Comecemos pelas vitórias. A principal vitória do sionismo é a impunidade com que pode invadir e bombardear países vizinhos, calar e perseguir críticos, cometer crimes de guerra e genocídio contra os palestinos.
Nada disto seria possível sem o apoio dos Estados Unidos e a passividade dos países árabes, alguns como a Jordânia, mesmo colaboracionistas. A UE junta-se neste coro com a subserviência e hipocrisia habituais, acompanhada pela Ucrânia "totalmente alinhada com o pacote de sanções europeias contra o regime iraniano", "um dos regimes mais brutais do mundo" e uma ameaça, apesar do Irão travar uma guerra defensiva e exercer o direito de autodefesa. (Lusa 29/06)
Macron, que não perde oportunidade de se pôr em bicos dos pés para ser visto nos media, quer que o Irão regresse às negociações “para resolver as questões das atividades balísticas e nucleares”, apelou à sua “manutenção no Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares” e o “reinício dos trabalhos da AIEA rapidamente, a fim de assegurar toda a transparência necessária”. De tudo isto está Israel isento. Quanto à Alemanha, defende o aprofundamento do apoio a Israel face ao Irão. (Lusa 29/06) São países em que o apoio à Palestina e criticas a Israel são totalmente controladas, manifestações têm dado origem a intervenções policiais.
O grupo Bob Vylan, que devido aos seus cânticos contra Israel tem sido acusado de terrorismo, cantou num festival no RU, perante um público repleto de bandeiras palestinianas, “Palestina Livre!“, (From the river to the sea, Palestine must be, will be, free”) e "Death, Death to the IDF", em consequência foram cancelados concertos nos EUA e na Europa e é objeto de investigação criminal no RU.
Claro que declarações de congressistas como Randy Fine (já não falando de responsáveis israelitas) que sugeriu que Gaza deveria ser alvo de bomba nuclear e sua "cultura" exterminada, passam sem crítica. Ele também pediu que americanos que distribuem panfletos anti-Israel recebam sentenças de prisão de cinco anos.
Neste contexto as declarações do P-M espanhol Sánchez destoam: "Impusemos 17 pacotes de sanções contra a Rússia, mas nenhum contra Israel". A Rússia não é nossa parceira, mas Israel é? "Estes são os dois pesos e duas medidas da Europa, que nos impedem até de suspender o acordo de parceria com Israel. Por um lado, lutamos ferozmente pelos nossos valores e direitos humanos e, por outro, os ignoramos?"
Na Cisjordânia, colonos judeus atacaram as FDI quando estas tentaram tentaram intervir na onda de terror e violência de colonos queimando casas, matando e ferindo palestinos. As forças de segurança acabaram por disparar sobre os palestinos, quanto aos colonos alguns foram detidos e libertados horas depois. Na Cisjordânia registam-se mais de 1800 ataques de colonos contra palestinos desde o final de 2023 (4 por dia!), mais de 950 mortos, mais de 200 crianças mortas, mais de 6 700 feridos, milhares de deslocados sob ocupação.
Outra vitória do sionismo é a Síria atual, liderada por um terrorista que pela sua detenção eram oferecidos pelos EUA 10 milhões de dólares. Agora é recebido por Trump e as sanções à Síria vão cessar. Há razões para isso: o governo Sírio, acarinhado pela CE, não pretende exigir que Israel devolva as Colinas de Golã; apenas pretende que Israel reconheça as novas autoridades da Síria e retire as suas tropas do sul da Síria.
O ISIS tem sido um peão de Israel, atacando outros muçulmanos designados como inimigos de Israel. Israel admitiu operar um hospital de campanha secreto nas Colinas de Golã, tratando rebeldes contra Assad, incluindo combatentes do ISIS/al-Nusra. (Haaretz, 18/03/2016). Apesar de operar perto das fronteiras israelitas o ISIS não lançou nenhum ataque contra Israel, embora propagasse o terror global. O ISIS matou mais de 224 soldados egípcios (2014-2017), mas nunca cruzou a fronteira com Israel. Um documento capturado do ISIS ordenou que os combatentes evitassem confrontos com Israel , chamando-o de "futuro campo de batalha".
A propaganda centralizada é outra vitória do sionismo. A Dream Factory dos EUA ajudou a encobrir os crimes de guerra israelitas. A WikiLeaks em 2022 expôs uma campanha coordenada em Hollywood por executivos e personagens de primeira linha, para silenciar as críticas às atrocidades de Israel estabelecendo: Controlo da narrativa - “[A mensagem de Israel] deve ser repetida até que o povo a compreenda”. Glenn D. Feig, advogado e produtor de Hollywood, sobre o ataque israelita a Gaza em 2014 (mais de 2.000 mortos, mais de 500 crianças), procurou tratar o sofrimento dos palestinos como uma questão de relações públicas e não como uma catástrofe humanitária. Calar a dissidência - Ron Rotholz, produtor, "As críticas a Israel deveriam ser inaceitáveis para qualquer ator vencedor de um Óscar", , exigindo listas negras para os artistas mesmo estrangeiros que apoiem a Palestina. Feitas ameaças aos patrocinadores de "A Morte de Klinghoffer" (uma ópera pró-Palestina).
Empresas de tratamento de dados, como a Oracle, a Palantir ou a Pegasus especializada em programas dedicado à espionagem e introdução de vírus têm ampla ligação a Israel e à Mossad.
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