- Em depoimento ao Parlamento da União Europeia Stoltenberg fugiu-lhe a boca para a verdade deixando claro que foi o objetivo de ampliar a NATO e incluir a Ucrânia a verdadeira causa da guerra e por que continua até hoje: “O pano de fundo foi o que o presidente Putin declarou no outono de 2021, e na verdade enviou um projeto de tratado em que queriam que a NATO se comprometesse a não alargar a NATO. Era uma pré-condição para não invadir a Ucrânia. Claro que não assinámos. Queria que retirássemos a nossa infraestrutura militar em todos os Aliados que aderiram à NATO desde 1997, ou seja, metade da NATO, toda a Europa Central e Oriental, deveríamos remover a NATO dessa parte da nossa Aliança, introduzindo algum tipo de adesão B. Rejeitámos. Então, foi para a guerra para impedir que houvesse, mais NATO, perto de suas fronteiras. Ele tem exatamente o oposto." (NATO Expansion & Ukraine’s Destruction)
- Aconselha-se (obrigatório) ler o discurso de Lavrov no CS da ONU. Trata-se de uma devastadora análise jurídica das ações do ocidente e da Rússia. Deita por terra tudo o que os media repetem incessantemente há ano e meio. Como ele disse. “O Ocidente evita uma conversa substantiva baseada em factos e no respeito por todos os requisitos da Carta das Nações Unidas. Aparentemente, não tem argumentos para um diálogo honesto. Há uma forte impressão de que os representantes ocidentais têm medo de discussões profissionais que exponham a sua demagogia.” Medo foi o que os media mostraram ao ignorarem este discurso. Para esclarecimento sobre a validade do que dizem podiam rebater os argumentos de Lavrov, mas não, escamotearam. Em contraste Zelensky teve novamente todo o tempo de antena para mascarar a sua derrota na ONU (em que mais de meia sala se retirou) e nas conversações com Biden.
A propósito, seria bom que o sr. António Guterres pelo menos respondesse a Lavrov, já que Lavrov desmascara a sua refinada hipocrisia quanto a direitos humanos e democracia, sempre em consonância com Washington - talvez uma exceção quanto ao Iémen, mas sempre sem pisar o risco e sem apontar causas.
Do site espontâneo da Windows aparece-nos um esclarecedor do antigo dirigente do CDS Ribeiro e Castro que qualificou Lavrov como um “lunático desbragado e um fanático tolinho ao debitar, no CS da ONU, um conjunto de alarvidades e patetices.” Que cada um avalie por si lendo Lavrov onde estão as alarvidades e os lunáticos.
- Assange, o mártir do WikiLeaks. Uma carta assinada por 64 senadores e membros do Parlamento australiano, dirigida ao Congresso dos EUA, foi publicada no The Washington Post. Em resumo: "A acusação e o encarceramento do cidadão australiano Julian Assange devem acabar", afirma. Na sua sequência, uma delegação interpartidária de políticos australianos dirigiu-se a Washington, para pressionar o governo dos EUA a encerrar sua perseguição de anos ao fundador do WikiLeaks, preso, Julian Assange. Dezenas de parlamentares australianos expressaram apoio à viagem diplomática num anúncio de página inteira no The Washington Post.
- A propósito de liberdade de informação (na pátria da liberdade...) John Kiriakou, um ex-oficial de contraterrorismo da CIA e ex-investigador sénior do Comité de Relações Exteriores do Senado, foi o sexto indiciado pelo governo Obama sob a Lei de Espionagem - uma lei criada para punir espiões. Cumpriu 23 meses de prisão em resultado das suas tentativas de se opor ao programa de tortura do governo Bush (!). Como se sabe (quem sabe?) os EUA são o país que em percentagem e valor absoluto tem maiores indicadores de presos. Já há muito que tem vindo nos media alternativos informações sobre práticas que indiciam tortura, excesso de castigos, envio para solitária, etc., tudo escamoteado nos media.
Ele escreve agora sobre as terríveis condições das prisões dos EUA designadamente a alimentação. Da sua experiência, relatou o consumo de alimentos retirados de embalagens. “Não para consumo humano. USO APENAS DE RAÇÃO." Era isso que os servidores estavam colocando nas nossas bandejas. Já escrevi no passado sobre a experiência terrível que tive na prisão há uma década, na Federal Correctional Institution em Loretto
Em 2019, prisioneiros em Nevada reclamaram às autoridades estaduais que a comida que estava sendo servida era insalubre, de má qualidade, altamente processada e muito rica em gordura e sódio. A resposta do Estado foi cortar o tamanho das porções. Na semana passada, com os prisioneiros literalmente morrendo de fome com as parcas porções, um jornal local relatou que muitos prisioneiros estavam comendo pasta de dentes, sal e até papel higiénico molhado para tentar evitar a fome. Os presos nos EUA, enfrentam fome crónica e doenças devido a alimentos de qualidade inferior e repugnantes, enquanto a nova diretora do Bureau of Prisons, Collette Peters, supostamente luta contra a burocracia para reformar o sistema.
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