderoso e inimputável carniceiro do planeta. Ele exibe, com visível prazer, o total domínio sobre Biden, e o conformismo colaborante da UE, através da desastrada Ursula von der Leyen. 

Podem as coisas bater ainda mais no fundo? Sim. Numa dezena de dias, dois acontecimentos envolvendo Berlim e Paris - o duplo “motor da construção europeia”, como se dizia nos tempos de ilusão - concorreram para uma eventual escalada bélica.

Moscovo intercetou, em 19 de fevereiro, uma longa conversa envolvendo quatro oficiais de alta patente da Força Aérea alemã, onde se destaca o seu chefe máximo, o general Ingo Gerhartz. Esta gravação é politicamente significativa pelos seguintes motivos: revela que esses militares manifestam simpatia pelo aparente apoio do ministro alemão da Defesa, Pistorius, à entrega a Kiev de mísseis Taurus de fabrico alemão, com alcance até 500 km; a posição prudente de Scholz (que receia um ataque a Moscovo com esses mísseis) é tratada como um obstáculo; para o caso da transferência dessas armas são estudados potenciais alvos, assim como formas de dissimular o envolvimento alemão; percebe-se que todos os participantes sabem terem os EUA, a França e a Grã-Bretanha militares na Ucrânia, envolvidos diretamente no uso do material de guerra mais moderno e complexo; um dos alvos potenciais discutidos é a Ponte da Crimeia… O acesso a esta gravação deve-se a uma imperdoável falta de profissionalismo nos protocolos de segurança, que ajuda a perceber como a inépcia de militares, e não apenas a maciça ignorância dos políticos, nos conduziu até aqui.

O segundo caso é ainda mais grave. Em 26 de fevereiro, Macron lançou a ideia de que a NATO deve ponderar a intervenção com forças terrestres no teatro de operações ucraniano. Vozes contrárias ergueram-se de Washington, Londres, Berlim. Roma e Madrid. Dia 5 de março, um Macron ofendido reiterou a ideia, invocando a sua “coragem”, insinuando a cobardia alheia, incitando a NATO a enfrentar Moscovo frontalmente. 

A fanfarronice de Macron não é sinal de coragem - que Aristóteles afirmava ser a suprema das virtudes, raiz de todas as outras -, mas de uma tóxica combinação entre temeridade, superficialidade e má-fé. Se a NATO entrar em guerra direta com Moscovo é fácil prever o que vai acontecer: seguindo a sua doutrina militar de décadas, a Rússia compensará a sua inferioridade convencional, perante o conjunto da NATO, com o uso do seu diversificado arsenal nuclear. A escalada começará nas armas táticas de teatro, com algumas quilotoneladas de TNT equivalente, e acabará nos SLBM, com várias megatoneladas, mísseis lançados de submarinos capazes de arrasar cidades inteiras. Só uma criminosa arrogância pode levar a acreditar que se trata de bluff.

Repito pela enésima vez: numa guerra entre potências nucleares, capazes de destruir várias vezes o planeta (overkill), só o primado racional da política e da diplomacia pode evitar o suicídio da Humanidade. 

Se a NATO - trocando uma agenda política realista por uma irresponsável retórica de ressentimento - enveredar pela confrontação militar direta, não terá como resposta o irrepetível milagre da santidade política de Gorbachev. Com Putin, quem quiser derrotar a Rússia terá de arriscar a destruição mútua assegurada. O irreversível fim da História como terminal e absoluta realidade.

3 ) Do facebook de Maria lamas de Oliveira
Este texto é da primeira página do jornal The Guardian .

Tradução minha.

Os escândalos de corrupção.
E estes documentos de prova não foram colhidos nem atirados para a imprensa por Julian Assange, nem por Edward Snowden...

Acordo de defesa com os sauditas
Ministério da Defesa  britânico  pagou milhões  uma conta saudita em meio ao escândalo de corrupção da BAE, a maior empresa britânica de armas .
Documentos mostram autoridades enfatizando a necessidade de “manter os sauditas ao lado” após revelações sobre o notório acordo al-Yamamah

 Por David Pegg e Rob Evans
Sexta-feira, 8 de março de 2024

O Ministério da Defesa britânico transferiu pagamentos questionáveis ​​através da sua própria conta bancária, no meio de um dos maiores escândalos de corrupção da história, apesar das preocupações de que o dinheiro pudesse ser embolsado pela família real saudita.

Documentos anteriormente confidenciais mostram como o Ministério da Defesa britanico concordou em fazer os pagamentos para uma conta bancária saudita depois de as transações terem sido examinadas na sequência de uma investigação da agência anticorrupção do Reino Unido, o Serious Fraud Office (SFO).

Os documentos revelam que um alto funcionário do Ministério da Defesa expressando preocupação de que recusar os pedidos sauditas de pagamentos poderia correr o risco de “desagradar os principais sauditas” e enfatizando a necessidade de “manter os sauditas ao nosso lado neste momento crítico”.

O novo sistema de pagamento, detalhado nos documentos, foi criado depois de o SFO ter começado a investigar alegações de que a BAE, a maior empresa de armas da Grã-Bretanha, tinha pago subornos avultados à família real saudita para conseguir o notório contrato entre o Reino Unido e a Arábia Saudita al-Yamamah .

A investigação do SFO foi encerrada abruptamente em 2006, depois que o governo de Tony Blair interveio após pressão dos sauditas . O furor internacional que se seguiu prejudicou gravemente a reputação da Grã-Bretanha na luta contra a corrupção.

Os documentos vieram à tona em um processo judicial concluído na quarta-feira . E-mails e memorandos, muitos deles marcados como “altamente sensíveis” e “restritos”, relativos ao contrato de 40 mil milhões de libras da al-Yamamah, foram transmitidos em tribunal. Nos termos do contrato, a Grã-Bretanha forneceu 120 aeronaves Tornado, aviões de guerra Hawk e outros equipamentos militares para a Arábia Saudita.

A Dra. Susan Hawley, diretora do Spotlight on Corruption , disse que foi “totalmente chocante” que, após o encerramento do inquérito SFO, o Ministério da Defesa tenha estabelecido um novo sistema opaco para facilitar o fluxo contínuo de pagamentos.

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