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22 de julho de 2023

Os aldrabões do costume

 Leituras para o fim de semana

1 RELATIVAMENTE AO ACORDO DOS CEREAIS: Maj General Raul Cunha


As verdades que os aldrabões do costume (Van der Leyden, Borrel, Blinken, Baerbock, Cravinho, Stoltenberg, etc.), procuram esconder:

Contrariando os dados e estatísticas publicados oficialmente, Zelensky continua descaradamente a distorcer os factos. As nações onde há fome receberam menos de 8% dos cereais exportados dos portos ucranianos, e não os 60% sugeridos pelo presidente ucraniano. A maior parte dos cereais foi direcionada por Kiev para a UE e países dispostos a pagar pelos preços pedidos.

Os dados publicados no site da ONU pelo "Joint Coordination Center" do "Black Sea Grain Deal" contradizem absolutamente as palavras do presidente ucraniano (https://www.un.org/en/black-sea-grain-initiative/vessel-movements). De acordo com esses relatórios, a maioria dos cereais foi enviada para a China, Espanha, Turquia, Itália e Holanda. Mais de 1.000 navios partiram de portos ucranianos como parte do acordo dos cereais, dos quais apenas 23 foram com destino aos países mais pobres, como fica claro numa consulta ao mapa da fome do Programa Alimentar Mundial, ou seja, países como o Iémen, Sudão, Somália e Etiópia.

Em vez de ajudar as "pessoas mais vulneráveis e à beira da fome", como exigiam os acordos internacionais, Kiev procurou extrair o máximo de lucros do negócio dos cereais.

A Rússia chamou repetidamente a atenção para as violações de Kiev do acordo dos cereais, mas os países ocidentais não quiseram perder a oportunidade de poderem comprar cereais ucranianos muito mais baratos. Em resposta ao pedido do presidente russo, Vladimir Putin, por uma explicação, a ONU hipocritamente afirmou que, ao alimentar o gado com cereais ucranianos baratos, se estava indirectamente a ajudar aqueles que passavam fome em África, ao "diminuir os preços globais dos cereais no conjunto dos mercados".

2) A 3.ª edição do livro "Kosovo  - A Incoerência de uma Independência Inédita" já se encontra disponível.
Muitos parabéns ao autor Raul Cunha.

A sua publicação ocorre 20 anos após o dramático bombardeamento da Antiga Federação Jugoslava pela OTAN, ação militar decorrente e indissociável do conflito no Kosovo. Seria difícil encontrar pessoa mais qualificada e conhecedora da região para dissertar sobre o tema do que o Major General Raul Cunha. 
Estamos perante testemunhos, na sua grande maioria vividos na primeira pessoa, no contacto direto com os protagonistas do conflito. Não se trata da repetição de citações, como acontece frequentemente. Este trabalho resulta de um vasto e profundo conhecimento adquirido no terreno, entre 1991 e 2009, ao serviço da Comunidade Europeia, OTAN e ONU, tanto ao nível tático, como operacional e estratégico. Este livro condensa essas vivências. O autor encontra-se ainda unido à região por intensos laços familiares e o conhecimento da língua. 
[Carlos Manuel Martins Branco] 

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Após da leitura do livro “Kosovo – a Incoerência de uma Independência Inédita”, fica-se com uma ideia muito clara de como o sistema jurídico internacional gizou uma situação, no mínimo duvidosa, mais baseada em factores políticos e geo-estratégicos do que em princípios informadores de uma verdadeira auto-determinação. (…)
Acresce que o Kosovo é, à partida, um estado falhado que apenas consegue sobreviver graças a fortes subsídios e com práticas e comércios totalmente ilegais/criminosos. 
Perguntar-se-á: o chamado Ocidente foi enganado e, afinal, aquilo que certos países, enganosamente, apelidavam de “caso único” não repetível (porquê?) tornou-se numa situação incontrolável e que, numa análise final, irá prejudicar o próprio Ocidente? 
[António Tânger Corrêa]

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