Gerir é em primeiro lugar prever, depois coordenar pessoas e recursos de acordo com os objetivos assumidos. O que podemos dizer da UE/NATO é que os seus líderes não revelaram nem revelam nenhuma destas capacidades, até porque só se tornaram líderes mentindo e través da manipulação mediática.
A manipulação de que foram também agentes não lhes permitiu perceber a realidade e as suas mudanças. A dificuldade dos russófobos instalados na Europa é que é quase impossível renunciarem às suas crenças. Tudo foi construído na base da mentira: o círculo vicioso mediático com os seus "comentadores" que nada tinham a ver com a realidade. Ora a Ucrânia estava a vencer, ora a guerra estava num impasse. Por fim, perante a evidência que a guerra dos EUA e UE/NATO estava perdida tiraram as conclusões necessárias? Não, incapazes de o interiorizar convencem-se que continuando a propaganda esta pode mudar a realidade e foram a Kiev acarinhar Zelensky e prometer apoio... enquanto for necessário,
A Ucrânia nunca teve a menor hipótese de vencer uma guerra contra a Rússia. Não tinha nem os efetivos, nem dinheiro, nem indústria para vencer a guerra. A NATO financiou, municiou e organizou, desde antes de 2022, três exércitos na Ucrânia, que foram sucessivamente derrotados. O objetivo era enfraquecer a Rússia e provocar uma "mudança de regime" com apoio da USAID, NED, etc. Ora os russos já tinham provado disso e não gostaram, pior subestimaram caricaturalmente as capacidades russas, quando estas eram evidentes.
Não tiveram o mínimo de lucidez politica no decorrer da campanha eleitoral nos EUA, ridicularizaram Trump, transformando a incompetência e irrelevância de Kamala Harris em qualidades de líder do "mundo livre", recusando-se a perceber os problemas financeiros dos EUA e a ascensão da multipolaridade.
Quando tudo se passou ao contrário do que todos os dias era propalado, os líderes e a burocracia europeia ficaram traumatizados, mesmo desesperados. Nada previram das - previsíveis - mudanças na política externa e de defesa americana. Os EUA perceberam que um exacerbar de conflitos com a Rússia levaria à sua intervenção direta colocando o mundo perante uma Terceira Guerra Mundial entre potências nucleares. Era uma evidência que reputados analistas - não propagandistas - demonstravam.
Agora, os EUA rejeitam a Ucrânia na NATO, nenhuma tropa americana irá para a Ucrânia, um retorno às fronteiras ucranianas pré-2014 não é um resultado provável de qualquer acordo. Os belicistas europeus podem agitar-se e destilar fantasias que estão sozinhos se prosseguirem no seu aventureirismo: os EUA disseram que nenhum artigo 5 e nenhuma missão de paz da NATO seria aplicado na Ucrânia, a Europa que deveria cuidar de sua própria defesa, os EUA têm preocupações mais urgentes.
O Secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que a Rússia e os Estados Unidos concordaram que, quando os seus interesses não coincidem, não devem provocar conflitos, mas sim resolver os problemas. As sanções contra a Rússia deverão ser suspensas após a resolução do conflito.
Isto deveria servir de base para a política europeia, mas não os belicistas deturpam toda a história do conflito, nada se passou antes ou depois de 2014, incentivam o prosseguimento da guerra. A histeria militar que consome centenas milhares de milhões e ceifa incessantemente vidas ucranianas, esconde que a Rússia tem repetidamente rejeitado as alegações infundadas de que a Rússia pretenda invadir a Europa, pelo contrário foi a NATO que se expandiu em direção às fronteiras da Rússia.
Pela parte da Rússia, a Ucrânia perdeu irrevogavelmente as regiões separatistas russófonas, na sequência do golpe de 2014 que promoveu nazifascistas. A futura Ucrânia deve ser um estado desmilitarizado e neutro, não fazendo parte de nenhum bloco ou aliança.
A participação da Europa nas negociações, como se viu pela visita de Macron a Washington, será principalmente para manter a face, porque terão de concordar com o que for decidido entre os EUA e a Rússia. Caso contrário querem fazer o quê? Macron já reconheceu que a ideia de uma grande força militar na Ucrânia é "improvável". Starmer do Reino Unido, está “preparado para considerar forças britânicas no terreno ao lado de outros... se houver um acordo de paz duradouro”. Quanto aos restantes ou estão reticentes ou recusam enviar tropas para a Ucrânia, mesmo com acordo de paz.
A ida a Kiev foi mais uma encenação da narrativa gasta, garantindo apoios, que os media se esforçam por levar a sério. Incapazes de aderir ao concreto, de delinearem políticas e programas consistentes, a novilíngua dos comentadores introduz os "desafios" e as "apostas". Ninguém lhes pergunta nem como, nem o quê, nem sobre a hipótese de perderem as apostas e os desafios...
A Ucrânia praticamente não tem indústria, boa parte das terras agrícolas são já pertença de empresas dos EUA como a Black Rock, 80% do sistema energético está destruído, a energia elétrica tem de vir do exterior, 40 mil milhões é o mínimo para as despesas do Estado além das militares. Alguém diz quanto custa o apoio ao clã de Kiev e quem paga?
Fonte - Geopolítica ao vivo – Telegram
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