Macron reuniu uns amigos em Paris, os media soaram trombetas como se se tratasse de um grande evento, mas o que saiu dali foi propaganda, russofobia incutindo o medo da UE ser invadida pela Rússia - com norte-coreanos, talvez! De concreto, apenas que também querem participar nas negociações com a Rússia. A pergunta é: para dizerem o quê? Apenas mostrar que existem.
Macron, numa das suas inconsequências, disse que a Europa perderá toda a credibilidade se a Rússia vencesse na Ucrânia. Macron é apenas um exemplo da incompetência que dirige a UE/NATO, tanto ele como seus colegas são incapazes de explicar às pessoas como pensam ou pensavam vencer a Rússia. Curiosamente, com o que disse em Munique, o vice dos EUA veio tornar reais as palavras de Macron.
Os políticos da UE/NATO, em termos geopolíticos a "Europa" - que se transformou numa península do continente Euroasiático gerido pela Rússia e pela China - vivem dos media. As eleições tornaram-se um cenário, com os critérios económicos e políticos mantendo-se independentemente dos líderes escolhidos, a maioria selecionados e aprovados pelo grupo de Bilderberg. Quanto aos media estão nas mãos da oligarquia, seguindo as regras ditadas em Bidelberg, Davos, etc.
De qualquer forma, obedecerão aos desejos dos Estados Unidos de Trump, que no fundo os despreza e pretende ter recursos para resolver os complexos, em alguns casos dramáticos problemas económicos, financeiros, sociais e militares e ocupar-se da China o mais possível. Para isso desliga-se da Europa, incluindo retirar tropas.
O facto é que os líderes da UE/NATO desconsideraram-se a eles próprios. Aquando do golpe de Kiev em 2014, já Victória Nuland expressou claramente a consideração que lhes mereciam: "F**k the EU". Ouviram, calaram e trataram de apoiar a guerra desencadeada contra a população russófona do Donbass. Quando os EUA fizeram cancelar a encomenda de submarinos franceses à Austrália, para venderem os seus e quando o Nord Stream foi sabotado, calaram-se e trataram de apoiar tudo o que os neocons do Partido democrata quisessem, mesmo fazer propaganda contra Trump.
Postos perante o facto, agora impossível de esconder, que as condições económicas, militares e geopolíticas mudaram completamente, os comentadores fazem esforços para ver se salvam algo do que andaram a dizer, basicamente a repetir uma escrita decidida noutros lados. Depois de periodicamente "demonstrarem" que a Rússia estava derrotada, fosse com a "bomba atómica" das sanções, as "armas maravilha" da NATO - mas eles percebiam alguma coisa de tecnologias e estratégias militares? - o mais ridículo, ou se se preferir imbecil, foi fazer de Zelensky um estadista e a Ucrânia um país soberano, quando mesmo antes de 2022, foi preciso o FMI alterar as regras para continuar a financia-lo.
Quando Zelensky - estaria sob o efeito de algum alucinogénio? - disse que queria possuir armas nucleares, o general Isidro deu-se ao trabalho de justificar a "razão" ou mesmo a sensatez de as possuir. Acaso pensou nas consequências? Como é que esta gente está constantemente nas televisões?!
Os mandantes da Europa dizem querer ser uma potência militar "a sério"... Macron diz que a França duplicará seu orçamento militar, gastando 120 mil milhões de euros. Onde vai buscar o dinheiro e para quê? Tem de perguntar à Christine Lagarde e alterar as "regras" (!) do euro... Em sentido contrário o ministro da Defesa alemão, Pistorius, diz que não pode gastar 5% do PIB em defesa, seria 42% do orçamento federal. "Não podemos gastar tanto dinheiro".
Os comentadores podem agora lastimar-se ou indignar-se. Deveriam antes das baboseiras que andaram a debitar meses a fio pensar em que indústrias, que componentes, que tecnologias iriam colocar ao serviço das guerras dos neocons e além disto... que combustível? O facto é que para além do palavreado e de terem praticamente esgotado as reservas de material bélico, transformado em sucata na Ucrânia, não se viu até agora nenhum plano com datas, custos, equipamentos a construir ou desenvolver. Compreende-se que ao adotarem uma retórica paranoica receiam que as populações tomem mais consciência do circulo vicioso em os meteram.
Quanto ao resto a sua irrelevância está consagrada. Depois de falarem como se o mundo se movesse pela suas palavras, atacando todos os que desde o início pediam ao menos bom senso, nem a UE/NATO nem Zelensky foram convidados a participar nas negociações entre EUA e Rússia na Arábia Saudita. O mais que conseguiram foi, antes, Vance e o Chefe do Pentágono, Pete Hegseth, te-los informado que a adesão da Ucrânia à NATO estava posta de parte e retornar às fronteiras da Ucrânia de 1991 era um objetivo irrealista.
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