Texto de Joe Lauria, editor-chefe do Consortium News ex-correspondente da ONU para o Wall Street Journal, Boston Globe e outros jornais, mostra como a história nos esclarece sobre o que agora ocorre. Continuemos:
- 2013: Ianukovich escolhe o pacote económico da Rússia em vez da associação com a UE. Isso ameaça os exploradores ocidentais, oligarcas ucranianos e seus líderes políticos.
- Fevereiro de 2014: Yanukovich é derrubado num violento golpe apoiado pelos EUA, com grupos fascistas ucranianos num papel de liderança. Fascistas ucranianos desfilam com tochas e retratos de Bandera.
- 16 de março de 2014: Na Crimeia o golpe é rejeitado não aceitando o governo inconstitucional antirrusso de Kiev. Num referendo com 89% de participação votam por 97% para se juntar à Rússia. A organização militar privada Wagner é criada para apoiar a Crimeia. Praticamente nenhum tiro foi disparado e ninguém foi morto. Os media relatam como "invasão russa da Crimeia".
- 2 de maio de 2014: Dezenas de manifestantes de etnia russa são queimados vivos em Odessa (na sede dos sindicatos) por bandidos neonazis. Cinco dias depois, Luhansk e Donetsk declaram independência e votam pela saída da Ucrânia.
- 12 de abril de 2014: O governo de Kiev lança uma guerra contra separatistas antigolpe e pró-democracia no Donbass. O Batalhão Azov, abertamente neonazi, desempenha um papel fundamental. As forças de Wagner chegam para apoiar as milícias de Donbass. Os EUA dizem ser uma "invasão" russa da Ucrânia. A Rússia "não pode comportar-se no século 21 como no século 19 invadindo outro país com um pretexto completamente falso", diz o secretário de Estado, Kerry, que como senador votou a favor da invasão do Iraque em 2003 com um pretexto completamente falso.
- 5 de setembro de 2014: Minsk I é assinado, pela Rússia, Ucrânia, OSCE, os líderes das repúblicas separatistas de Donbass, com mediação da Alemanha e da França. Não resolve o conflito.
- 12 de fevereiro de 2015: Minsk II é assinado. Encerraria os combates e concederia autonomia às repúblicas permanecendo como parte da Ucrânia. O acordo foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU em 15 de fevereiro. Em dezembro de 2022, a ex-chanceler Angela Merkel admite que o ocidente nunca teve intenção de implementar o acordo sendo usado para dar tempo à NATO armar e treinar o exército ucraniano.
- 2016: A farsa conhecida como Russiagate desenvolve-se nos media, sendo falsamente alegado que a Rússia interferiu para eleger Donald Trump, servindo para demonizar a Rússia e aumentar as tensões entre potências nucleares, condicionando a população para uma guerra contra a Rússia.
- 12 de maio de 2016: EUA ativam sistema de mísseis na Romênia, irritando a Rússia. Os EUA afirmam que é puramente defensivo, mas Moscovo diz que o sistema também pode ser usado ofensivamente realizando um ataque à capital russa em 10 a 12 minutos.
- 6 de junho de 2016: No aniversário da invasão da Normandia, a NATO lança exercícios agressivos contra a Rússia. Começa com 31 000 soldados perto das fronteiras da Rússia, o maior exercício no Leste Europeu desde o fim da Guerra Fria. As tropas alemãs refazem os passos da invasão nazi da União Soviética através da Polónia. O ministro alemão das Relações Exteriores, Walter-Steinmeier, disse ao jornal Bild am Sontag. "Quem acredita que um desfile de tanques na fronteira leste da aliança trará segurança está enganado." Pede diálogo com Moscovo, aconselhando a "não criar pretextos para confrontos."
- Dezembro de 2021: A Rússia propõe aos EUA e à NATO propondo uma nova arquitetura de segurança na Europa, depois da tentativa fracassada da Rússia em 2009. Os tratados propõem a remoção do sistema de mísseis romeno, a retirada dos destacamentos de tropas da NATO da Europa Oriental. A Rússia diz que haverá uma resposta "técnico-militar" se não houver negociações sérias sobre os tratados. Propostas são rejeitadas
- Fevereiro de 2022: A Rússia inicia intervenção militar no Donbass, depois de reconhecer a independência de Luhansk e Donetsk. Antes da intervenção, os mapas da OSCE mostram um aumento significativo de bombardeios da Ucrânia para as repúblicas separatistas, onde mais de 10 000 pessoas foram mortas desde 2014.
- Março-abril de 2022: Rússia e Ucrânia chegam a um acordo sobre uma estrutura que encerraria a guerra, incluído a Ucrânia não aderir à NATO. Os EUA opõem-se; Boris Johnson voa para Kiev para dizer a Zelensky, que pare de negociar com a Rússia.
- 26 de março de 2022: Biden admite em Varsóvia que os EUA nesta sua guerra por procuração contra a Rússia procuram derrubar o governo Putin.
- Setembro de 2022: as repúblicas de Donbass votam para se juntar à Federação Russa, bem como duas outras regiões: Kherson e Zaporizhzhia.
- Maio de 2023: Ucrânia inicia contraofensiva para tentar retomar território controlado pela Rússia. Documentos dos EUA divulgados concluem que a ofensiva fracassará antes de começar.
Junho de 2023: Uma rebelião de 36 horas do grupo Wagner fracassa, Prigozhin é exilado na Bielorrússia. O grupo Wagner, financiado e armado pelo Ministério da Defesa russo, é absorvido pelo exército russo.
A cronologia dos acontecimentos mostra claramente a intenção agressiva do ocidente em relação à Rússia, mostra como a tragédia poderia ter sido evitada se os acordos de Minsk tivessem sido implementados; se os EUA e a NATO negociassem um acordo de segurança na Europa, levando em conta as preocupações russas.
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