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15 de março de 2023

E há quem não acredite em bruxas…

 Ou magia à distância como a do vudu. Se não fosse assim como é que desencadearam sanções, excluíram do sistema de pagamentos internacional SWIFT aquele país que não passava de uma bomba de combustível com armas atómicas e se iria desmoronar ao ser excluída da “comunidade internacional”, mas afinal é nos EUA e na UE que surge a crise… E para mal dos nossos pecados (nisto pagam justos por pecadores…) estamos a sofrê-la e o que aí vem não augura nada de bom.

Tal como em 2008, na UE apressam-se a dizer que não haverá contágio. Viu-se. O facto é que deste lado do Atlântico também as bolsas caem. A credibilidade do dólar idem, do euro nem se fala, minado pela multipolaridade política e monetária, com mais países a desligarem o seu comércio internacional do dólar.

O sistema que nos foi imposto como sem alternativa, adotou o mito de que o valor é criado pela lei da oferta e procura, pelo “mercado” (isto é “eles”, a oligarquia), não pelo trabalho produtivo. Com isto, destinado a manter o poder da oligarquia e a subvalorizar a força de trabalho sujeita a “reformas estruturais”, alegadamente para manter a competitividade e reduzir a dívida pública, a riqueza passou a ser determinada pelo dólar, sem que este tivesse de estar ligado a algo de material, à economia real, produtiva. As crises financeiras sucederam-se desde os anos 1990 e só se têm agravado.

A guerra na Ucrânia é simplesmente uma consequência do falhanço e declínio do sistema. Nem mais. O facto é que lá para os Urais e o Don, o feitiço deve ser mais forte. A Rússia, que neste momento segundo a estratégia da Fundação Rand, devia estar com uma “revolução colorida” “pró-democracia” NATO – e a desmembrar-se em vários Estados em guerra uns com os outros, está de boa saúde económica e mesmo social. Os alunos de Goebbels repetiram os erros passados: em junho de 1941, dizia aquele propagandista que bastava dar um pontapé na porta (da URSS) e aquilo desmoronava-se tudo. Viu-se.

Assim, enquanto nos EUA o défice da BC é de 1,2 milhões de milhões de dólares, as exportações de mercadorias russas em 2022 estabeleceram um recorde histórico de 591,5 mil milhões de dólares, apresentando um excedente no comércio de mercadorias, também recorde, de 332,4 mil milhões de dólares.

A dívida federal dos EUA é de 31,6 milhões de milhões de dólares, 120,36% de um PIB inflacionado pela especulação financeira e imobiliária. A dívida pública total (Estados e locais) vai para os 134% do PIB.

Na UE, indústrias altamente consumidoras de energia, como fundições de alumínio fecham, devido à chamada crise energética e fornecimento de matérias-primas críticas. Os crescentes preços da energia e do gás mergulharam as indústrias metalúrgicas com uso intensivo de energia na Europa da UE/NATO numa crise existencial. (Europe Loses Another Smelter as Energy Crisis Leaves Deep Scars - Bloomberg (archive.ph)

Mas para os idiotas que nos governam de Bruxelas (foi você que pediu, não um Porto, mas… mais proximidade entre eleitos e eleitores?!) a prioridade é investir milhares de milhões de euros em armas e munições para um Estado fantasma designado por Ucrânia – cuja população cai na miséria ou morre para que as oligarquias sobrevivam. Isto da parte de Estados endividados que tudo fazem para reduzir prestações sociais e serviços públicos.

Segundo o Financial Times, em termos de valor agregado industrial, uma medida da produção líquida de toda a atividade industrial de um país, a China é agora tão grande quanto o total dos EUA mais a UE. – Arnaud Betrand

Diz o coronel Douglas Gregor: "A China não nos roubou a nossa base industrial, nós nos a roubamos a nós próprios. Pessoas gananciosas em Washington e no setor corporativo enviaram essas coisas para fora. Somos os autores de nossa própria confusão, e esses autores estão principalmente em Washington e no setor corporativo. Os americanos precisam acordar. Esse é o problema - não é Pequim e não é Moscovo, está aqui. É isso que as pessoas precisam meter em suas cabeças: parem de procurar no exterior alguém para culpar pela miséria que enfrentamos hoje em casa.”

Deste lado do Atlântico podemos acrescentar a Washington Bruxelas e eis a causa das nossas misérias, que não está em Moscovo, ainda menos em Pequim. Quanto a Pequim os raivosos da UE/NATO anseiam por aderir à guerra EUA contra a China criando em Taiwan outra Ucrânia. Neste sentido tanto o inqualificável Stolenberg como o ridículo Borrel alinham, tendo mesmo a dra. van der Leyen feito um périplo asiático contra o “perigo chinês.” Que bom seria se ela se dedicasse a tratar das senhoras grávidas com partos pré-natais… (1)

1 – A senhora tem um doutoramento nesta área, que aliás foi contestado por pares como sendo fundamentalmente um plágio em quase metade das páginas (43,5%). Uma comissão universitária ilibou-a. Permanece a suspeita que tal se deveu a pressões políticas.

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