Maj General Raul Luís Cunha
Um
dos aspectos que importa agora reconhecer é que a invasão da Ucrânia
pela Rússia foi, de facto, provocada! E isso é importante pois, na
prática, permite perceber que existem soluções diplomáticas para
terminar este conflito e para dar resposta às inerentes questões de
segurança.
No entanto, um dos problemas é que
ainda atualmente e apesar de serem cada vez mais óbvias as evidências
sobre a realidade do que tem vindo a ocorrer, um grupo de políticos,
académicos, comentadores e jornalistas mal intencionados continua a
propagar, falsificar e distorcer os factos, levando a que a generalidade
das pessoas persista em aceitar uma narrativa de guerra construída para
apoiar essa propaganda do dito “ocidente alargado” e que toma fevereiro
de 2022 como o ponto de partida do conflito, negligenciando toda uma
história importante desde o golpe de estado fomentado por esse mesmo
Ocidente em Kiev, em 2014.
Nessa altura, os EUA
instalaram um novo governo com um novo chefe dos serviços de informações
ucranianos, e a primeira coisa que o novo dirigente desses serviços
fez, no primeiro dia após o golpe, foi pedir o apoio da CIA e do MI6
para iniciar uma guerra secreta contra a Rússia. Isto precedeu mesmo a
anexação da Crimeia pela Rússia e o conflito no Donbass. Foram então
estabelecidas bases da CIA para espionagem, roubo de tecnologias
confidenciais e até para incursões no território russo. A população
ucraniana foi, entretanto, submetida a uma desrussificação, sendo-lhe
negados direitos linguísticos e religiosos (mais de 60% da população
utilizava diariamente a língua russa e praticava a religião ortodoxa
canónica), enquanto todos os partidos da oposição política e a quase
totalidade dos meios de comunicação social foram expurgados.
Os
alemães e franceses (que testemunharam os acordos de Minsk) e os
ucranianos já vieram admitir que não havia qualquer intenção de
implementar esses acordos, mas que o objectivo era ganhar tempo para
mudar a realidade na região através da construção de um grande exército
ucraniano. As principais potências da OTAN modernizaram as forças
armadas ucranianas fornecendo grandes quantidades de armamento,
sobretudo de artilharia, defesa aérea e anticarro, e intensificaram-se
os exercícios militares simulando e preparando uma guerra contra a
Rússia.
A recusa e evasão a todas as tentativas do
presidente russo para negociar uma melhor arquitetura de segurança
europeia e para levar a cabo o cumprimento dos acordos de Minsk, bem
como as declarações do presidente ucraniano de desejar que a Ucrânia
fosse admitida na OTAN e recebesse armamento nuclear, levaram a um forte
acréscimo das tensões locais e, finalmente, a postura das forças
militares ucranianas no Donbass com um aumento exponencial dos efetivos
em contacto e sobretudo com o início de intensos fogos de artilharia
(testemunhados e registados pela Missão de Verificação da OSCE no local)
característicos da preparação de um assalto, convenceram a Rússia de
que tinha que atacar a Ucrânia, de forma a evitar a chacina pelos nazis
ucranianos das populações do Donbass e Crimeia ou mesmo de ser atacada
no seu próprio território.
1 comentário:
Verdades que não são divulgadas pelos "presstitutos" dos orgãos de comunicação cá do burgo
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