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1 de fevereiro de 2025

Acerca da inteligência artificial - 1

 Desde os anos 1970, mesmo antes, que se procurava desenvolver a IA . Os avanços estavam limitados pelas capacidades dos componentes informáticos disponíveis. Isso tornou-se possível recentemente. 

Porquê IA? O sistema permite aplicar regras lógicas (segundo os parâmetros introduzidos) a conjuntos de dados de grande dimensão obtendo conclusões. Ou seja, simula "associação de ideias" obtendo como que capacidade de raciocínio. São sistemas capazes de "aprendizagem", a partir de erros ou falhas cometidos para posteriormente agirem mais eficazmente; podem reconhecer padrões (visuais, comportamentos, etc.).

A IA constitui uma ferramenta eficiente para analisar problemas e oferecer soluções. Pode ser aplicada na redefinição de processos industrias, tomada de decisões na gestão e planeamento, condução automática de veículos, projeto e processos de produção de alta especificação, como circuitos integrados avançados, motores de aeronaves, drones, robôs trabalhando em colaboração, sistemas de comunicação avançados, etc.

Claro que o sistema funciona a partir dos dados e parâmetros introduzidos. A precisão factual da saída dos melhores modelos de linguagem grande está estimada em 80%. Processam símbolos e padrões, mas não entendem o que esses símbolos ou padrões representam. Os modelos podem ser assistentes eficazes, mas é necessário sempre verificar os resultados.

De qualquer forma, a IA ainda não permite que decidam por si sobre qualquer situação do mundo real. Dificilmente mais dados ou mais poder de computação irá mudar esta situação. Duas linhas desenvolvem-se nesta área: uma pretende a criação de uma forma de inteligência em que o computador raciocina e resolve problemas de forma como que auto-consciente. Aqui os avanços têm sido reduzidos. Porém na área de simulações em computador com IA baseado num conjunto predefinido de regras têm sido alcançados grande avanços.

O domínio desta alta tecnologia - como outras no passado - dá aos seus possuidores uma maior capacidade de competitividade, influência e intervenção geopolítica. Os EUA viram no desenvolvimento da IA uma forma de garantir o seu controlo global. Neste sentido tentaram evitar o surgimento de competidores supondo que tinham a liderança neste campo, impedindo que os mais recentes modelos de componentes especializados fossem vendidos à China (e também à Rússia), embora a Nvidia, grande fabricante de chips dos EUA, perdesse milhares de milhões com estas sanções.

Ora se a inteligência humana funcionar mal, a IA dificilmente pode funcionar melhor. Foi o que aconteceu com os EUA. Os avanços da China em IA surpreenderam o mundo com o DeepSeek, mostrando que (como até ao início do século XIX) a liderança tecnológica pertence à China. Os avanços da China em modelos de linguagem de IA foram possíveis graças ao "Plano de Desenvolvimento de IA de Próxima Geração" lançado pelo Estado em 2017 priorizando a IA como uma área crítica para o domínio económico e tecnológico, garantindo um forte investimento da China na educação, na otimização de software, produção de semicondutores e estoque de componentes devido às restrições dos EUA.

Houve também o plano "Made in China 2025" com elevado financiamento estatal direto para investigação e desenvolvimento em tecnologia essencial. Assim, os investimentos estratégicos em andamento foram transformados num Plano para alcançar supremacia tecnológica, com investimentos complementares em política industrial, modernização das cadeias, etc.

Após o lançamento do assistente de IA DeepSeek da China, que provocou queda no mercado de ações das empresas como a Nvidia, a China lançou outro modelo de IA o Qwen 2.5. A empresa de tecnologia chinesa que o laçou afirma que “o Qwen 2.5-Max supera o DeepSeek V3 em suporte multilingue com proficiência em mais de 29 idiomas, permitindo aplicações globais. Variantes especializadas incluem modelos otimizados para tarefas gerais de linguagem, codificação e matemática.

O DeepSeek, mais barato, rápido e de código aberto, causou impacto nos EUA, eliminando centenas de milhões na cotação de ações de tecnologia e levando especialistas a apelidarem a nova tecnologia de "momento Sputnik" para os EUA. Contudo a China tem vantagem sobre os EUA em muito mais do que modelos de linguagem de IA. A China domina os EUA em 57 das 64 tecnologias críticas, contra apenas três em 2007, segundo um estudo abrangente ao longo de 20 anos, feito pelo Instituto Australiano de Política Estratégica (ASPI). Os EUA, que lideravam em 60 setores em 2007, agora lideram em apenas sete. As classificações são baseadas nos resultados da investigação e em patentes inovadoras e de alto impacto.

A UE está muito atrás em tudo isto, muito entretidos com a "ameaça russa", priorizando despesas militares, a discutir o "sexo dos anjos" das alterações climáticas ou o que a burocracia agarrada às regras da UE exige sobre o papel do Estado na economia produtiva. É caso para lhes lembrar sobre a China: É o socialismo, estúpidos!

Fontes - Cómo los chinos vencieron a Trump y a OpenAI

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