Linha de separação


19 de julho de 2023

Os cânticos de guerra da NATO e o resultado

Que fizeram aos dois acordos de Minsk? Que fizeram às propostas de paz de 2021? Ao acordo entre Rússia e Ucrãnia em março de 2022? Que resposta deram? Preconcebidamente sabotaram tudo.

A NATO só está a ganhar – e apenas no seu território – a guerra da propaganda. Convenceu as pessoas que uma a guerra “não provocada” foi desencadeada pela Rússia na Ucrânia quando a guerra – bem real - começou em fevereiro de 2014. O regime de terror dos neonazis através do fantoche Zelensky e uma corte de corruptos, é considerado na UE/NATO democracia do “mundo livre”.

A UE/NATO diz que a Rússia não pode ganhar “esta guerra”. Afirmação arrojada de quem não tem vencido as guerras em que se meteu. Que planos a NATO tem para se opor à Rússia? Que efetivos, armamento, capacidade de reposição de perdas humanas e materiais, quais as implicações económicas, que reestruturação económica e social é necessária, para o prosseguimento da guerra contra a Rússia? Isto foi avaliado? Ou não foi avaliado e neste caso estamos a lidar com loucos ou militaristas patológicos que fazem afirmações sem medir consequências. Se foi avaliado e escondem-no das populações, impedindo que se discutam questões fundamentais do futuro dos povos, que espécie de democracia é esta?

Os propagandistas tinham arrebatamentos com as “armas maravilha” da NATO que iam “fazer a diferença”. Quando a Rússia anunciou a produção em série de Sarmatconcluídos os testes dos Poseidon, não passavam de “arma psicológica”. Claro que são “armas psicológicas”! Tal como como qualquer bomba nuclear! Mal de todos se estas “coisas” fossem lançadas. O Poseidon é um torpedo míssil nuclear intercontinental, com reator nuclear, alcance praticamente ilimitado, deslocando-se a mais de 100 km/h até uma profundidade de 1000 m que pode atingir linhas de costa inimigas com uma carga nuclear de 2 megatoneladas. O Sarmat é um míssil intercontinental pesado, que pode transportar 10 ou 15 mísseis nucleares, que pode voar em trajetórias suborbitais arbitrárias, com um alcance de 18 000 km, podendo atingir os EUA pelo Sul do seu território onde não têm defesas. Por não seguir uma trajetória balística previsível, é impossível intercetar.

Só isto devia mostrar a todos a imbecilidade da UE/NATO deitarem achas para a fogueira na Ucrânia. Não se pode tratar uma potência nuclear como a Rússia como se fosse a Líbia ou o Iraque ou a (ex)Jugoslávia. O erro dos EUA é, como de costume, olhar apenas para seus fantoches. Este foi o caso em Bagdade e Cabul, ou em Teerão e Saigão, e uma série de capitais na América Latina. Pensam que colocando no poder gente sua, com uma conta bancária recheada de dólares controlando os media controlarão todo o pais… para sempre.

Os comentários dos media atingiram o nível do doentio: “deviam ser obrigados a levar a advertência de um médico: consumir este produto pode induzir estupidez resultando em desastre.” Dizem que as sanções estão a mostrar o seu resultado (para a UE; sim!) e a Rússia está isolada. De facto a estupidez anda à solta nos media. Só é pena não apresentarem números sobre o que dizem´, mas podem ser vistos aqui.

 

Para consideração de quem escuta "comentadores" escreveu Mike Whitney: Mais de um ano de guerra na Ucrânia, a coligação da NATO liderada pelos EUA está em pior posição do que estava no início. As sanções económicas afetaram severamente os aliados europeus, o controlo sobre a Ucrânia mergulhou a economia da UE/NATO numa crise, grande parte da infraestrutura crítica da Ucrânia e uma parcela significativa das suas forças armadas foram destruídas. Uma coisa é certa: a Ucrânia não existirá mais como um Estado viável, independente e contíguo.

Uma das maiores surpresas da guerra atual é simplesmente a falta de preparação dos EUA/NATO. Podia-se supor que, se os mandarins da política externa decidindo confrontar a maior superpotência nuclear do mundo, teriam feito o planeamento e a preparação necessários para garantir o sucesso. Obviamente, não foi esse o caso. Os formuladores de políticas dos EUAAgora parecem surpreendidos com o facto das sanções económicas terem saído pela culatra e realmente fortalecido a situação económica da Rússia. Tampouco anteciparam que a grande maioria dos países não apenas ignorou as sanções e explorou opções para "abandonar o dólar".

Os líderes estavam tão autoconvencidos que nunca planearam uma guerra terrestre em grande escala. Não são erros triviais. O nível de incompetência no planeamento desta guerra está além de qualquer coisa que já vimos antes, não tendo em conta os eventos que ocorreriam em seguida. O "Enfraquecimento da Rússia" é uma fantasia alimentada por neoconservadores belicistas e generais em poltronas. Alguém acredita seriamente que os militares ucranianos recuperarão os territórios orientais da Ucrânia que foram anexados pela Rússia?

A ilusão de vitória persiste, mesmo quando as perdas aumentam e milhões de ucranianos fugiram do país. É inacreditável. Essas pessoas precisam urgentemente aprender "respeito mútuo", respeitar as diferenças dos outros e que eles têm os mesmos direitos naturais. O resultado deste conflito irá remodelar a ultrapassada arquitetura de segurança  da Europa e impor um realinhamento marcando o fim da era unipolar.



 

Sem comentários: