Navalny é apresentado nos media como líder da oposição. O que é falso. Completou agora 47 anos e viu-se um (1) indivíduo com um cartão que supostamente lhe dava parabéns e uma cena em menos de 1 segundo, com todas as características de manipulada, de uma suposta manifestação não vista, mas apenas a polícia a prender alguém dos 45 presos anunciados.
Afinal que é Navalny? Em 2007 foi expulso do partido neoliberal, pró-ocidental, apoiante de Yeltsin, Yabloko, agora praticamente inexistente. Expulso pelas suas posições ultranacionalistas e participação em manifestações de extrema-direita. Começa então a ser notado, encabeçando a luta contra Putin baseada na corrupção. Desenvolve atividade na internet e no Youtube foi transmitindo um filme de mais de 40 minutos que apresenta o Putin como estando à frente de um império imobiliário financiado pelos oligarcas.
A atenção dos organismos dos EUA que têm por função captar, melhor dizendo, arregimentar elementos que executem as políticas que lhe sejam favoráveis incide sobre ele. Em 2010, participa no programa World Fellows ligado à Universidade de Yale, seguindo um curso em que “os bolsistas de 2010 demonstraram uma capacidade extraordinária de influenciar o diálogo sobre questões de importância nacional, regional e global.“
O que se tornou óbvio para quem quiser visitar a história das últimas décadas aplica-se a este indivíduo da extrema-direita, apresentado no currículo da World Fellows como Político e Chefe da Fundação Anticorrupção, que se tornou conhecido pelas suas investigações anticorrupção contra empresas estatais russas e altos funcionários. Diz ainda que participou nas eleições presidenciais russas em 2018 e, durante a campanha, abriu 81 sedes regionais em todo o país, 41 deles estão atualmente em operação, o que torna sua rede a maior organização de oposição na Rússia.
Isto é objetivamente falso. O maior partido de oposição é tanto nas presidenciais como legislativas, o Partido Comunista da Federação Russa. Navalny nem sequer participou das eleições presidenciais de 2018. A sua candidatura foi rejeitada devido a uma anterior condenação por corrupção que “seus apoiantes e observadores internacionais afirmaram que a sentença foi motivada por questões políticas.”
Quando regressou dos EUA em 2010, a internet e o apoio dos media permitiu que ele se tornasse conhecido desenvolvendo campanhas contra a corrupção e manifestações contra fraudes eleitorais. Em 2013, partiu para conquistar à Câmara de Moscovo, recebendo apenas 27%, mas apesar de querido dos media mostrou a sua verdadeira face: a sua campanha foi apenas combate à corrupção (pelos vistos não tinha ideias para a cidade!) e a promoção nacionalista do medo dos migrantes. "Vejo as estatísticas e vejo que 50% dos crimes graves são cometidos por migrantes", disse então.
Mas a corrupção é o seu calcanhar de Aquiles. Em 14 de Dezembro de 2014, o procurador russo requereu dez anos de detenção num campo de trabalho para Navalny, que foi acusado de desvio de fundos (400 mil euros) em detrimento de uma filial da sociedade francesa Yves Rocher na época em que era assessor do governador de Kirov. Foi condenado a pena suspensa pela prática de crimes económicos. Navalny também foi condenado a 30 dias de prisão em julho de 2019, após convocar protestos não autorizados.
Em agosto de 2020, Alexey foi atacado com um agente nervoso Novichok tendo sido satisfeito o seu pedido de se tratar em Berlim. O governo alemão no início de setembro, confirmou o Novitchok. Apesar dos pedidos das autoridades russas nunca foram apresentadas provas. Ao regressar a Moscovo, foi imediatamente preso por ter violado condições da sua condicional e depois condenado a 9 anos sob acusações de fraude e desacato ao tribunal.
O caso Navalny é exemplar pela forma como o “ocidente” apoia a extrema-direita seja na América Latina, África, Ásia. Agora (já antes…) na Europa. O facto de ter apresentado os imigrantes como "delinquentes”, e as suas ideias ultranacionalistas, não impediram que em 2021 recebesse o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu o que diz bem sobre o prémio.
As táticas da extrema-direita sejam na Ucrânia em 2014, na Rússia – ou cá – são semelhantes porque são orquestradas no mesmo centro: apoio intenso dos media, ausência de propostas concretas, defesa do neoliberalismo e da NATO, máscara da anticorrupção levada ao histerismo, ataques violentos contra os “políticos”. Por cá o chefe da extrema-direita, foi a seguir ao primeiro-ministro o protagonista político mais visto na TV de longe acima de qualquer outro mesmo do PR. De notar que em 10 o PCP nem aparece…
Por que falhou a “revolução colorida” na Rússia que tomava forma em manifestações “contra a corrupção”? Atrás disto o objetivo era outro como se viu na Ucrânia. Pode dizer-se que o passado soviético teve muito peso, porém o governo tomou medidas para expulsar ONG financiadas por governos estrangeiros e cidadãos que recebessem dinheiro do estrangeiro tinham de assinar e ser apresentados como “agentes estrangeiros”.
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