Personagens como o Borrell, parecem-me personagens de séries de animação como os Simpson, bonecos cujo papel é dizerem e fazerem disparates. Malévolo, trapalhão, inconsequente, seria ridículo – e assim deverá ser visto pelo resto do mundo – se com os outros “comissários” não afetasse a vida de todos nós com a sua incompetência e inconsciência levando-nos para crise atrás de crise.
A última dele foi “ameaçar com sérias consequências” (quais?!) a Rússia se procedesse a eleições regionais, em princípio para setembro, nas regiões do Donbass (Donetsk e Lugansk) Zaporozhye e Kherson. Claro para quem tão afincadamente defende os neonazis de Kiev, não se espera outra coisa.
Mas se fosse só ele… A van der Leyen, não lhe fica atrás em disparates e fanfarronadas, a Lagarde parece uma barata tonta não controlando coisa nenhuma na política monetária, a não ser redução do salário real e prestações sociais. O que não admira: a UE não tem políticas próprias na economia, nas finanças, na política externa e militar (dita de defesa) segue o que vem de Washington, sem pestanejar. É evidente que a UE efetivamente não existe: o euro é um sucedâneo do dólar em declínio, e como entidade geopolítica é tratada pelo resto do mundo (os 85% que não aplicam sanções à Rússia) como entidade vassala dos EUA.
Alguém fala na fanfarronada da UE impor um limite, que mencionou - ao preço do petróleo? Calaram-se. Depois falaram em aplicar sanções – o Borrell exultava – aos países que não cumprissem as sanções decretadas pelo soberano geopolítico – ou papa? - de Washington. A questão ficou em banho-maria, embora os exaltados queiram acabar com a regra da unanimidade na UE para decisões deste tipo.
A razão é que com um princípio de bom senso, alguns países da UE – os devotos cá da terra não se contam entre estes agnósticos - temem que as sanções contra países terceiros por apoiarem a Rússia possam prejudicar as relações da UE com esses países e aproximá-los ainda mais da Rússia. Sus! Vate retro! Os infiéis a fazerem pacto com o diabo!
A CE propôs então um novo mecanismo para atingir os países que não estão fazendo o suficiente para evitar que a Rússia fuja das restrições à exportação. Além disso, a Hungria e a Grécia continuam querendo ver algumas de suas empresas removidas de uma lista negra que Kiev chama de “patrocinadores internacionais de guerra” e estão adiando dar luz verde ao pacote geral. (A Ukraine Watch 10/06)
Por exemplo, a Arábia Saudita está a comprar milhões de barris de diesel russo que a Europa não compra, enviando-os de volta aos compradores na UE, de acordo com a Bloomberg. Será que vão aplicar sanções à Arábia Saudita?!
Não deixa de ser curioso que os media seguem fielmente a propaganda de Kiev. O que vem de lá é dado como tendo acontecido. O que vem da Rússia – fontes oficiais – é dado como a versão de Moscovo. Aquando da visita da delegação da União Africana a Kiev, tratada com sobranceria por Zelensky, os media repetiram Kiev e mostraram imagens (!) de edifícios atacados. O facto de um porta-voz do presidente sul-africano dizer que eles não ouviram nenhuma explosão em Kiev durante sua visita, foi ignorado. Assim vai o “jornalismo”.
A Alemanha está em recessão, a industria química dependente de gás e petróleo russo, está em crise. A Alemanha pode ser forçada a fechar suas indústrias se o acordo de trânsito de gás da Ucrânia com a Rússia não for estendido, adverte o ministro da Economia. O acordo deve expirar no próximo ano e terminais de importação GNL adicionais serão necessários. Mas não é só na Alemanha, o problema é geral, e quando os propagandistas falam em soluções alternativas de “energias limpas”, “economia circular”, tudo muito bonito, mas esquecem-se que não estão no século XIX: e os custos destas soluções, as queridas “vantagens comparativas”, a competitividade onde fica?
Perante este cenário wagneriano (O crepúsculo dos deuses) de que se lembra o governo alemão? Traçar uma estratégia de segurança nacional: identifica a Rússia como a “maior ameaça” à paz e à segurança no futuro previsível. A operação militar russa foi chamada de "ponto de viragem de época na ordem de paz europeia" – esqueceram-se da Jugoslávia, do glpe de 2014 e guerra que se seguiu contra as populações do Donbass, etc. Ao mesmo tempo, faz notar que nem Berlim nem a OTAN buscam o confronto com a Rússia. A Alemanha defende a preservação dos canais de comunicação OTAN-Rússia. Porém: a China luta pela primazia regional, isso é contrário aos interesses e valores do Ocidente, afirma o documento.
Que baralhada. De facto, para quem está de fora, isto só nos Simpson...
E por fim, a pergunta que vale milhões. Com pensam aumentar os orçamentos militares? Isso exigiria crescimento económico; mas a Europa enfrenta recessão e desindustrializa-se, em grande parte, devido às sanções à Rússia, o país que querem neutralizar. No RU o Chefe das Forças Armadas admite que ao ritmo atual levará anos apenas para substituir as armas enviadas à Ucrânia (e, assim, retornar a um nível já inadequado pré-guerra). Claro que os grandes planos da Alemanha são para cair no esquecimento. A Europa está mais dependente dos EUA do que nunca. E ao que parece gostam…
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