A guerra e as crises vão para continuar tornam-se uma “norma” no ocidente. A propaganda não ganha guerras já foi dito. As previsões de derrotar a Rússia com as “armas maravilha” da NATO, que diariamente ardem e com elas milhões de dólares/euros, mostraram-se totalmente erradas. Como diz Alastair Crooke o ocidente ignora a realidade em nome do controlo da "narrativa". Faz por ignorar as implicações da expansão dos BRICS, além de outros 40 Estados prontos para se juntarem a eles. Os BRICS são vistos como forma dos povos livrarem-se do neocolonialismo. O BRICS 11 estabelece já um polo de influência e poder global com o potencial de eclipsar o do G7.
A guerra por procuração contra a Rússia, através da Ucrânia, para reafirmar a força global do Ocidente, resultou no contrário. Tal como a guerra financeira para provocar a mudança de regime em Moscovo e provar a inutilidade de se opor à hegemonia do dólar.
O hegemónico exigia obediência, mas conduziu a revés dramático. E isso contribuiu não apenas para a expansão dos BRICS, mas também para o facto de que os recursos energéticos do Médio Oriente e as matérias-primas da África estão a escapar ao controlo do Ocidente. As próprias elites que a promovem a propaganda são incapazes de reconhecer e lidar com as suas opções erradas, avançando para novos conflitos, para enfraquecer a Rússia e a China.
Temos o conflito no Cáucaso. Em 1921, a República Socialista Soviética do Azerbaijão foi formada incluindo Nagorno-Karabakh com autonomia. Tudo esteve tranquilo até que a “perestroika” ao serviço do imperialismo, fez surgir movimentos nacionalistas na Arménia (para anexar Nagorno-Karabakh) e no Azerbaijão (acabar com a autonomia). A “democracia” que valeu um prémio Nobel da Paz a Gorbachov, conduziu a assassinatos e limpeza étnica de ambos os lados. A guerra teve um fim em 1994 (Protocolo de Bishkek). dezenas de milhares de mortos e um milhão de arménios e meio milhão de azeris forçados a fugir de suas casas.
O Cáucaso é uma área sensível para a Rússia, para o desestabilizar o ocidente serve-se de títeres como Pashinyan da Arménia e dos lóbis arménios nas capitais europeias e em Washington. O Azerbaijão, rico em petróleo, está interessado no mercado europeu, von der Leyen, saudou o Azerbaijão como um "parceiro crucial" para a energia na Europa (mas já não interessa a “descarbonização”?!). O interesse estratégico do ocidente é que a Arménia e o Azerbaijão minimizem a influência russa na Transcaucásia. Embora a Arménia tenha um pacto militar com a Rússia, Pashinyan, fingiu ser amigo de Moscovo enquanto se ligava ao ocidente. Voltamos assim a mortes, caos, fuga de populações, porque, diz Stolenberg: a Rússia não pode vencer.
Uma segunda frente é reaberta na Síria, retorno de protestos contra o governo e recrudescimento de ataques terroristas. Um outro ponto quente foi criado na Geórgia com ameaças de golpe e propaganda anti-russa.
No Paquistão após o golpe de Estado que destituiu Imran Khan (estes golpes de Estado são dos “bons” e o SG da ONU nada diz) que tinha amplo apoio da população. O Paquistão manteve uma atitude dúbia abstendo-se de votar resoluções anti-russas na AG da ONU. Tratou-se de estabilizar a situação, antes de se verificar que o país alinhava com os EUA contra a China e a Rússia. Claro que isto tende a afastar mais a Índia do ocidente.
Há a ainda a Indonésia, em que a CIA prepara Revolução Colorida.
Em fevereiro, haverá eleições. O atual líder independente Joko Widodo, amplamente apoiado pelos indonésios, não é elegível para um terceiro mandato. A CIA através da NED prepara-se para que os seus oligarcas e vassalos tomem o poder, afastando o país da China. De acordo com os cálculos da própria organização, a NED opera em mais de 100 países e distribui mais de 2 000 doações todos os anos, influindo em ONG, grupos da sociedade civil e partidos políticos de todo o espectro ideológico.O império conta com as 750 bases pelo mundo para impor o seu poder. Claro que tudo isto custa dinheiro. Desde o início 2001 o custo atinge 8,8 milhões de milhões de dólares. contando ainda com os seus vassalos da UE, que não temem o ridículo.
Dombrovskis (da Letónia), vice-presidente da CE, foi à China advertir o governo chinês, (1) sobre a sua posição “relativamente à na guerra da Rússia contra a Ucrânia”. Também criticou a política interna chinesa quanto ao ambiente empresarial mais politizado e ferramentas de protecionismo, além de uma atualização da lei anti-espionagem, que prejudica "significativamente" a confiança das empresas e afugenta o investimento.
As relações entre a UE e a China têm-se deteriorado devido à propaganda antichinesa como com a Covid-19, as alegações de repressão da minoria uígure em Xinjiang, à guerra da Rússia contra a Ucrânia, às tensões no Estreito de Taiwan e às restrições comerciais nos domínios dos semicondutores das matérias-primas essenciais.
A tensão aumentou ainda mais, depois de a CE ter anunciado um inquérito formal aos automóveis elétricos fabricados na China, que Bruxelas suspeita serem artificialmente mais baratos do que os seus concorrentes europeus, em resultado de subsídios estatais. Como se a UE não subsidiasse o que entende...
1 – Segundo euronews, 25/09/2023 © European Union, 2023.
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