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11 de julho de 2023

O Ocidente, a censura e a degradação dos serviços sociais

Dois textos a ler . Um do General Raul Luís Cunha e o outro do Coronel C. Matos Gomes

 1)  General Raul Luís Cunha Facebook 

No mês que vem, vai ocorrer um acontecimento pouco conhecido e que pode acabar por ter uma grande repercussão na natureza do discurso público na Internet em todo o mundo. 25 de agosto de 2023 é a data em que as grandes plataformas de redes sociais terão que começar a cumprir por inteiro o ”Digital Services Act” (Lei dos Serviços Digitais) da União Europeia, ou DSA. O DSA, entre muitas outras coisas,...

obriga todas as “Very Large Online Platforms” (Muito Grandes Plataformas Online), ou VLOPs, a rapidamente remover qualquer conteúdo ilegal, discurso de ódio e aquilo que designa por desinformação, das suas páginas. Caso contrário, incorrem no risco de multas de até 6% de sua receita global anual.

A censura ao discurso do público ‘online’, pelos governos das pretensas democracias liberais do Ocidente, tem actuado de forma amplamente encoberta até agora, conforme é revelado pelos arquivos do Twitter. Mas, graças a esta Lei dos Serviços Digitais da UE, isso está prestes a tornar-se numa descarada persecução ao conteúdo não conforme aos seus ditames.
O fascismo já está de novo entre nós? Não! O que aconteceu foi que ele nunca saiu. Apenas a relação de forças não lhe era favorável... Agora, quer seja a preto e branco quer tenha as cores do arco-íris , volta a mostrar a sua face. Preparemo-nos, pois, para a reinstalação do departamento de censura, mas desta vez, a nível e com alcance internacional. 
Quanto a nós, aqui na terrinha, já vamos tendo os esbirros do ‘sadhoka’ (inclusive alguns espúrios nacionais ao serviço de interesses alienígenas) que, com o patrocínio do governo, administração pública e principais OCS, zelam pela falsificação dos factos e pela liquidação da informação com verdade e, consequentemente, da democracia e da liberdade.
~
2) Do Coronel Carlos Matos Gomes

guerra na Ucrânia e o fim do estado social europeu

(Carlos Matos Gomes, in Medium.com, 04/07/2023)

Quem se submete aceita a lei do senhor. Os atuais dirigentes da União Europeia optaram por se integrarem na estratégia dos EUA e submeterem-se à sua ordem. Essa submissão não é apenas de ordem militar, é antes de tudo de ordem civilizacional.

A substituição do modelo social europeu do Estado de Bem-Estar teve inicio com Tatcher e os ingleses estiveram sempre na condução desse processo até ao Brexit e agora como os agentes dos EUA na condução das posições europeias quanto à guerra que aqueles travam com a Rússia na Ucrânia.

A destruição do estado social e sua substituição pelo individualismo neoliberal está em curso em toda a Europa com o ataque aos grandes sistemas públicos. Os primeiros alvos têm sido os serviços nacionais de saúde de cada Estado, seguir-se-ão os sistemas de previdência e segurança social e a escola pública.

Os ingleses sempre à frente. A Inglaterra assumiu a missão de fazer da Europa um Estado complementar e vassalo dos Estados Unidos. Isso significa não só a integração da Europa no sistema militar dos EUA, através da NATO, mas a importação do modelo económico e social do neoliberalismo reinante nos EUA.

A política iniciada no reinado de Tatcher culminou no êxito evidente da posição europeia na guerra, que levou ao corte de relações da U E com a Rússia, à elevação da China a inimigo e à integração da U E na estratégia do mundo unipolar dos EUA.

Este êxito da submissão da U E a estado vassalo dos EUA implica a adoção do seu modelo social, dos seus valores, do seu modo de o Estado se relacionar com os cidadãos.

Não é por acaso que o SNS português está sob ataque, como é visível na comunicação social, nem é um caso único, a degradação dos sistemas de saúde é generalizada, incluindo nos países nórdicos, assim como não é um acaso a degradação das pensões e outras prestações sociais, nem as “lutas” de professores em toda a Europa. Tudo sempre com a justificação dos direitos e da defesa dos bens públicos, um argumento que constitui um terreno movediço onde se conjugam boas causas com estratégias de destruição.

Os ingleses vão, como sempre, à frente.

Este é o excerto de uma entrevista do presidente da Associação dos Médicos Britânicos ao The Guardian.(Em Portugal a Ordem dos Médicos é parte do processo de destruição).

“A maioria dos médicos acredita que os ministros deste governo estão a destruir o NHS”, disse o o líder dos médicos britânicos (Associação dos Médicos Britânicos) o professor Philip Banfield. Também alertou que o serviço de saúde, que na quarta-feira completará 75 anos de sua criação, é tão frágil que pode não sobreviver até os 80 anos.”

Banfield disse que o NHS (SNS) está num estado de “declínio administrado” porque os governos recentes tomaram “uma decisão política consciente” de negar recursos adequados ou enfrentar a escassez de pessoal.” Acrescentou: “Foi uma decisão política consciente subfinanciar e subestimar o NHS como um bem nacional e a sua equipe — não apenas médicos, mas [funcionários] em geral. O resultado disso é que o NHS não sobrevive mais 75 anos. Eu ficaria muito surpreendido se o NHS na sua forma atual sobrevivesse nos próximos cinco ou 10 anos, ao ritmo a que está diminuindo.”

A União Europeia, de onde os ingleses saíram, decidiu o futuro do seu modelo social na Ucrânia, seguindo os ingleses. Está decidido.

Parece que haverá brevemente eleições europeias. Para decidir o quê?

Most doctors think ministers want to destroy NHS, BMA boss says

Philip Banfield says health service is in state of ‘managed decline’ and may not survive next ‘five or 10 years’

1 comentário:

mensagensnanett disse...

O que há a dizer aos ocidentais mainstream é simples e óbvio:
-> «VOCÊS CONTINUAM IGUAIS HÁ 500 ANOS»
Mais, urge dizer:
- LIBERDADE/DISTÂNCIA/SEPARATISMO DO PESSOAL DA VOSSA LAIA!
[separatismo--50--50]
.
.
.
Sim: os ocidentais mainstream não mudam... HÁ 500 ANOS QUE É MAIS DO MESMO:
--->>> há 500 anos que estão envolvidos num esquema de pilhagem:
- querem investimentos... querem dinheirinho em impostos pagos... têm que estar em conluio com interesses económicos "construtores de caravelas"; isto é, em conluio:
--> com interesses económicos que investem em pilhagem de riquezas...
--> com interesses económicos que investem na existência de outros como fornecedores de abundância de mão-de-obra servil...
.
500 anos de pilhagens identificam perfeitamente bem os boys/girls «VALE TUDO PARA JUSTIFICAR NEGOCIATAS DE PILHAGEM»:
- América do Norte, América do Sul, Austrália, África;
- Iraque (falsa existência de armas de destruição maciça);
- Síria/Líbia (financiamento de jihadistas);
- Ucrânia (financiamento de neo-nazis: argumentando que são paladinos defensores da civilização ocidental)
- etc.